O restaurante

Ali era servido o melhor filé da cidade.

A melhor propaganda era o boca a boca.

De quinta a domingo sempre lotado.

Havia sido inaugurado há 3 meses mas era sucesso total.

Seus donos? Quase ninguém conhecia.

Apenas alguns gerentes comandavam tudo.

Todos jovens, educados e sempre bem apresentáveis.

Os funcionários seguiam a mesma linha.

Jovens, bonitos e de educação sem igual.

Isso cativava as pessoas, juntamente com todo o ambiente.

Mas o que atraia os fregueses mesmo era a carne.

Sempre macia, no ponto, com sabor único.

Na verdade serviam muitos tipos exóticos.

O negócio crescia, ia de vento em popa.

Uma vez ao mês os gerentes viajavam.

Iam se reunir com os donos e receber instruções.

Os funcionários eram quase uma família.

E o salário era ótimo.

Todos família almejava um filho seu trabalhando no "Carne Sagrada".

Mas o que ninguém percebia ou não queriam perceber;

era que as compras do restaurante sempre chegavam na madrugada.

As carnes nunca vinham em peças, sempre já embaladas.

Os donos nunca apareceram no local.

Qual seria o mistério?

Onde estava o segredo de tamanho sucesso?

Mas todos estavam comendo e saboreando a melhor carne.

Todos estavam satisfeitos e isso era o que importava.

Até que um dia estampado no jornal. Página policial.

Presa quadrilha que assassinava indigentes e andarilhos.

A quadrilha tinha um diferencial: Desossava as partes

por assim dizer, mais carnudas.

Coxas, glúteos, panturilhas e bíceps

Restava apenas uma ossada com restos de carnes que eram desovcados numa mata para serem devorados por lobos e coiotes.

Todas as pessoas ficaram chocadas.

A vida continuou.

Até que os gerentes do "Carne Sagrada" não foram mais chamados para as reuniões mensais.

As entregas de carnes deixaram de ser cumpridas.

Até que um dia fechou as portas por falta de carne, seu prato principal.

E descobriram que o segredo estava mesmo na carne.

Paulo Sutto
Enviado por Paulo Sutto em 11/02/2010
Código do texto: T2082426
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