MICRO CONTO_ A FLORESTA

Jéssica, uma garota que morava, perto de uma densa floresta, era muito curiosa, para saber o que havia lá. A noite, era possível ouvir gritos de socorro desesperados e passos de pessoas apressadas. Parecia que ninguém ouvia nada, somente a pequena garotinha, que fizera 11 anos no mês passado. A garota, já não agüentava mais ouvir aquele mesmo desespero todas as noites.

Acordou, pensando em como iria fazer para sair dali aquela noite, e sem sua mãe saber. Pensou. Decidiu que iria esperar sua mãe dormir, para entrar floresta adentra e descobrir o que realmente havia lá. Pensava que eram pessoas pedindo socorro ou algo do tipo, pois turistas vinham de toda parte, para explorar a floresta. Jéssica, não acreditava muito nessas coisas de fantasmas ou espíritos.

O dia finalmente chega ao fim, para a felicidade da garota. A janta e servida, e finalmente, Jéssica e sua mãe, se deitam. O silêncio absoluto ia deixando a garota, com mais medo do que poderia ter naquela floresta escura e assustadora. A mesma, se levanta da sua cama, e veste seu novo casaco que ganhará de aniversário.

Estava frio naquela escuridão, seus olhos, eram incapazes de ver alguma coisa, suas pernas ficaram trêmulas a todo o momento, olhava para trás, com medo de que sua mãe a chamasse. Passos passaram rapidamente atrás da garota, que começou a andar com muito mais pressa. Seus cabelos castanhos voavam sobre a brisa fria que batia em seu rosto.

Os gritos foram ficando cada vez mais fortes, a garota já se encontrava floresta adentro perdida, já não sabia, mas como voltar para casa. Cansada de procurar a saída, sentou em algo que de início era seco, mas fora ficando molhado. Sim. Aquilo era sangue, que escorria de um corpo qualquer, irreconhecível, deitado sobre as folhas que ali estavam caídas na floresta.

Assustada, Jéssica corre em direção ao nada, mas o que a mesma queria era ficar longe daquela imagem, que paralisava sua mente. Já muito cansada, a garota parou em um tronco de árvore seco.

Ao parar no tronco, deparou-se com uma caverna escura. Eram de lá que os gritos vinham. Parecia que alguém estava a observando. Com medo, a garota entrou para dentro da caverna, pensando em encontrar, pessoas que ajudariam sair dali. Os gritos foram ficando cada vez mais fortes. A caverna era quente, escura e úmida. Sentiu um breve arrepio ao entrar naquele lugar, que mal conhecia.

Assustada, Jéssica queria voltar para casa, tentou pedir ajuda, mas os gritos não paravam. A garota deitou-se no chão, estava tonta. Os gritos pararam. A mesma, ignorou o silêncio, até voltar a si.

Levantou-se do chão, e foi em direção, de onde ela havia certeza de que os gritos vinham. Passos rápida e pesada passava ao lado de Jéssica, que agora sentiu falta de seu casaco branco.

Ao chegar, onde deveria, viu um lugar muito esquisito. Havia corpos e sangue em todo lugar, o cheiro era desagradável. Havia um homem, sentado em um trono, onde havia dois crânios podres. Pediu ajuda ao homem, mas ele voltou-se para Jéssica, dizendo que seria ela, o jantar daquela noite.

O homem deu uma espécie de marretada na cabeça da garota, que logo desmaiou. O sujeito, que ali estava, havia tirado toda a roupa de Jéssica e amarrada com firmes cordas em tronco velho de árvore fora queimada na fogueira viva.

O homem, se sentado à mesa, fora servido com uma parte do corpo de Jéssica, lambia o sangue que escorria com gosto e satisfação. Havia feito o seu jantar, que há bastante tempo, esperava dentro daquela floresta escura.

Amanheceu, a mãe da garota, a estranhou ainda não ter acordado, foi até quarto dela, mais, não á viu. Fora até a cerca, onde dividia o lote com a floresta e encontrou apenas um bilhete e a blusa da garota, banhada a sangue e leu a seguinte frase:

"Curiosos também têm um belo sabor."

#FIM

Marsha
Enviado por Marsha em 10/02/2009
Código do texto: T1431981
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