Gênesis 3.

Memórias

Lucy caminhava sensualmente a beira da estrada, pedindo carona, a maioria dos carros buzinavam, ela ficava contente em saber que era desejada, até que um conversível vermelho com dois homens dentro param, ela sorri.

Lucy: Oi.

Jaime: Oi, eu sou Jaime e esse é Steve, a onde você vai.

Lucy: Para lá.

Steve: Lá?

Lucy (sensualmente): É, lá – ela esticava seu braço, para ressaltar seus seios, sob a pequena camiseta.

Jaime: Você não tem a menor ideia de onde está indo?

Lucy: Eu vou a onde eu sinto que eu devo ir.

Steve: Suba, quem sabe o seu lá, é o mesmo que o nosso.

Sorrindo entra no carro dos dois amigos, se apertando entre as malas, Jaime regula o espelho retrovisor para poder ver o decote dela.

Enquanto isso no DEG, Mateus e Lellith ouviam as reclamações de Dom, que estava ainda mais mal-humorado que o costume.

Dom: Milhares de dólares em danos, policiais mortos, exposição pública, como explicam isso.

Lellith: Não explicamos senhor, Rafaela fez o que era necessário.

Mateus: Eu dei a ordem para continuarem a perseguição, pelo que verifiquei nenhum civil viu Rafaela ou Teresa lutando, apenas alguns policiais, mas já cuidamos disso, só um deles nos causou problemas.

O policial estava morto no banheiro, como um suicídio forjado, que ninguém nunca descobriria a verdade.

Mateus: Também tomei providências para Rafaela permanecer naquela cidade, ela deve estar descansando agora.

Dom: E por que fez isso?

Mateus: Descobrimos que existe outra garota desperta, não encontrei registros, mas soubemos que ela está indo para essa cidade.

Dom: Ela está sentindo a presença de Rafaela?

Mateus: Creio que sim.

Dom: prossiga, mas acompanhe de perto, caso aja alguma deterioração do controle de Rafaela, ou ela cause mais problemas elimine-a.

Lellith: Rafaela é o nosso maior sucesso.

Dom: A Número 05 também é muito forte e pode substitui-la, caso necessário, enquanto isso um dos dois deve ir até ela, para verificar os danos reais em nosso espécime.

Mateus: Eu vou.

Pouco depois Mateus troca a fotografia de sua esposa de moldura, enquanto arrumava uma pequena mala, Lellith senta-se na mesa ao lado sorrindo.

Lellith: Obrigado por se oferecer, hoje a noite eu vou sair com a Bete.

Mateus: A guarda?

Lellith: Enfermeira.

Mateus: De qualquer forma não fiz isso por você.

Lellith: Eu sei, boa sorte amigo.

Teresa acorda confusa, ela estava deitada em uma cama estranha, logo recorda-se que não deve Ter nenhuma emoção ou seus poderes irão manifestar-se, ao menos isso ela aprendeu na noite anterior, Luana entra no quarto trazendo café da manhã.

Teresa: Onde eu estou?

Luana: Eu sei o que Cátia fez e não vou fazer o mesmo.

Teresa (sorrindo): Posso confiar em você?

Luana: O que você acha?

Teresa sorri, assim como Luana, que entrega o café da manhã para Teresa, que começa a comer, Luana sai do quarto, onde encontra Jorge.

Jorge: Não gosto disso.

Luana: Ela é nossa amiga.

Jorge (sussurrando): Você viu o que aconteceu com o posto de gasolina? E com o Sam?

Luana: Ela é nossa amiga e precisa de ajuda.

Jorge: Tudo bem, ela fica até recuperar-se.

Mateus estava a bordo de um avião a jato, ele tinha vários relatórios a sua frente, mas não conseguia concentrar-se, ele lembra-se de treze anos atrás.

Ele e Joana acabaram de transar, Mateus beijava o joelho de sua esposa, essa tentava fazê-lo parar por um momento.

Joana: Espere um pouco.

Mateus: por que?

Joana: Eu preciso dizer uma coisa, mas não sei...

Mateus: Uma coisa boa ou ruim?

Joana: Tenho medo que você ache ruim.

Mateus: Conte logo.

Joana: Lá vai: Estou grávida.

Mateus fica paralisado pela notícia, e principalmente como ela foi dada, os dois se abraçam e beijam-se, a imagem das meninas fazendo testes vem a mente de Mateus, ele abraço Joana mais forte.

Os dias passam, Mateus continuava sua pesquisa com as garotas, ele coloca uma foto de sua esposa em seu escritório, enquanto descansa sua mão em uma pilha de papel.

Mateus caminhava em um longo corredor ao lado de Dom, eles usavam casacos de pele por causa do frio.

Dom: Soube da notícia de sua esposa.

Mateus: Pois é, estamos muito contentes.

Dom: Deveriam mesmo.

Os dois continuam andando em silêncio, Mateus estava animado, pensando em seu filho, ou filha.

Dom: Espero que isso não interfira em seu trabalho.

Mateus: Não senhor.

Dom: Pode ser complicado trabalhar em um lugar assim, tendo uma esposa grávida em casa, cuide para que isso não aconteça.

Mateus: Sim senhor.

Eles saem do corredor, deixando os casacos pendurados, na porta: “sala de armazenamento de semem #8221;.

Dois anos se passaram, Mateus acompanhava o desenvolvimento de Rafaela, a menina sorria sempre que o avistava, a noite ele voltava para casa, para Joana e seu filho.

A concentração de Mateus é quebrada com o aviso que o avião pousaria em cinco minutos, sua ultima lembrança é a voz de Joana “monstro”.

O conversível vermelho estava estacionado no encostamento, seus ocupantes haviam terminado o almoço há pouco tempo, Lucy transava com Jaime e Steve ao mesmo tempo, os dois faziam um sanduíche, sem perceber que estavam sendo observados por dois meninos, Lucy sabia e gostava, ela segura a cabeça de Steve, esse sente uma pressão muito forte, seu olho salta, seu crânio é esmagado, Jaime se assusta e tenta fugir.

Lucy: Não gostou?

Jaime: o que você fez?

Lucy: O mesmo que você, saciei meu desejo.

Jaime: Isso é bizarro.

Com um movimento de mão, Lucy faz Jaime contorcer-se de dor, seu pénis é arrancado, voando até Lucy, ela deixa-o lá, indo atrás dos dois meninos que fugiam.

Os meninos corriam, um deles tropeça, quanto o outro volta para ajuda-lo, Lucy caminhava sorrindo, nua suja de sangue.

Lucy: Sua mãe não ensinou que é errado espiar?

Menino: Desculpe.

Menino 2: É que você é muito gostosa.

Lucy (sorrindo): Isso é verdade, onde vocês moram?

Um menino aponta para sua casa, Lucy percebe que estava perto, ela lambe seus lábios, enquanto os meninos pensavam que estavam a salvo.

Pouco depois Lucy terminava de se arrumar na frente do espelho do banheiro, ela procura algo de valor, mas não encontra.

Lucy: Que lixo.

Os moradores haviam sido transformado em uma pasta de sangue no meio da sala, ela dá uma ultima arrumada no cabelo e vai embora.

Rafaela estava sentada na varanda do quarto da pensão, ao lado de Mateus, ele aplicava uma injeção nela, Rafaela estava feliz, pois normalmente era uma enfermeira que faz isso.

Mateus: Você ficou machucada.

Rafaela: Não, foram só algumas batidas, já estou bem.

Mateus: Deveria Ter mandado reforços, me desculpe.

Rafaela: Eu causei muitos problemas?

Mateus: O Diretor ficou furioso, caso aconteça alguma destruição parecida, ou caso você perca o controle, não volte para cá e nem procure ninguém, a não ser eu.

Rafaela fica preocupada, triste, furiosa, mas feliz pela preocupação de Mateus, ele entrega o número de um celular secreto, que mais ninguém tinha acesso.

Os dois continuam conversando, Rafaela sorria o tempo todo, porém Mateus parecia preocupado.

Rafaela: Ontem, quando ela tentou me matar, eu fiquei com medo de morrer, foi a primeira vez que me senti assim.

Mateus: Você ainda é humana.

Um ano atrás chovia muito, uma garota de 15 anos, vestida apenas com sua lingerie, escorregava pela lama chorando, perto do carro de seu namorado, esse tinha a cabeça recém explodida, ainda confusa engatinhava, escorregando na lama, ela segura a perna de Rafaela, essa fica irritada e chuta a menina.

Rafaela: Não me suje.

Garota: por favor, me ajude.

Rafaela: Claro.

A garota flutua no ar, cada braço é puxado para um lado, a garota tem seu braço direito decepado, ela grita de dor, em seguida sua perna é arrancada, a garota cai na lama, seu outro braço continua estendido, quando finalmente é arrancado, ela morre. Rafaela percebe que a chuva não caia mais em seu rosto, Mateus entrega um guarda-chuva para ela, ele se ajoelha e seca a garota.

Rafaela: Por que ela fez isso?

Mateus: Ela?

Rafaela: Aquela garota.

Mateus: Ela não sabe se controlar, quando ficou excitada todo seu poder surgiu de uma vez.

Rafaela: Ela não sabia?

Mateus: Ninguém a treinou, sua força ficou adormecida.

Rafaela parecia arrependida pelo que fez, percebendo Mateus segura seu rosto levantando-o, Rafaela fica envergonhada.

Mateus: Você fez o certo, aquela garota era uma ameaça, ela poderia matar outras pessoas.

Rafaela: Você não podia ajuda-la, como fez comigo?

Mateus: Ela já tinha 16 anos, era muito tarde.

Rafaela: Usar esses poderes é muito bom, mas ontem a noite...

Mateus: O Acidente? O que aconteceu?

Rafaela: Eu pensei em você.

Lellith estava afastado deles, usando um celular para comunicar o sucesso da primeira missão de Rafaela.

Teresa consegue levantar-se da cama com dificuldades, Luana a ajudava a andar, enquanto Jorge ficava n andar e baixo contrariado.

Luana: Você sabe por que sobreviveu?

Teresa: É estranho, essa coisa parece estar ligada as minhas emoções.

Luana: Como é, quando você move as coisas?

Teresa: É bom, quente, uma coisa que corre meu corpo, uma sensação de prazer muito forte, que me domina.

Luana: Parece sexo.

Teresa (sorrindo): Sim, se eu tivesse feito, parecido com quando eu beijei o Jorge, só que mais intenso.

Luana (mudando o assunto): E agora?

Teresa: Se eu me controlar consigo ficar bem, eu também sinto outras, uma está longe, a outra só “aparece” de vez em quando, eu acho que elas não sabem onde estou.

Rafaela estava de pé olhando o por do sol pela janela, vendo o reflexo de Mateus conversando com os homens de preto pela janela, enquanto cerra seus punhos sobre sua coxa.

Rafaela: A outra garota, deve chegar a manhã a noite.

Mateus: Descanse até lá e não se preocupe com nada.

Lucy entra em um bar rebolando, ela senta-se em uma mesa de sinuca, esperando que todos a olhem.

Lucy: Preciso de uma carona.

Fim