Acerto de contas (mini)

... Eu me lembrava bem daqueles olhos... Sam era o típico jovem latino de 22 anos: moreno, olhos meio puxados, cabelos pretos e lisos na altura do ombro e um sotaque que não deixava dúvidas que não era americano.

Nós havíamos nos conhecido há 2 anos atrás na festa de uma amiga e ele contou-me que vinha do México com a família, pois o pai tinha sido transferido na empresa. Acho que naquele dia me apaixonei... Nos apaixonamos instintivamente. A conversa durou a noite toda e quando percebemos o dia já nascia... Um beijo e estive no céu por alguns instantes.

Foi assim naquele primeiro dia, foram assim por alguns poucos meses, até que ele resolveu me jogar no inferno com aquela história de "a gente não tem nada a ver um com o outro!"... Acho que depois disso pirei mesmo, eu sempre fui meio pirada, mas depois disso veio a estória da moto, da maconha, da velocidade, da bebida....

Bom o resto vocês sabem... Um Harley, a estrada, um tombo, o fogo, o vampiro... Bem, eu não estou mais entre os vivos, mas ainda 'vivo' e agora eu estou aqui diante da cama dele...

Meus caninos estão salientes, sinto sede... Esperei por isso quase um ano e agora não sei ao certo se desejo ou não esta vingança, graças a morte que me cercou naquela estrada eu encontrei Tom, é assim que chamo Thomas, meu atual companheiro vampiro, meu salavador...

Sam esta dormindo e posso sentir a respiração dele, posso sentir o ar entrando nos pulmões suavemente, vejo o coração batendo, o sangue irrigando cada mísero vaso sanguíneo dele... Seria tão fácil!!!

"Ah! meu querido Sam! Você não merece estar entre os vivos!" Assim sentenciei...

Na rua caía a garoa fina, uma típica noite do gelado inverno... e eu agora satisfeita, caminho pela rua sem pressa, pois tenho todo o tempo do mundo... Sam, dorme em paz e agora é para sempre....

(Este conto fará junto com Aniversário Macabro, parte de uma história que estarei contando aqui aos poucos)