Morte Apaixonada

O vento que entra pela janela, balançando a cortina e fazendo derrubar a taça que ainda com um pouco de vinho e veneno. Única maneira para Henrique se livrar daquela dor da paixão.

Seu corpo inerte no chão da sala. Em uma das mãos a fotografia dela, na outra uma carta.

Talvez suas últimas palavras transformadas em rabiscos.

Da pessoa amada não se sabe, nem se tem notícias, apenas seu rosto numa foto opaca formado em névoa.

Uma paixão que nascera forte e imponente, mas enfraquecida pela natureza. Uma paixão proibida. Ainda sem registros.

Sobre a mesa da cozinha esta um vestido de noiva retalhado pela faca fincada na mesa.

Uma paixão, duas vidas, um final trágico.

O telefona toca mas ninguém atende. É tarde. Está morto.

Morreu sozinho aquele que fez planos para uma vida a dois.

08/08/2003