A terça parte

E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele.

Apocalipse 12:9

Quando meu avô faleceu, tudo ficou sem graça por um bom tempo.

Minha avó e minha mãe entrarm em depressão.

Talvez porque eram as mais ligadas à ele. Não sei dizer ao certo, só sei que foi bem difícil para todos nós.

Tudo parecia trazer lembranças dele.

Foi então que começou a tormenta.

Uma amiga de minha mãe, que frequentava centros espíritas, e na intenção de ajudar, convidou nossa família para acompanha-la em uma sessão.

A princípio todos relutaram, mas no final minha avó, minha mãe e minha irmã acabaram indo.

Também não senti vontade de ir, mas depois pensei melhor e para tentar ajudar minha mãe, aceitei ir também.

Ao entrar no centro, senti uma carga muito negativa, uma sensação ruim, um ar pesado e as pessoas que ali estavam, por mais simpáticas e sorridentes que estivessem transmitiam uma certa negatividade. Era como se uma aura negra os envolvessem.

Fomo todos convidados a nos sentarem ao redor de uma mesa bem gande, onde todos se deram as mãos e teve inicio a sessão.

As pessoas que estavam visitando faziam perguntas aos médiuns. Queriam saber sobre os entes queridos que já haviam partido.

A sensação ruim estava ainda poir.

Era tudo muito estranho. As pessoas incorporando entidades, mudando de voz e de trejeitos.

Por fim chegou a vez de minha avó fazer as perguntas.

Um senhor que estava bem a meu lado foi quem respondeu as perguntas.

Me arrepiei ao ouvir a voz de meu avô sainda pela boca daquele senhor e respondendo coisas que somente ele e minha avò saberiam.

Foi tudo muito estranho, arrepiante, tive muito medo, vontade de me levantar e sair da sala.

Mas por educação fiquei até o final

Minha avó, minha mãe e irmã se emocionaram e choraram muito.

Mas quando voltávamos para casa pareciam confortadas.

E comentaram sobre o ocorrido e aceitaram as palavras do velho senhor.

De que meu avô estava bem, e precisava que nós também ficássemos bem.

Quando perguntaram a mim o que eu tinha achado, fiquei meio sem saber o que dizer, tive medo de magoá-las ou até mesmo assustá-las.

Só respondi que me senti um pouco estranho lá, mas não entrei em detalhes.

Naquela noite demorou muito a dormir, virava na cama e me vinha na mente o senhor so centro com a voz de meu avô.

Após muito rolar na cama, adormeci, mas um sono estranho, ruim, cheio de pesadelos.

E sinceramente não sei se em sonho ou se em visão; meu avô aapreceu a mim.

Estava sereno como sempre fora. Se aproximou e me deu um abraço. Senti seu calor.

Ele me sorriu e nos sentamos na grama para conversar como sempre fazíamos.

Me olhou bem nos olhos e me disse:

- Não era eu.

Fiz uma cara de quem não entendeu nada.

Ele compeltou:

- Lá no centro. Não era eu.

Não temos essa permissão. Mas estou bem onde estou e tenho olhado e orado por vocês, mas não posso descer e falar com vocês. A não ser aqui nos seus sonhos.

Abracei-o novamente e chorei, pois sabia que não era ele lá no centro.

Me lembro que acordei e uma frase dele ficou na minha mente, ele me pediu para explicar a elas sobre isso.

Eu sabia que seria dificil convencê-las, mas iria tentar.

Realmente como pensei, nada fazia com que aceitassem oq ue eu disse, me chamaram de lunático e que seu eu não quisesse ir, elas iriam.

Quando estavam saindo, meu tio que até então estava meio que dormindo sobre o sofá, sentou-se, estava estranho, parecia estar em transe, olhos parados.

De repente começou a falar palavras em latim, sua voz era gutural, assustadora, os olhos dele se reviraram.

E então ele começou a falar de modo que causava muito medo.

Ele olhava para o vazio.

"Não sou o avõ de vocês. Ele está bem. Sou apenas mais um da terça parte. Fomos expulsos junto com satanás quando ele tentou possuir o poder do Pai. Fomos jogados aqui na terra, nunca teremos um corpo. Nunca. Esse é nosso castigo, nossa maldição.

Conhecemos tudo sobre todos. cada detalhe, cada minuto da vida de vocês. Aproveitamos os minutos que podemos para possuirmos um corpo."

Ficamos todos ali paralisados de medo, o terror estampados em nossos olhos.

Meu tio ali, como um zumbi, imóvel, sombrio, algo ao seu redor era negro, escuro, pesado.

Nenhuma palavra conseguimos expressar.

Novamente ele falou algumas palavras em latim, a voz era assustadora, parecia estar vindo das profundezas do inferno e começou a falar novamente de modo que entendemos:

"Devem estar se perguntando o porque estou dizendo isso, na verdade, quando fiquei do lado dele, eu nem sabia bem o que estava fazendo e lutei do lado errado. Mereço meu castigo e maldição, mas acredito que vocês não precisam passar por isso. Não voltem mais lá, não permitam que usemos seus corpos. Só alguns conseguem ver o que você viu e sentiu."

Nessa hora virou-se para onde eu estava e fixou o olho em mim.

Havia dor nas suas palavras. Havia medo.

Ele olhou para cada um de nós. Meu tio então caiu ao chão e ficou alguns segundos ali.

Quando voltou a si, não se lembrava de nada.

Contamos a ele o ocorrido.

Elas nunca mais foram ao tal centro.

E eu sonhei mais uma vez com meu avô, estavamos na mesma grama, mas não consigo me lembrar sobre o que conversamos, só me lembro que nos abraçamos e ele foi se afastando devagar até desaparecer num pequena estrada rodeada por flores.

Sinto que meu avô está bem.

E olha por cada um de nós aqui.

Até o dia que nos encontraremos novamente; mas aquela experiência foi muito assustadora.

Obrigado pela visita.

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Paulo Sutto
Enviado por Paulo Sutto em 19/08/2010
Reeditado em 19/08/2010
Código do texto: T2447928
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