A Caverna da Serpente

Era um final da tarde de uma sexta-feira. O sol findava sua trajetória. As pessoas estavam correndo para adentrarem suas casas. A floresta ficava escura. Os currais todos trancados e os animais recolhidos. As galinhas assustadas nos poleiros. Os cães latiam desesperadamente. Não tinha como ficar sorrindo com aquele ambiente de escuridão. As nuvens escondiam a lua e as corujas se apresentavam. O silencio atrás das portas e janelas era amedrontadora aquela cena na Vila da Paz que não estava em paz.

Naquele ambiente sombrio poucas luzes estavam acessas e desesperadamente pelo vento frio pediam para serem apagadas. Os pais colocavam os filhos nas suas redes abraçando-os com consolos para não chorarem. Em direção aos tetos das casas, como olhando para a Mansão Celeste, pediam ajuda ao Supremo Deus do Universo e seu filho Jesus. As nuvens, a lua, o vento e os corpos celeste fitavam naquela humilde vila próximo da famosa caverna.

Quando menos esperavam, todo o som da vila é quebrado pelos sons pesados de um ser não conhecido, como se fosse o pior dos pesadelos de alguém. Em seguida algo parecido a um som sibilante de uma grande serpente, cada vez mais alto e assustador perturbava os ouvidos dos seres vivos. Até os animais pequenos se desesperavam e corriam em direção a floresta. Os cães pararam de latir. A coruja recolheu sua cabeça no buraco da arvore, pois não se arriscaria tanto. Enquanto isso, algo estava se movimentando em direção a velha caverna do vilarejo. Ali mesmo com a luz do sol, não era um ambiente desejável para visitas. E aos poucos o silencio voltava. Todos dormiam clamando a Deus.

E naquele lugar aparentemente escondido pela escuridão e o medo, uma silhueta se movimenta procurando adentrar a caverna. Um tórax que puxava um corpo triste e sofrido. Um jovem homem paralitico das pernas que recostava a cabeça no corpo daquela amável serpente, que o protegia todas as noites do abando e da violência.

JOSÉ MÁRIO POETA CADEIRANTE
Enviado por JOSÉ MÁRIO POETA CADEIRANTE em 14/09/2022
Código do texto: T7605934
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