Abduções

Desde os seis anos ele o visitavam, brincavam com ele e às vezes o levavam.

Quando ele contava à sua mãe, ela nunca acreditava, dizia que era coisa de criança, amiguinhos imaginários.

Nem mesmo quando ele mostrou à ela a minúscula cicatriz em sua nuca, se bem que era quase imperceptível.

Os anos foram passando mas as visitas continauram ocorrendo.

Às vezes ele escrevia sobre as coisas que via quando o levavam.

Dizia sempre que se encontrava em salas sempre brancas e bem iluminadas.

Era um ambiente com sensação de paz e sempre era muito bem recebido com muita alegria.

Ele relatava também seres que se pareciam muito com humanos, com idades diferentes e que alguns ele conhecia desde criança.

E apesar de nunca ter visto eles conversando em voz alta, sempre sabia o que pensavam e eles também tinham a mesma sintonia e entendiam seus pensamentos também.

A sensação era muito boa e as visitas sempre eram rápidas, pelo menos ele tinha essa sensação.

E sempre antes de o levarem, uma luz azulada precedia esses eventos.

Para ele isso já fazia parte da vidam era normal.

Agora ele já estava com 17 anos.

Certa tarde ele foi até um parque com muitas árvores, estava bem quente e sentou-se à sombra, ficou ali e acabou adormecendo.

Acordou envolto em uma luz, mas não aquela luz azulada que lhe era familiar, não aquela luz que lhe dava uma sensação de paz.

Sentiu medo. Algo estava errado.

Viu saindo do meio da luz estranhamente avernelhada, dois seres, feios, altos e muito magros.

Olharam para ele e se olharam.

E ele entendeu o que pensaram: É ele.

Ele não podia fugir da luz.

O levram.

Dois dias depois o encontraram do outro lado da cidade com marcas de espancamento.

Apavorado e em estado de choque.

Levou um bom tempo para que ele voltasse ao normal, mas ainda assim, ficava horas olhando para o nada.

E não voltou a falar.

Um dia pegou uma folha de papel e escreveu com dificuldade:

"A maldade existe em todos os mundos, em maior ou menor grau, a bondade deles é grande, mas a maldade supera em muito a humana."

A partir desse dia se fechou em seu mundo, até que em uma noite fria de inverno uma luz azulada , bonita e calma tomou conta de toda a casa e todos viram quand dois seres quase humanos sairam e ele feliz os acompanhou.

Seus pais sabiam que ele ficaria bem mas que não voltaria mais.

E que um dia se encontrariam com ele. Em paz.

(bem, na verdade não bem terror, mas foi onde achei que se encaixava mais)

Paulo Sutto
Enviado por Paulo Sutto em 13/02/2010
Reeditado em 17/02/2010
Código do texto: T2085752
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