Gênesis 5.

DEG

Lucy estala seus dez dedos, ela sorri ao ver Rafaela, na outra extremidade da rua principal, o sol começa a se por.

Um carro voa na direção de Rafaela, esse para no ar, sendo jogado para trás, os soldados que estavam assistindo o confronto ficam assustados pois nunca tinham visto algo desse tipo.

Rafaela: Na próxima vez, use a imaginação.

Lucy: Que tal ataca-la com aqueles soldados?

Ela sorria, enquanto Rafaela olha para em volta, um sniper cai morto, os demais soldados abrem fogo, Rafaela foge voando, Lucy estava parada, as balas param no ar, como se tivesse uma barreira invisível, ocorre uma explosão onde estavam os soldados.

Teresa ouve a explosão, ela brincava com a cabeça de um soldado, girando-a de um lado para o outro, os demais soldados estavam mortos, seus corpos espalhados pelo chão, em volta das cadeiras, juntamente com seus órgãos internos.

Mateus abre os olhos, ele estava dentro de um prédio, Rafaela estava a seu lado, olhando em outra direção.

Rafaela: Você está seguro aqui.

Lucy senta no peito de um soldado sem braço, ela passa seu dedo na ferida dele, provando o sangue, ela sorri de maneira sedutora.

Lucy: Então? Quem eu devo matar?

Ela aponta vários soldados gemendo de dor, cada um deles tinha uma parte do corpo retirada, Lucy é jogada longe, Rafaela pula sobre ela, as duas garotas rolam no chão, Rafaela tenta enforcar sua inimiga, que a joga longe.

Rafaela fica de pé, quando recebe um golpe de ar, sua blusa é rasgada, Lucy sorria, como se estivesse vidrada em sua inimiga.

Lucy: Fica melhor assim.

Rafaela: Você vaio de muito longe só para me encontrar?

Lucy: A emoção de encontrar alguém como eu, sabendo que você poderia me matar, assim como eu posso mata-la é a melhor sensação do mundo.

Ela voa na direção de Rafaela, socando-a, as duas caem no chão, Lucy começa a enforca-la, Rafaela estava perdendo sua consciência, quando estica seu braço pelo chão, ela encontra uma pedra, usando-a para atingir a cabeça de Lucy, essa cai desacordada, Rafaela tenta recuperar seu fôlego.

Rafaela: Minha vez.

Lucy é jogada contra um carro, atravessando o para-brisa, Rafaela levanta-se, quando é jogada longe, Lucy sai de dentro do carro, voando sobre ela, Rafaela cai de costas no chão, ela gira contra sua vontade, ficando de joelhos, com suas mãos para trás e cabeça afundada no chão, Lucy cai na sua frente.

Lucy: Isso foi uma decepção.

Rafaela não conseguia respirar, perdendo sua consciência, lágrimas saem de seus olhos, ela grita, Lucy é atirada para trás com, tendo suas roupas rasgadas, Rafaela corre em desespero, Lucy salta sobre ela, mordendo seu pescoço, provando o sangue de Rafaela, essa fura os olhos de Lucy com seus dedos, a garota fica de pé, gritando de dor, as casas começam a tremer, algumas desabam, o som de um tiro, Lucy cai morta no chão, Rafaela vê Mateus com uma arma.

No DEG Lellith entra no quarto 05, ele caminhava lentamente esperando que seus olhos acostumem-se com a escuridão, sabendo que estava sendo observado, a porta fecha lentamente, deixando-o sozinho, com aquela garota.

Lellith (cantando): Elizabete.

Elizabete (escondida no escuro): Você é um dos homens de trás do espelho?

Lellith: Tenho uma surpresa para você.

Nenhuma resposta, Lellith estava sozinho, no escuro, com aquela criança assassina, ele ouve passos, não enxerga nada, ela encosta seu corpo nas costas dele, sua boca em sua orelha

Elizabete: O que você vai me dar? Não estou vendo nada?

Lellith: Você enxerga nesse escuro?

Elizabete: Eu vivo no escuro.

Lellith: Não vive mais, você vai sair.

Ele percebe que a garota tinha saído de perto dele, Lellith sente medo pela primeira vez, a porta abre-se, Elizabete estava parada na frente dela sorrindo, Lellith fica aliviado.

Mateus estava de pé, ao lado de Rafaela, encolhida, tentando conter sua força, ela tremia, um cadáver flutua no ar e se desmancha, seus órgãos são atirados em direções opostas, Rafaela agacha, apoiando-se em seus joelhos e pulsos recuperando o fôlego.

Rafaela: Teresa ainda está viva.

Mateus: Como você está?

Ela tenta ficar de pé, mas cai, Mateus a ampara, Rafaela cora, Mateus a ajuda a andar até um lugar onde possa sentar-se.

Mateus: Ela está longe?

Rafaela: Teresa não me preocupa, tem outra pessoa mais perigosa vindo para cá.

O celular de Mateus toca, ele identifica o número do DEG, não atende, pois sabia o que era, os dois avistam Teresa, ela olhava para eles seriamente, Mateus procura sua arma no bolso do paletó, Rafaela o impede.

Teresa: Quem sou eu?

Pouco depois os três estavam dentro de uma casa, Rafaela vestia o paletó de Mateus, enquanto descansava deitada em um sofá, Teresa estava sentada em uma poltrona, Mateus estava de pé olhando pela janela.

Mateus: Todas as espécies possuem um limite que podem evoluir, esse limite está armazenado no DNA de cada espécie, quando esse limite é atingido a espécie entra em extinção.

As duas garotas olhavam as costas De Mateus, surpresas com aquelas palavras, sem saber que de todas as revelações a serem feitas aquela era a mais simples.

Mateus: Aproximadamente há trinta anos um geneticista chamado Don Gillian descobriu que a espécie humana havia atingido esse ápice evolutivo, nosso destino era desaparecem em algumas décadas – ele respira profundamente – talvez mereçamos isso.

Um jovem Don caminhava pelos corredores do recém nascido prédio do DEG, parando na frente de uma porta, onde lia-se “sala de armazenamento de semem ”, ao seu lado Paola, outra cientista.

Paola: Se você for em frente agora, não poderá mais voltar.

Don: Voltar? Estamos falando da manutenção da vida na Terra, do controle sobre essa vida, estamos falando de uma oportunidade única de escrever nosso destino, não existe sorte ou azar, nem acaso ou infortúnio, não existe designação divina, o que existe é a ciência, sim eu quero entrar.

Eles entram, caminhando por um longo corredor, formado por colunas, vários trabalhadores manipulavam os genes, Don sorria de satisfação.

Paola: Estamos preparados para iniciar, 50% são homens e 50% são mulheres.

Don: Evolução, a chave para nossa sobre-vivência, conseguimos criar uma nova espécie com as melhores qualidades humanas.

Nove meses depois, na unidade hospitalar uma mulher entra em trabalho de parto, a equipe médica estava empolgada, estava para nascer o futuro da humanidade.

Enfermeira: Contrações de dois em dois minutos doutor.

Médico: Empurre.

A mulher faz força, ela grita, o sangue espirra sobre a equipe médica, ela morre, apavorado o médico cai para trás, andando de costas, sua cabeça explode, um feto engatinhava para fora do corpo da mulher, as enfermeiras gritam, elas tentam sair, mas a porta estava fechada, uma delas bate na porta em desespero, o feto aproxima-se, as pessoas a sua volta morriam, a enfermeira cai no chão, olhando aquele feto que engatinhava, uma força a obriga a abrir suas pernas o feto aproxima-se dela, que gritava.

Observando a cena, em um lugar seguro estavam Paola e Don, atrás de um vidro reforçado.

Don: Acabe com isso.

Paola aperta um botão, na sala de parto saem gases venenosos sufocando a enfermeira e o feto.

De volta ao presente Mateus encarava as duas garotas, ele recosta seu corpo na parede, elas estavam apavoradas com aquela história.

Mateus: Eu vi apenas imagens gravadas e ouvi relatos do próprio Don, nessa época eu ainda não estava no DEG.

Teresa: Quando você se envolve nessa história.

Mateus: logo após sua fuga.

Paola estava morta no chão, parecia ter sido assassinada.

Mateus: Eu e Lellith fomos convidados a participar desse projeto, ainda na faculdade, mas tivemos poder real logo após sua fuga.

“13 anos atrás ele e Lellith estavam atrás de um vidro grosso observando alguma coisa.

Lellith: Está melhor que o previsto.

Mateus: Só temos ela?

Cientista: Sim, as demais foram descartadas, sem contar as que fugiram.

Lellith: Nem me diga, é por isso que estamos assumindo.

Do outro lado do vidro, Rafaela, com três anos, alterava a imagem de uma televisão apenas com a força de seu pensamento”.

Rafaela: Por que você faz o que faz?

Mateus: Curiosidade, foi por isso que eu aceitei entrar no projeto, mudei minha opinião dois anos depois, com a morte de minha esposa.

Onze anos atrás Mateus estava de pé a frente do corpo de Joana, seu sangue escorria pelo chão, ele olhava suas mãos em completo desespero, Mateus grita “não”.

Mateus: Lellith era diferente, ele é egocêntrico e quer estar vinculado a esse projeto, se Lellith não pode ser Deus ele contenta-se em ser Gabriel e anunciar a criação.

Teresa: Aquela criança nasceu de uma mãe, quem é a minha mãe?

Mateus: Você nunca teve, nenhuma das duas, depois daquele – procurando as palavras – aborto Don decidiu mudar seus planos, vocês são geradas em úteros sintéticos, ao atingirem nove meses são levadas para o berçário, onde começam os testes.

Rafaela: Somos cobaias.

Mateus: Sim, o verdadeiro projeto é enganar a evolução, alterando a genética humana, vocês são a primeira parte de um projeto maior.

Rafaela: Desde que eu nasci só senti a presença de mulheres, você disse que no início as cobaias estavam divididas pelo sexo...

Mateus: Só produzimos mulheres, vocês já perceberam que quando usam seus poderes vocês entram em êxtase, quanto mais usam mais prazer sentem, ao atingirem o máximo desse prazer vocês correm o risco de perder o controle...

Teresa lembra-se de quando acordou ensopada pelo sangue de seu primo, algumas imagens vêm a sua mente, de seus tios morrendo, uma lágrima escorre por seu rosto.

Mateus (continuando): Os homens não conseguiam lidar com esse prazer tão repentino e perdiam facilmente o controle.

Dois helicópteros pousam naquela cidade deserta, de um deles saem soldados armados, de outro sai uma equipe com Elizabete, uma linda adolescente de vestido rosa, dentro da casa as duas garotas percebem, Mateus engatilha sua arma.

Mateus (olhando para Rafaela): Vá embora.

Rafaela: O que?

Teresa: E eu?

Mateus: Você ainda não consegue controlar seu poder e pode ser facilmente rastreada, se ficar com Rafaela ela também será pega.

Rafaela: E você?

Mateus: Minhas ordens eram para mata-la caso não lidasse com aquela garota sem expandir por demais seus poderes, tem um endereço no bolso do meu paletó, lá você vai encontrar dinheiro suficiente para se manter por anos, as economias de uma vida.

Rafaela: Eu quero ficar com você.

Mateus: Não, pelo menos você tem que viver.

Teresa: Você não vai me abandonar, eu não tenho culpa de ser o que sou, não pedi para vocês me criarem e agora eu vou Ter que morrer pelos seus erros?

Mateus: Os filhos pagarão pelos pecados do pai.

Ele sai da casa, Teresa fica olhando para baixo, enquanto Rafaela olhava as costas de Mateus sumirem de vista.

Fim