A força do mal!
- Acorde Amélia!-chamava Bruna preocupada com a amiga.
Nada de resposta, então Bruna entrou no quarto e avistou a amiga caída no chão. Sem saber o que fazer, ela ligou para Otavio, "namorado de Amélia".
- Alô!
- É você Bruna?
- Sim Otávio! Eu preciso da sua ajuda!-respondia ela sem saber o que fazer.
- O que esta acontecendo?
- A Amélia não acorda! Eu a encontrei caída no chão do quarto.
- Me espere que eu já estou indo!
- Não demore, por favor!-pedia Bruna.
Otávio pegou a chave do seu carro e foi direito para a casa de sua namorada. Saiu do seu serviço sem dar satisfações. Descontrolado, ele dirigia como um doido. Perder aquela mulher, era perder a sua própria vida. Passava pelos quebra-molas e quase atropelou uma adolescente que passava distraída pela pista.
Foi assim que ele chegou na casa da sua namorada, passando por cima de tudo. Estacionou o carro de qualquer jeito e subiu rapidamente ao quarto de Amélia:
- Onde ela está?-perguntava ele para Bruna.
- Ela esta louca!
- Do que você esta falando? Cadê ela?-perguntava ele.
Bruna lhe mostrou as manchas de sangue em sua perna e disse:
- Olha o que ela fez em mim!
- Por que ela fez isso?
- Eu não sei!
Alguns segundos se passaram e Amélia apareceu totalmente diferente dizendo coisas absurdas:
- Oi seu otário!
Sem entender nada, Otávio a segurou pelos braços irritado, mas a força dela era incontrolável.
- Não é ela Otávio! A Amélia está com o exorcismo!
- Ficou louca Bruna?
De repente uma gargalhada assustadora. Os dois foram se afastando e Bruna trêmula perguntou ao amigo:
- O que vamos fazer?
- Eu não sei!
- Ela vai nos matar!
- Cale a boca Bruna! Deixe-me pensar!-pedia ele desesperado.
Amélia segurava uma faca de cozinha afiada e apontou ao rosto da amiga:
- Eu vou acabar com esse rosto de anjo!
- Por favor, Amélia! Não me machuque!-implorava Bruna derramando lágrimas.
A fisionomia de Amélia estava totalmente estranha. O seus olhos estavam brancos revirados e sua voz assustadora.
- Por favor, não!-implorava Bruna por sua vida.
Amélia a rasgou lhe deixando totalmente desfigurada e a jogou na parede com uma força brutal. Só se ouvia choros naquele exato momento. Otávio foi se afastando para trás e Amélia disse:
Vou matar você e depois acabo com a vida da vagabunda da sua namorada!
- Vai a merda!-disse Otávio lhe jogando um vaso na cabeça. Amélia caiu e ele amarrou-a e seguidamente chamou uma ambulância para Bruna.
- Eu vou morrer Otávio! Olha o meu rosto como esta!
- Calma Bruna! Me ajude amarra-lo nessa cadeira aqui!-pedia ele segurando a cadeira.
Passaram-se alguns minutos e aquele espírito maligno acordou. Aquele rosto era impossível de não ter medo. A ambulância havia chegado e levou Bruna ao hospital.
- Chamem um padre para mim!-pedia Otávio aos bombeiros.
- Um padre?-perguntou um deles sem entender nada.
- Eu vou é matar qualquer padre que aparecer aqui!
- Cale a boca seu diabo dos infernos!
- Vou possui-la e você nunca mais a verá!
Otávio entrou em pânico e irritado começou a quebrar tudo dentro do quarto de Amélia.
- Seu idiota! Você vai voltar para onde veio!
- Mas levo ela comigo!-dizia aquele demônio debochando.
Otavio sentou-se chorando sem saber o que fazer para salva-la. Pegou uma bíblia e começou a rezar.
- Pai nosso que estais no céu, santificado seja o vosso nome...
- Seu desgraçado! Acha que rezando vai adiantar alguma coisa! Você não confia em Deus! Ele não vai ajuda-lo!-dizia o demônio lhe deixando cada vez mais irritado.
- Cale a boca seu infeliz! Solte ela agora!-dizia ele irritado.
Amélia voltou a si naquele exato momento de loucuras e descontrole. Olhou profundamente nos olhos do namorado e implorou:
- Não me mate... Solte-me Otávio... Eu não quero morrer!
- Você não vai morrer meu amor! O padre já deve esta chegando.
- Me ajude!-pedia ela.
O padre acabara de chegar e entrou no quarto. Pediu ao Otávio para manter tudo fechado.
- Acalma-se! Vamos liberta-la das garras do mal!
- Me ajude padre!-pedia ele.-Eu não quero perde-la!
- Faça tudo que eu mandar filho! Ela ficará bem.
Aquela libertação durou quase 2 horas. O padre tirou aquele demônio do corpo de Amélia e fraca ela desmaiou nos braços de Otavio.
- A leve ao hospital! Ela esta muito fraca.-pediu o padre.
- Obrigado padre!
- Tenha mais fé filho! Ela poderia ter morrido!
- Nem me lembre! Sem ela eu morreria!
- E era isso que o demônio queria! Ele que nos possuir, mas a força de Deus é maior.
Otávio a levou ao hospital e deram medicação a Amélia. Os médicos ficaram curiosos perguntando o que tinha acontecido com ela, mas ele não disse se quer uma palavra.
- Posso vê-la doutor?
- Pode sim! Ela já esta bem!
- E a minha amiga Bruna?
- Essa está com o rosto todo desfigurado. Ela não quis nos contar o que aconteceu.
- Eu quero vê-la primeiro!
Otávio entrou no quarto onde Bruna se encontrava e assustou-se ao ver o delicado rosto de sua amiga acabado.
- Vai embora!-pedia ela.
- Você vai ficar bem!
- Vou ter que fazer cirurgia e plástica para tentar ter o meu rosto de volta. Tudo culpa da Amélia.
- Não é culpa dela Bruna! Ela também esta fraca! O demônio quase nos matou!
- Me deixe sozinha! Vai embora.
- Eu lamento pelo o que aconteceu!-disse ele beijando-a nas mãos.
Alguns dias se passaram e tudo estava tranqüilo. Bruna ainda estava no hospital e já tinha feito a sua primeira cirurgia.
Amélia e Otavio andava de mãos dadas pela calçada quando algo estranho aconteceu.
- O que foi meu amor?-perguntou Otavio.
- Ele vai voltar para nos buscar...
- Cale-se! Não diga essas bobagens!
Amélia calou-se e foi direto para a pista onde os carros passavam toda hora.
- O que você esta fazendo? Olha o carro vindo!
Um Vectra de cor prata vinha com toda velocidade e atropelou-a:
- Não!-gritou ele correndo para os braços da namorada toda suja de sangue:
- Voce vai ficar bem meu amor... Está me escutando?
- Ele conseguiu Otavio!-dizia ela ainda com voz.
- Não se esforce! Você não vai morrer!
- Cuidado! Não deixe ele te matar...
- Você não pode morrer Amélia!-dizia ele com os olhos cheio de lagrimas.
Amélia partiu nos braços do homem que mais amou na vida. Arrasado, ele foi direito para casa e não se conformava com a morte da namorada.
Dona Anita, mãe de Otavio acabara de saber da noticia e foi ao quarto do filho consola-lo. Anita entrou no quarto de Otávio e não acreditou:
- Não!-disse parada na porta sem conseguir se mexer.
Otavio havia se suicidado. Pegou uma corda e se enforcou. Não passava pela sua cabeça ficar sem ela, a mulher que tanto amava e que morreu em seus braços. A sua decisão foi a sua própria morte.