MISSISSIPI-fim WESTERN
Assim com o passar dos dias o novo xerife Luke, conquistou a confiança e o respeito dos habitantes de CampGround.
Ele conversava com o diretor do banco.
— Quando será o próximo transporte do dinheiro?
— Daqui cinco dias, até Mayersville, na central.
— Eu irei acompanhar a diligência pessoalmente, levarei o melhor cocheiro do vilarejo junto, para evitar represálias ou assaltos dos irmãos Foster pelo caminho. Pedirei uma patrulha de Rangers para auxiliar.
— Boa idéia xerife, assim ficaremos sossegados.
No dia marcado, foi carregado na diligência dos correios, dois caixotes com barras de ouro e outra com todo o dinheiro do cofre.
Ao amanhecer o xerife acompanhado do cocheiro, deixaram o lugarejo.
Na metade do caminho, o xerife acertou uma coronhada na cabeça do cocheiro e o atirou para fora da condução, abandonando-o desacordado na estrada. Depois puxou as rédeas dos cavalos, mudando em direção norte, onde próximo ao matagal, os irmãos Foster esperavam por ele.
Eles descarregaram as caixas, colocaram em outra carroça, já carregada com caixotes de munição, rifles Sharps, Winchesters, carabinas Puma c38, colts Walkers, mais duas caixas com cartuchos de dinamite.
Depois soltaram os cavalos e atearam fogo na carruagem.
O barco propelido a vapor com rodas de pás a meia-nau, laterais e popa e uma grande chaminé, galgava pelas águas do Mississipi, transportando a carga, com apenas onze passageiros, os irmãos Foster.
Ben Foster ainda com a estrela de xerife no colete, se aproximou do chefe de máquinas que comandava a embarcação, um mestiço de pele vermelha, acertou nele um tiro na nuca, e atirou o corpo no rio em cheia.
Ele assumiu o controle do barco, rumo a Água Santa na fronteira do México.
Na outra margem do rio, ficava um reservado indigena, da tribo Cherokees. Um deles recolheu o corpo do mestiço das águas e alarmou os outros. Revoltados com o assassinato, decidiram vingar-se. Eles se armaram com arcos e flechas envoltas com trapos embebidos em óleo, botaram fogo, arremessando contra o navio.
— Malditos Cherokees, estão nos atacando. Vamos exterminar com essa raça maldita de peles vermelhas!
Os bandidos pegaram os rifles e atiravam, matando vários índios.
Algumas flechas incendiárias acertaram na caixa de munição e o fogo se alastrou para a outra carregada de dinamite.
Se escutou um grande estrondo, seguido duma gigantesca labareda de fogo. Nas águas do Mississipi flutuavam apenas as tábuas que restaram da embarcação, resultado da explosão.
Na água tingida de sangue, um dos índios Cherokees viu um objeto de metal brilhante, sendo levado pela correnteza. Ele retirou da água a estrela do xerife, memória que restou da quadrilha dos irmãos Foster.
No Povoado CampGround, o povo descobriu que haviam sido enganados e furtados, assim que Eden o ajudante, notou que o telégrafo havia sido danificado de propósito, pelo falso xerife.
O governador comunicou posteriormente numa carta, que o xerife verdadeiro e seu cocheiro, haviam sido encontrados mortos no matagal, havia nomeado outro xerife que já estava a caminho, e notificando o trágico fim dos irmãos Foster, na batalha com os indígenas Cherokees.
CampGround estava livre de assaltos e tiroteios, por um bom tempo.
Na taverna do Saloon, os clientes se divertiam jogando cartas e apostando números na Roleta e bebendo canecas de tequila, enquanto na vitrola a agulha riscava o disco repetindo a melodia:
"Everytime I hear this song
Mississipi roll along
Until the end of time"
FIM
__________________________________________________