Morte Macabra

P/ Scarlet...

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Maria, para sair um pouco da rotina, estava atrasada para o trabalho. Ligou para Telma sua namorada combinando de irem almoçar juntas. Vestiu uma roupa social, pois teria uma reunião. Pegou a chave do carro e saiu.

A reunião correu bem, tudo dentro do previsto. O chefe dividiu os trabalhos da semana e distribuiu a premiação do serviço passado. Maria ficou com o seu tão esperado bônus. Ela ficou no escritório até chegar a hora do almoço, ficou ajeitando uma nova papelada.

Quando recebeu o telefonema da namorada, ela saiu para o restaurante como combinado.

Pediram uma peixada, como de costume. Conversavam enquanto esperavam o almoço. Notaram os olhares dos outros clientes do restaurante, em especial de um homem alto e loiro. Ele as encarava. Telma sorriu para ele, mas o homem, simplesmente, desviou o olhar.

Almoçaram tranquilamente. Maria disse que levaria Telma em casa antes de voltar ao trabalho.

Quando entraram no carro. Sentiram um cheiro diferente. Um movimento as suas costas chamou-lhes a atenção. As duas olharam no banco traseiro do Ford Ka de Maria. Um homem usando um capuz azul olhava para elas. De alguma maneira, elas foram sedadas.

***

Maria acordou dentro de uma sala, estava amarrada a uma cadeira. Telma estava dormindo ao seu lado. O homem olhava para elas, sentado em outra cadeira.

- Desculpe. Não tenho nada contra você, nem sua amiga, mas – começou a gaguejar- olhe simplesmente... Me, me desculpe. – levantou e saiu.

Ela viu o homem apagar a luz e trancar a porta. Depois desmaiou.

- Maria... Maria acorde! – Telma gritava desesperada. – Acorda amor!

Maria abriu os olhos, espantada com os gritos da namorada. Na sua frente o homem segurava uma panela. Ele colocou a panela em cima de um criado mudo e pegou uma seringa na gaveta. Aplicou uma substância desconhecida em Maria. Ela desmaiou novamente.

***

Maria acordou sentada na cadeira, mas estava desamarrada. Estava em uma espécie de corredor escuro. Uma porta com uma janela de vidro translúcido a sua retaguarda, de dentro da sala saia uma claridade fraca. Ela deu um soco na porta. O vidro era mais resistente do que parecia. Maria ouviu:

- Maria! Maria? É você? – era a voz de Telma.

- Telminha! – gritou.

Telma bateu no vidro pelo outro lado. A mulher podia ver o contorno da sombra da namorada no vidro. De repente, um grito. Uma enorme mancha vermelha apareceu no vidro. A sombra de Telma caiu no chão. Maria bateu no vidro gritando:

- Não, Telma. Não.

A porta se destrancou. O homem apareceu. Ela pode ver o corpo da amiga e a marca de sangue no outro lado da porta. O homem sorriu para ela. Trazia em uma mão uma mala que soltava estranhos ruídos e na outra um controle remoto. A mulher estava com muito medo. Sabia que o homem a mataria. O homem acionou um botão do controle. A penumbra da sala foi expulsa por potentes refletores. Revelando uma sala toda revestida em azulejo branco, tanta luz fez os olhos de Maria doer. No outro lado da sala havia uma enorme caixa de acrílico.

O homem deu um soco em Maria, levando-a a nocaute. Amarrou seus antebraços com fita isolante e suas canelas. Ela jamais conseguiria escapar do que aconteceria com ela.

O homem abriu a caixa de acrílico e a colocou desmaiada dentro. A mulher estava deitada com o rosto sereno, seu queixo sangrava. O homem voltou até o quarto vizinho e pegou a panela de cima do criado mudo. Tirou de dentro da gaveta um prato e uma colher. Pegou um pedaço de pão em outra mesa e voltou para o quarto. Colocou o prato sobre a cadeira e o encheu do caldo de carne que havia na panela. Ajeitou o pão em cima do caldo. Pegou o resto do conteúdo da panela e despejou sobre Maria. O leve calor do jantar do assassino fez a mulher acordar. Estava desesperada.

O homem pegou a bolsa e abriu. Os ruídos se tornaram mais intensos. Despejou todo o conteúdo da bolsa sobre a mulher, depois lacrou a caixa. Ele sentou-se, tranquilamente, e começou a comer seu caldo de carne com pão, enquanto ouvia os gritos estridentes de Maria, ela estava amarrada e sendo comida viva por duas dúzias de ratos famintos.

João Murillo
Enviado por João Murillo em 02/02/2011
Reeditado em 28/03/2011
Código do texto: T2767534
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