A capela da beira da estrada

Havia uma estrada escura rodeada de árvores altas.

Cheia de pedrugulhos. Era bem longa e reta.

Uma capelinha antiga e abandonada.

O cheiro de vela e flores era sentido por algumas pessoas que por ali passavam.

À noite poucos se aventuravam a caminhar por ela.

Diziam que ouviam gritos e gemidos quando se aproximavam da tal capela.

Outros ver o claro de velas dançando ao vento e que ali o céu sempre estava negro.

E o cheiro era forte, fétido de enxofre, cheiro de sangue. Cheiro de morte.

A capela era muito antiga e a lenda também.....

Conta-se que naquela capela havia um padre que caiu em tentação e se envolveu com uma menina muito jovem. Uma garota adotada por um casal sem filhos.

Muitas pessoas viviam naquelas redondezas. E todos gostavam do padre.

Nunca, em nenhum momento iriam imaginar o que se passava naquela capela.

Ele entrou numa viagem insana. promenteu muita coisa à menina que sabia, jamais poderia cumprir.

A bem da verdade, ela era muito mais manipuladora do que ele podia imaginar.

O envolveu vagarosamente, a cada dia, a cada gesto e palavra.

Ele nem percebeu onde estava entrando e o que o esperava.

Os pais adotivos da garota nunca imaginavam nada. Eram inocentes. Eram puros.

Numa tarde, ela vai até a capela. O seduz. O convence que se amam.....

E como a carne é fraca, ele cai.

Fim de tarde, ela se vai. Ele fica arrasado. Pecou contra os céus.

Ele precisa fugir. Precisa de perdão.

Antes de fugir, ele vai até a casa da família. Precisa do perdão.

Noite. Entra na casa. Para sua surpresa ela está sozinha com um sorriso enigmático.

Ela o seduz novamente. Ele se desespera. Tenta lutar contra aquilo, mas é mais forte.

Caí novamente. Chora copiosamente. Sente todas as dores da alma.

Ela olha para ele, e diz:

-Acabou. O inferno o espera.

E começa a rasgar seu vestido e grita desesperadamente, e se agita.

Ele nem sabe o que está acontecendo.

Olha pela janela e ve saindo da mata ao redor da casa pessoas com tochas e armas

Ela sai correndo e gritando para fora.

Os homens se aproximando com as tochas e armas.

Ele sai na soleira da porta. Olha apavorado.

Ela está conversando com o pai, que estava à frente do populacho, e aponta para ele.

Em instantes avançam sobre ele. O agarram e arrastam.

O destino: a capela.

Ela fica olhando maléficamente.

O sacrificam sem dó. O mataram sobre o altar de modo hediondo, tamanho foi o ódio que a menina despertou em cada um deles.

Essa é a lenda.

Dizem que os gemidos e gritos são do padre, e o cheiro de enxofre é da menina.

Menina que segundo a lenda nunca mais foi vista após aquela noite.

Paulo Sutto
Enviado por Paulo Sutto em 10/12/2009
Reeditado em 10/12/2009
Código do texto: T1970240
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