Diário de um Vampiro: O Nascimento de um Vampiro

Meu nome é Carlos, tenho 31 anos e sou professor em uma escola pública, isso por si só mostra o quanto é estressante minha vida, ser professor ainda mais em escolas publicas é um tormento a qualquer um, mas hoje em especial as coisas pareciam piores. Desde a primeira hora do dia tudo vinha dando errado, então na terceira aula, avisei a diretora que estava passando mal e fui para casa, fisicamente não tinha nada, mas realmente precisava muito descansar. Fui direto para cama quando cheguei e dormi como uma pedra.

Quando acordei eram 21:00 h, aproveitando que era sexta feira resolvi dar uma volta pela cidade. Cidade pequena como a minha onde tudo mundo se conhece tem suas vantagens, mas estas são poucas, principalmente para quem tem animo para ir a farra todo dia. Estava me contentando em rodar um pouco de carro e voltar para casa, mas de repente eu a vi, uma garota linda, morena, olhos negros, pele clara, fiquei de queixo caído, nunca a tinha visto antes, o que era realmente um milagre já que não tinha como esquecer aquela figura.

Parei o carro e fui até o banco da praça em que ela estava sentada, com a cara de pau que deus meu deu puxei assunto.

- Ola tudo bem, sabe eu estava passando por aqui e vi você sentada sozinha e pensei...

- Em qual das três vezes que você passou por aqui você me viu?

- Desculpe, é que antes eu tinha pensado que você era uma aluna minha, só quando cheguei mais perto é que percebi que não era, bem desculpe vou indo, até mais!

- Só faz convites a suas alunas?

- Na realidade iria falar com ela sobre uma atividade escolar que ela precisa fazer.

- Sei, imagino que sim. Mas não vai me convidar para dar uma volta de carro me mostrar a cidade?

- Bem, percebi que você não era daqui, não teria como esquecer de você!

- Chega de conversa, vamos logo!

Parecia que minha sorte tinha mudado, uma gatinha de 20 anos praticamente implorando para entrar no meu carro, era tudo que eu precisava para melhor meu dia. Ela entrou no carro e começamos dar uma volta pela cidade.

- Bonita a noite né? Céu estrelado, lua cheia..

- Um verdadeiro espetáculo. – Disse ela – Conhece algum lugar tranqüilo para a gente conversar?

- Minha casa que tal? – Após dizer isso ela olhou para mim e antes que eu pensasse que havia sido apressado ela sorriu de um jeito sensual e confirmou com a cabeça.

Chegamos a minha casa e ela só desceu do carro depois de entrar na garagem, não queria ser vista, para mim era melhor também, ao queria aranhar minha fama de bom moço.

Mal entramos em minha casa começamos a nos beijar, sentia uma emoção forte dentro de mim, era algo que nunca tinha sentido antes, quando ela começou a beijar meu pescoço, uma sensação de êxtase me dominou, não tinha sentido algo tão bom. Ao mesmo tempo comecei a sentir um certo cansaço e a dor começou a se destacar, percebi então que ela estava mordendo meu pescoço, tentei pedir para parar mas ela não me ouvia, quando a dor aumentou eu a empurrei com toda a força que ainda me restava, ela caiu no chão da sala e eu senti o sangue escorrendo pelo meu pescoço, olhei para ela e por um momento fiquei paralisado. Seus olhos estavam vermelhos, em sua boca suja de sangue se destacavam dois caninos imensos, ela me olhava com a fúria de um animal faminto.

- O que diabos é você! Se afaste de mim! – Jogue uma cadeira sobre ela e corri para cozinha, peguei uma faca e fiquei esperando para ver se ela vinha até mim, meus olhos estavam fixos na porta não havia como ela chegar a mim por outro caminho. O silencio me fez pensar que ela tivesse ido embora.

O tento em cima de minha cabeça se quebrou pulei para o lado mas ela já estava em cima de mim.

- Desista, sou mais forte que você, mais rápida, sei o que você está pensando agora, estarei sempre a um passo de você!

- O que você é ? Uma vampira?

- Pode ser, acho que sim, me transformei a uma semana, tentei evitar mas a fome por sangue é muito grande, você vai ser minha primeira vitima, sinto muito!

Ela era muito forte não havia como ganhar fisicamente, para minha sorte era inexperiente, a anestesia que havia utilizado inicialmente não fez mais efeito e eu estava consciente do que estava acontecendo, e ela ainda desajeitada em sua nova condição acabou permitindo que eu libertasse minha mão enquanto ela sugava meu sangue, aproveitando a pouca força que tinha enfiei a faca em seu copo de imediato ela se afastou gritando de dor.

Sua ferocidade tinha aumentado e envolta do primeiro ferimento tinha se formado uma mancha preta, então avancei sobre ela novamente e atingi seu coração o corpo dela se desfez em pó. Olhei para a faca que tinha em minha mão e percebi que era o presente que tinha ganhado de meu avô a muito tempo atrás era de prata pura, mais um enfeite que uma arma, mas havia sido muito útil para me salvar.

No dia seguinte não fui trabalhar estava muito cansado, e a luz do sol estava me incomodando muito e dormi a maior parte do tempo, agora chegou a noite e me sinto novo, como se tivesse renascido muito mais forte. Antes de sair porem confirmei meus pensamentos, vampiros são alérgicos a prata, foi por isso que consegui me salvar, um metal comum não teria nenhum outro efeito, tivesse certeza disso quando toquei na faca de prata e minha mão queimou, agora com licença vou dar uma volta pela cidade, tenho que me adaptar a minha nova condição, não sei se terei coragem de me alimentar de sangue humano hoje, mas a fome está suportável, por enquanto...

Marlon S Lopes
Enviado por Marlon S Lopes em 04/07/2009
Reeditado em 09/07/2009
Código do texto: T1681691
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