MANEQUINS
A noite ia caindo vagarosamente e meu turno só estava começando naquela formosa e larga loja de roupas de inverno. Trabalhava aos invernos, na cidade de Dillimore; não ganhava muito, porém o que me saciava de prazer era Kelly, a beleza em pessoa, puro luxo e discreta. Eu como sou muito tímido, me escondia sempre de trás dos manequins para ficar apreciando as mais belas silhuetas de Kelly, além de outras mais coisas.
- Olá Joe, como vai? Pronto para mais um turno noturno dentro dessa loja cheio de manequins peçonhentos e esquisitos? - pergunta ela bem simpática.
- Claro, estou ótimo! - respondo meio nervoso.
O meio prático para conseguir o amor de Kelly era apenas mostrar vontade em querer e...outras coisas.
Estava lá na loja, eu, Kelly, uns cinco atendentes e o Sr. Mudy.
- Pessoal, bom trabalho e boa noite! Até logo, e...cuidado! - avisa deixando a loja, Sr. Mudy.
- Tchau, Sr. Mudy! - todos responderam.
Pois bem, quando Sr. Mudy saiu, Kelly colocou uma sigilosa plaquinha escrita: "FECHADA" no exterior da loja.
- Bom pessoal, agora eu sou a chefe! Liga o som, Carmem! - ordena bem astuciosa, Kelly.
O som era alto e estávamos todos no centro da loja derrubando manequins e dançando, com garrafas de cervejas nas mãos e uns lojistas com umas cigarrilhas nas outras.
Durou uma hora tudo isso. Feito, Kelly foi até o banheiro no fim da loja com Carmem e Julia.
- Bom...Que festinha, não é mesmo meninas!? - pergunta retocando a maquiagem.
Quando Kelly retocava a maquiagem, percebe que viu alguma coisa se mexendo de trás de Julia. Que logo após ter avisado o que vira, sumira.
Ela põe água no rosto e quando torna a se ver novamente no espelho meio quebrado repara que está ele novamente de trás de Julia.
O que ela estava vendo era uma figura deformada, parecendo de plástico, com a cara quebrada e no punho, um garfo de três pontas pronto para fincar na jugular de Julia.
- Cuidado, Julia!!! - quando ela dá aviso, já era tarde demais. Carmem foi para trás de Kelly e as duas correram para o salão. Atravessaram um corredor lotado de manequins olhando para elas e dizendo que iriam morrer.
Kelly me viu e me abraçou.
- Joe, pelo amor de Deus, vamos sair daqui! Tem manequins atrás de nós. - avisou Kelly a mim.
Quando realmente vi os diversos manequins andando vagarosamente atrás de nós três, percebi que iríamos ter de dar o fora de lá o mais rápido possível, antes que eu ou alguém morresse.
- Vamos, para porta!
Quando fomos abrir a porta, a mesma estava emperrada com centenas de garfos no rodapé. Olhamos para trás e vimos o bando chegando mais perto e mais perto a cada segundo que passava. Minha respiração era ofegante, meu coração estava quase explodindo, e meu sangue corria a mil por hora. Só queríamos sair dali.
- Tenta o telefone Carmem.
Carmem foi ver se o telefone funcionava:
- Não funciona! Não funciona! Oh meu Deus! - ela grita.
Quando Carmem vira a esquerda vê um manequim de aproximadamente um metro de noventa armado com um garfo tridente apontando para o seu rosto.
Sangue e mais sangue saciava a vontade dos manequins que lambiam com prazer.
Eles olhavam para mim e para Kelly com desgosto e raiva, agora.
Carmem estava morta e brutalmente machucada.
Tentei chutar a porta e nada feito. Subimos com rapidez até o andar superior e quando lá chegamos, vimos uma cena horripilante.
Parecia uma criação de manequins. Era ali que Sr. Mudy não deixávamos entrar:
- Era por isso, Joe, era por isso! Esse canalha criava essas criaturas malditas nesse alçapão para matar os atendentes!
- Calma, Kelly! Vamos sair daqui.
Entramos e trancamos a porta. Procurávamos por alguma arma nas gavetas e ou uma saída.
- Achei, Kelly! Uma arma!
Neste momento apanhei uma espingarda e Kelly uma escopeta. Ambos armados, esperávamos os manequins arrombarem a porta.
Porta arrombada. Começamos a atirar até vermos a névoa rósea. Quando vimos a névoa rósea tínhamos certeza de que algo havia explodido.
Quando chegamos perto vimos que os manequins estavam todos pulverizados e carbonizados.
Abracei Kelly que me retribuiu com um beijo doce e suave em minha boca aguçada.
Um barulho alto invadiu os ouvidos e...era Sr. Mudy:
- Olá queridos atendentes chinfrins. Em prol de vocês, eu admito!
Ele confessou um bocado de coisas sinistras e um raio galácteo surge e Sr. Mudy desaparecera. Aquilo não podia estar acontecendo. Não era nem o começo...