O quarto

Essa é uma história real. E posso afirmar isso, pois eu a vivi.

O ano era 1978 ou 79 não me recordo ao certo.

Morávamos eu e minha família que era composta de meus pais, uma irmã e um irmão, todos mais velhos que eu.

A casa em que morávamos tinha 2 quartos pequenos, sendo que eu e meu irmão dormíamos em um e meus pais e minha irmã dormiam em outro.

E obviamente ficava um pouco desconfortável em função do tamanho do cômodo, conforme já comentei.

Nossa casa ficava num espécie de chácara, mas bem próximo do perímetro urbano da cidade.

Havia outras casas na referida chácara, inclusive o dono do imóvel também morava lá.

O lugar era bem tranqüilo e havia outros garotos e garotas de minha idade por lá.

Pois bem, meus pais então conversaram com o dono do imóvel sobre a possibilidade de se construir um novo quarto, visto que anexo à casa havia uma espécie de rancho que outrora servirá para alguma coisa, mas que no momento estava desativado.

Tornando-se então fácil para se adaptar um novo quarto à casa.

O dono do imóvel, muito gente boa disse que sim, que poderia construir sem problemas

Fizeram-se as alterações necessárias e foi aberto uma porta no quarto de meus pais dando acesso ao novo comodo que seria usado por minha irmã.

Os móveis usados por ela foram então transferidos para lá, sendo a cama e uma cômoda.

Havia também na parede duas saliências tipo uns pilares, e que serviram para uma estante improvisada onde com o consentimento de minha irmã, coloquei uma coleção de gibis e outras coisas minhas.

Sendo assim, tudo bem arrumadinho, minha irmã passou a dormiu nesse quarto.

Por bem pouco tempo.....

Meus pais e irmãos sempre trabalharam fora. Eu ficava sozinho.

Sempre gostei de ler e meus gibis e livros eram meus amigos.

E como já comentei, levei meus gibis e livros para o quarto. E sempre estava por lá, lendo, arrumando, enfim.

Bem pouco tempo depois comecei a me sentir estranho no quarto. Uma sensação ruim, um mal estar.

Toda vez que entrava lá, sentia a presença de alguém, como se estivesse entrando no tal cômodo de alguém sem pedir licença.

Sim, a sensação era real, eu nunca estava sozinho naquele quarto, um medo tomava conta de mim e simplesmente não conseguia lá. Um medo que me arrepiava o corpo todo.

Percebi então que minha irmã também não estava se sentindo bem no novo quarto. As mesmas sensações que seu sentia ela também sentia, só que era pior ainda, pois ela dormia lá.

Sim, digo dormia, porque em poucos dias ela também voltou para o junto de meus pais. Eu já havia retirado minhas coisas do quarto,

deixando-o ficou vazio. A porta de acesso foi fechada novamente.

Não sei explicar o que foi aquilo, mas algo habitava aquele quarto.

Passado algum tempo nos mudamos daquela casa. Nunca falei com minha irmã sobre esse assunto.

Mas até hoje sinto arrepios quando me lembro.

Quando me lembro do quarto e das sensações que senti quando adentrava-o.

E não quero saber quem ou o que estava lá.

E se continua lá.

Paulo Sutto
Enviado por Paulo Sutto em 03/11/2009
Reeditado em 29/12/2010
Código do texto: T1902557
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