O Retrato Falado da Morte...
Face nova, sedutora! Atraente, convidativa. Não tem hora para caminhar. Passeia pelo clarão do dia. Desfila na escuridão da noite. Não carrega uma grande foice. E sim pequenas laminas. Tem belas e longas unhas. Tingidas, de vermelho sangue vivo. Seus olhos fogueados. Contrastam com o que dizem: arregalados, soltando chispas.
Seu corpo não é cadavérico. Nem um amontoado de ossos. Esqueleto perambulando pelos becos. A surdina, espreitando suas vitimas. É sensual para homens; fascinante e atlético para mulheres. Ela entra nos bailes, shoppings, estádios de futebol, hospitais e hospedarias. Anda em carros, ônibus, aeronaves e metrôs. Lanchas, barcos e transatlânticos. Em cada canto ha sinais de seus vestígios.
Astuta, manipula tudo a sua volta. Usa os artifícios peculiares. Catástrofes, tempestade, terremotos. É também seu campo de ação. Velha senhora para os jovens. Ninfetas para os idosos. O jogo da conquista! Ela usa as armas que tem. Pacientes, aguarda os relutantes. Afoita para com os fracos. Delicia-se no seu banquete
Não defere neófitos de sagaz. Célebre ou plebeu. Para ela são: todos os membros de um mesmo clero. Fiel, acompanhante, do moribundo.
Meretriz do elitizado socialmente. Seus cúmplices: assassinos, latrocídas, ciumentos incondicionais. Seus métodos mais eficazes: Acidente, doenças, suicídios coletivos. Há espera de seu pai, sua mãe, de seus filhos, seus gatos e cachorros. Se nem os animais de estimação, escapam dela! Imagine eu? E principalmente você! Sem chance...
Esse é o retrato falado da morte. A única certeza de nossas vidas!