Gênesis 2.

Lágrimas na Noite

Joaquim via Teresa dormindo pela janela da sala, ele ouve os passos de Rafaela, vindo em sua direção, ela mantêm-se séria, ignorando aquele homem a sua frente.

Joaquim: Você não pode entrar aqui.

A garota o ignora, parando na frente da janela, onde podia ver Teresa, essa levanta sua cabeça, olhando Rafaela, por um segundo seus olhares se cruzam.

Joaquim: Desculpe, mas você não pode falar com ela.

Mais uma vez ela o ignora, tenta abrir a porta, Joaquim a segura pelo braço, Rafaela fuzila-o com o olhar, o detetive não se intimida.

Rafaela: Me solte.

Como ele não obedece, Joaquim é jogado contra a parede, na recepção os policiais levantam-se, para ver o que estava acontecendo, porém os homens de preto ficam no caminho, Teresa assustada percebe, estava em um beco sem saída, Rafaela entra na sala calmamente.

Rafaela: Você está prestes a despertar.

Teresa: Quem é você?

Rafaela: Sou aquela que irei liberta-la.

Ela para, percebendo que Joaquim segura seu braço, algemando-o, com um rápido golpe de pernas ele derruba Rafaela, algemando-a, de bruços, a mesa, ela tenta levantar-se, mas a mesa era presa ao chão.

Joaquim: Vá rápido.

Teresa agradece e sai correndo da sala, Joaquim se afasta, enquanto Rafaela apoia seus joelhos e sua cabeça no chão, ela olha furiosa para o detetive, que saca sua arma.

Rafaela: Você está morto.

O corpo do detetive explode, espalhando suas vísceras pelo chão, as algemas de Rafaela se quebram, ela sai andando da sala, por um instante fecha os olhos, quando um homem de preto aproxima-se.

Homem: Não era para fazer tanta sujeira.

Rafaela: Temos que ir.

Ela passa por ele, ignorando-o, enquanto o homem de preto olha pela janela e vê o detetive morto, Rafaela o ignora, dizendo que Teresa está do lado de fora da delegacia.

Enquanto isso Lucy termina de tomar banho, para livrar-se do sangue, ela se veste e sai daquela, ainda empolgada ela olha em volta, com um sorriso, uma vitrine estoura.

Lucy: Isso é muito bom.

Ela para, como se tivesse sentido alguma coisa, alguma coisa muito longe, Lucy sorri excitada.

Lucy: Mais alguém como eu?

Teresa corria por um beco escuro, por onde ela passava as luzes oscilavam, uma ratazana sai do lixo, caindo morta a sua frente, Teresa abaixa chorando, quando sente que Rafaela estava perto.

Rafaela ia a pé, na frente dos dois homens de preto.

Homem: Você a deixou fugir.

Rafaela (irritada): Ela está confusa com tudo o que aconteceu, é fácil saber onde ela está.

Mateus olhava uma foto de Rafaela, quando tinha 5 anos, ao lado de outra foto onde ele estava com sua esposa, o doutor, estava concentrado em suas memórias, 13 anos atrás ele e Lellith estavam atrás de um vidro grosso observando alguma coisa.

Lellith: Está melhor que o previsto.

Mateus: Só temos ela?

Cientista: Sim, as demais foram descartadas, sem contar as que fugira.

Lellith: Nem me diga, é por isso que estamos assumindo.

Do outro lado do vidro, Rafaela, com três anos, alterava a imagem de uma televisão apenas com a força de seu pensamento.

Algumas semanas depois Mateus e Lellith estavam em um porão, haviam várias crianças mortas, de várias idades, acorrentadas as paredes, no centro da sala uma menina de três anos chorando.

Mateus: Não precisa ficar com medo, já passou.

A menina abre um sorriso esticando seus braços, alguns homens, que estavam com os doutores, abrem fogo matando a menina, Mateus olhava fixamente para o corpo dela, enquanto Lellith olhava em volta.

Lellith: Então é isso que uma cobaia pode fazer?

Mateus: Ela é um ser humano, não uma cobaia.

Lellith: Ela fugiu do DEG, as ordens eram mata-la.

Naquela noite Mateus vai para casa, onde sua esposa, Joana, o beija assim que chega, os dois caem na sofá beijando-se, eles transam lá por horas, suas roupas estavam espalhadas pelo chão, eles se cobriam com o paletó de Mateus.

Joana: Vamos Ter que parar com isso.

Sua concentração é quebrada com o telefone que tocava, Mateus atende e fica sério pouco depois.

Mateus: Entendo, continue com a busca.

Ele ouve mais alguma coisa, que o deixa irritado.

Mateus: Vocês deviam providenciar que nenhuma pessoa interviesse, sigam Rafaela e só façam o necessário.

Ele bate o telefone, percebendo que o porta retratos da foto de sua esposa estava quebrado, ele recolhe os cacos, enquanto que em outro lugar Lellith dormia com sua cabeça apoiada nos seios de uma das gémeas da contabilidade quando o telefone toca.

Lellith: É melhor ser importante.

Mateus: Rafaela não conseguiu cumprir sua missão, agora ela está a procura da garota.

Lellith: Não se preocupe, Rafaela é capaz de encontra-la.

Mateus: Parece que essa garota está mais avançada que as demais, também temos a outra que despertou.

Lellith: Que horas são?

Mateus: 3h45.

Lellith: Me encontre as oito no laboratório..

Ele desliga o telefone, voltando a dormir.

Teresa estava acuada, chorando, quando ouve passos, a pessoa aproxima-se, era Cátia, sua amiga, Teresa fica tão aliviada, que Rafaela não consegue mais senti-la, as duas amigas se abraçam.

Teresa: O que você está fazendo?

Cátia: Eu vim vê-la, mas não me deixaram entrar, foi quando eu a vi fugindo, e depois vi aquela garota...

Teresa: Onde?

Cátia: Lá atrás.

Teresa: Temos que ir.

Cátia: Vamos para minha casa, meus pais saíram.

Ao mesmo tempo, em outra cidade, uma casa estava com seus portões abertos, a sala estava bagunçada, no quarto das crianças, o berço estava manchado de sangue, assim como o lençol, uma mulher estava morta, enquanto que o homem estava dividido em dois, a parte de cima estava presa a parede, Lucy, nua, o olhava.

Lucy: Uma linda família feliz – olhando em volta – eu definitivamente não nasci para brincar de papai e mamãe.

Ela vai para sala, onde liga o aparelho de som, para relaxar e esperar o dia seguinte.

Teresa estava no quarto de Cátia, essa tinha ido buscar algo para sua amiga comer, Teresa lembra como sua vida mudou em algumas horas.

Alguns dias atrás ela se divertia no intervalo das aulas, Sam e Cátia namoravam perto deles, enquanto Luana chama sua atenção para Jorge que a estava olhando a algum tempo, os dois trocam olhares, quando Sam joga parte de um cachorro quente em Jorge, esse pula sobre o primo de Teresa, os dois rolam pelo chão.

Cátia volta para o quarto trazendo um macarrão de copo, pedindo desculpas com o olhar, Teresa ri e começa a comer.

Cátia: Desculpe, só achei isso.

Teresa: Eu que peço desculpas, por atrapalha-la.

Cátia: Você é a minha amiga, eu faria qualquer coisa por você.

As duas amigas ficam rindo, enquanto isso Rafaela consegue perceber o paradeiro de Teresa, pela primeira vez na noite ela sorri, era um sorriso sádico.

Rafaela: Já sei onde ela está.

A garota corre na frente dos dois homens que tentam acompanha-la, descontente, sabendo que eles atrapalhavam.

Rafaela: Vão para o carro, ela está longe.

Homem: Venha connosco...

Rafaela: Vou mais rápido assim.

Ao dizer isso ela salta pulando duas casa, o homem ouve um comunicado vindo de seu rádio.

Cátia: Eu ainda não entendi o que aconteceu.

Teresa (ficando séria): Apareceu uma garota, da nossa idade, tentando me matar, eu...

Cátia: Ela acha que você tem alguma culpa, na morte do Sam?

Teresa começa a chorar, abraçando suas pernas, Cátia a consola e diz que vai pegar um refrigerante para ela, Cátia estava saindo do quarto quando Teresa fala.

Teresa: Eu não sei o que aconteceu, parece um pesadelo, pessoas me olhando, muitas mortes, meu Deus... por que?

Cátia sai do quarto deixando Teresa sozinha por um minuto, pouco depois ela ouve passos do lado de fora, Teresa consegue sorrir mais uma vez.

Teresa: Eu prometo que amanhã irei embora.

Nenhuma resposta, Teresa fica preocupada, dois policiais entram no quarto de Cátia, tendo suas armas em mãos.

Policial: Venha connosco Teresa.

Teresa: O que é isso, Cátia!

Policial: Não resista.

Teresa (gritando): Cátia!

Um policial é atirado contra a parede, morrendo com o impacto, o outro tenta atirar, mas sua arma explode suas mãos, ele fica de joelhos gritando, enquanto Teresa corre para as escadas, ela para, vendo outros policiais e Cátia.

Cátia: Assassina!

Do lado de forra, o carro preto estaciona, os dois homens saem lamentando, vendo que os policiais não os esperaram, os homens pegam rifles de dentro do carro e vão para casa, parando antes de entrarem, por ordens de Rafaela.

Rafaela: fiquem aqui, se não quiserem morrer.

Ela estava com uma roupa nova, os dois surpreendem-se ao verem duas pessoas muito estranhas atrás dela, elas andavam como robôs, Rafaela sorri.

Dentro da casa Teresa fugia, muito rápido, os policiais atiravam, mas não acreditavam no que viam, os pés de Teresa não tocavam o chão.

Teresa: Parem com isso!

O peito de alguns policiais explodem, quando Rafaela entra na casa, junto de dois manequins.

Rafaela: Saiam agora.

Policial: Quem é você?

A cabeça dele explode, outros policiais começam a atirar, suas balas ricocheteiam no ar, eles fogem, os dois manequins sobem as escadas correndo, Rafaela olha para Cátia, essa estava escondida com medo.

Teresa tremia de nervoso, muito cansada ela encosta em uma parede para descansar, quando um manequim salta sobre ela, tentando sufoca-la, a cabeça dele explode, mas o manequim continua a sufoca-la.

Rafaela subia as escadas, sem tocar seus pés no chão, ela avista Teresa, o manequim que a atacara havia sido feito em pedaços, outro manequim a ataca, mas esse é despedaçado rapidamente, Teresa fica de pé, encarando Rafaela.

Rafaela: Você está conseguindo controlar?

Teresa: O que é isso?

Rafaela: O motivo do nosso sofrimento.

Teresa é atirada do segundo andar, caindo sobre uma mesa de centro, ela começa a levantar-se, Rafaela flutua para o chão, Teresa só enxergava Cátia.

Teresa: Por que?

Cátia (chorando): Você tirou o Sam de mim.

A cabeça dela explode, um dos globos oculares rola até Teresa, essa levanta-se, encarando Rafaela, Teresa transbordava em ódio, a estrutura da casa tremia, Rafaela olha para uma poltrona, essa voa até Teresa, quebrando-se no ar, Teresa joga Rafaela contra a parede.

Rafaela (assustada): Você quer mesmo me matar?

A casa tremia, Rafaela estava prensada na parede, enquanto Teresa voa em sua direção, Rafaelagrita com todas as suas forças, Teresa é atirada para fora da casa, caindo do doutro lado da rua, Rafaela a segue, pousando a sua frente abrindo uma cratera no chão, Rafaela tenta sufoca-la, as duas garotas rolam pelo chão, Rafaela sobe em Teresa socando-a, ela é jogada longe, Teresa a segue, mas é jogada em um posto de gasolina, esse explode, os homens de preto tentam proteger-se, Rafaela fica olhando para o fogo.

FIM