Saciando-se de sangue (mini) ..........

... Pela primeira vez parara para pensar em como tinha chego ali... Era deplorável aquela situação.

Ela estava ajoelhada como em súplica, as unhas sujas de terra, e estava pálida, parecendo beirar a morte. A roupa era fúnebre, os cabelos longos caindo sobre o rosto, estavam meio grudados à face pelo suor, e dos olhos, faiscava um brilho de morte...

Por que? Por que ela?...
Não, não adiantava mais. Estava consumado. Era matar ou morrer e, entre a sua vida e a daquele homem que tanto relutou antes da primeira mordida, ela havia escolhido viver ainda que da forma mais cruel que conhecia: matando para se alimentar.

Ela estava ali ajoelhada na terra sobre o corpo desmaiado daquele homem que lhe havia dado trabalho, que relutou, correu e acabou abatido. Era hora de se alimentar. Aproximou-se e lentamente cravou os caninos no pescoço. O sangue quente esquentou-lhe a garganta e aos poucos escorreu em forma de filete pelos cantos da boca antes faminta...
... Estava saciada. Mais uma noite, mais uma vida que se foi e ela, novamente levantou-se e foi embora, sumindo noite adentro.


Simone Marck
Enviado por Simone Marck em 14/06/2010
Código do texto: T2319967
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