A Bruxa

Ela fazia seu feitiço para me encantar, eu podia vê-la mexendo em alguma coisa dentro do seu caldeirão, colocava coisas que eu não sabia de onde vinham e nem o que eram. Uma gargalhada. Ao som de uma musica do Wando, a bruxa preparava a sua porção, não sabia sua intenção, se me queria apaixonado por ela ou se simplesmente, ela só me queria fora de seu caminho.

Continuava vendo ela, entre os vapores expelidos pelo tacho fervente o contorno da moça gorda de mais ou menos um metro e setenta. A minha colega de trabalho nunca me fora tão assustadora, vejo que do outro lado da sala uma figura de baphomet na parede, enfeita um altar com velas negras e vermelhas. Maldita, o que ela queria de mim, eu não sabia, mas pretendia descobrir. Quando ela vacila com um frasco fumegante em suas mãos eu salto a janela, com minha adaga nas mãos. Estou pronto para cravar-la em seu peito.

A bruxa salta de lado agilmente, minha investida foi em vão, ela me derruba com uma rasteira muito bem executada, caio com as costas no chão, minha adaga voa longe e minha cabeça bate com muita força no chão, todo o quarto gira, e com ele minha sorte. Giram como num ralo de pia.

A gargalhada da bruxa se faz ao longe, sinto um gosto horrível descendo pela minha garganta, depois de alguns poucos minutos meu estomago parece querer sair pela boca, não consigo respirar, que sensação agonizante. Sinto que vou morrer. Antes de ser completamente tragado pela escuridão eterna, escuto a voz da bruxa:

- A promoção é minha, canalha.

João Murillo
Enviado por João Murillo em 16/10/2010
Reeditado em 21/10/2010
Código do texto: T2560871
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