A morte e o suicida (conto/poema gótico)

Adeus mundo cruel !!!!!!

Parto agora e deixo minha vida miserável.

Sinto o gosto amargo da corda pronta a me sufocar

Sinto seu cheiro ó dama de negro

Dai-me sua mão.....

Sim, cá estou "amigo"....

Mas dizei-me...queres mesmo??

Queres mesmo partir?

Assim agora?

Talvez me estranhes ao dizer-te isso.

Mas ja pensastes bem???

Sim, sem demora, minha senhora

Dê-me a mão, vamos, levai-me logo.

Vamos, deixe disso.

Cumpras teu papel, tua função.

Não, não tenho a função

de levar-te assim,

somente porque queres.

Me encare, olhai em meus olhos

e rrespondei:

Queres mesmo partir?

Ou queres apenas deixar de sofrer?

Afirmo-te que fazendo isso,

sofrerás muito mais.

E então???

Aflito ao olhar fixo nos olhos daquela dama

Sentiu a misericórdia que nunca imaginou

A esperança que jamais teve

Percebeu que ela, a Dama de Negro

o conhecia até mais que ele próprio.

E chorou copiosamente

Como criança de colo.

Não, não quero partir

Quero viver, mas sem toda a dor

sem todo sofrimento.

As palavras se misturavam às lágrimas.

Retirou a corda e caiu de joelhos.

Chorando muito.

Mas porque??? Porque?

Porque tanto sofrimento?

Porque tanta dor?

Não tenho as respostas.

Não agora.

Só posso te dizer uma coisa

Não posso te levar.

Não me chames mais.

Nunca mais.

Eu virei, não sei quando

Mas sei que estarás preparado.

Não agora.

Virou-se e saiu.

Desde já agradeço seu comentário.

Não lhe custa nada, mas para mim é de grande valia.

Paulo Sutto
Enviado por Paulo Sutto em 31/01/2010
Reeditado em 31/01/2010
Código do texto: T2061802
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