Sombra Morta (em versos)

A cada passo

Dá pra sentir

Teu respirar

A perseguir

Ofegante

Inodoro e perto

Distante

Assombrado

Incerto

Arrastado

Sombra morta

Em minhas costas

Pesado

Inerte, instável

Não me deixa comer

Não me deixa dormir

Onde olho, posso ver

Teu vulto junto a mim

Sussurrando tão baixinho

Que só eu posso ouvir

Tira meus pés do caminho

Mostra o atalho a seguir

Apresenta-me tantas coisas novas

Mostra-me beleza no impuro

Presenteia-me com flores mortas

Leva-me ao meu lado obscuro

Por onde passo, as luzes apagam

E minha aparência agora tira sua paz

Aqueles que um dia me olharam

Hoje não me reconhecem mais

Quero descansar, tento dormir

Mas seu gemido quer me ensurdecer

Saia debaixo da minha cama

Mas até de olhos fechados consigo te ver

A noite está caindo

O silêncio se fez presente

Mas continuo sentindo

Tua mão gelada

Em meu pé dormente

A madrugada está sublime

Já faz parte de mim esse peso morto

Cuidado, não se aproxime

Já não sou eu dentro do meu corpo

Sem corpo

Mais uma alma perdida

Virei a sombra

Da minha própria vida

Poetisaflor
Enviado por Poetisaflor em 28/04/2009
Código do texto: T1564008
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.