Passeio sobrenatural

Quando eu era criança, acompanhava meu pai em todos os lugares que ele ia, no mercado, na missa no jogo de bocha. Certo dia, ele chegou em casa e foi logo me dizendo: - Tiquinho toma banho e se arruma que a gente vai sair, vamos num velório. O que é velório mãe, perguntei meio sem entender? – É onde fica a pessoa que morre antes da gente enterrar ele, disse mamãe.

Continuei sem entender aquele assunto e, quando chegamos lá, fiquei num canto da sala observando aquelas pessoas chorando e o caixão em cima da mesa, só esperando a hora de ir embora. Enquanto observava e cochilava ao mesmo tempo, passou um homem de cara fechada do meu lado, colocou a mão no meu ombro e me disse: - Aproveita a vida menino por que eu não aproveitei. Passou a mão na minha cabeça e se foi.

Pouco antes de irmos embora, papai me mandou aproximar do caixão e me despedir do morto. Quase molhando as calças, olhei lá dentro daquele caixão e olhei a cara do morto. Levei um baita susto! Era o homem que conversou comigo no canto da sala.

Deste dia em diante, não consegui mais dormir. Morria de medo de ficar sozinho em casa, minha mãe me levou na benzedeira, me levou pra falar com o Padre, numa tal de psicóloga, nem a luz do quarto eu apagava a noite.

Mas, como tudo na vida acaba passando, anos depois descobri algo incrível nessa história toda e que mudou completamente a minha vida. Aquele morto esquisito que me tomou noites de sono e me assombrou por anos da minha vida tinha um irmão gêmeo. Que desgraceira, e não é que aquele filho da mãe do irmão dele me pregou uma peça!

Geraldo Faria
Enviado por Geraldo Faria em 02/01/2020
Reeditado em 05/01/2020
Código do texto: T6832694
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