O EXCÊNTRICO SR. GREEN

Harold Green era um homem pacato, aparentemente de boa índole. Ele era vendedor de piscinas, um negócio bem rentável na ensolarada Califórnia; possuía uma casa grande, com um enorme jardim e é claro uma enorme piscina , isto certamente causava inveja a muita gente, principalmente em Edna, sua vizinha.

Ela era uma mulherzinha bisbilhoteira, e começou a investigar a vida de Harold a partir do momento em que a esposa dele, Norma Green, havia desaparecido misteriosamente da noite para o dia. Edna queria encontrar provas de que Harold havia matado a esposa e enterrado o corpo no jardim.

Porém o fato de Harold escavar o jardim a noite não o tornava um assassino, afinal é compreensível que com àqueles dias excessivamente quentes, com os termômetros marcando 40°C em todo o estado da Califórnia, ele resolvesse plantar suas petúnias e hortênsias a noite em que a temperatura estava amena. E o desaparecimento de Norma havia sido esclarecido na vizinhança, pelo Sr. Brown vizinho e amigo de Harold. Segundo ele, Norma teve que ir às pressas visitar a mãe na Flórida, uma vez que esta havia sofrido um acidente e estava imobilizada em uma cadeira de rodas.

Apenas Edna julgava Harold um assassino, e não descansaria até o colocar atrás das grades. Mulherzinha detestável esta Edna.

- Bom dia Harold!

- Bom dia Edna.

- E então, quando veremos novamente a Norma?

- Bom, a mãe dela esta se recuperando, porém ela ainda não sabe quando poderá voltar.

- Hum! Compreendo.

- E você irá escavar o jardim esta noite?

- Porque esta me perguntando isso, Edna?

- Bom, é que não pude deixar de notar toda a movimentação aqui em seu jardim, noite passada. Aliás, que mal lhe pergunte o que faz àquela picareta ali jogada?

- Bem, eu...eu estava...Ora bolas! Não lhe devo explicação nenhuma, afinal o jardim é meu, a picareta é minha, e eu a deixo onde bem quiser...

- Calma! Porque está tão exaltado? Afinal eu só lhe fiz uma simples pergunta. Harold, você tem que admitir que não é comum utilizar este tipo de ferramenta em um jardim,e, além do mais estou vendo que tem muita terra remexida ali, próxima a incomum ferramenta.

- Edna, por favor. O que você quer afinal?

- Nada!Apenas saber quando Norma voltará.

- Nesse caso, acho que já respondi sua pergunta.

- É....já respondeu – mas não me convenceu – está cuidando da mãe que sofreu um acidente, é estou sabendo...

- Então queira me dar licença...tenho que descongelar meu almoço...

- Carne?

- Porque a pergunta?

- Apenas curiosidade...

- SIM....carne assada...

- TCHAU!!!!EDNA!!!!

- Tchau!Harold!

- Meu Deus! Ele esquartejou o corpo de Norma, guardou no congelador, para comer no almoço e no jantar,e enterra os ossos a noite no jardim para não restarem pistas....esse homem é um monstro....pobre Norma....

Edna vigiou a casa de Harold o resto do dia, e, quando finalmente anoiteceu, esquivou-se por trás da cerca para poder ter certeza que eram os restos de Norma, que Harold estava enterrando no jardim...

De repente, Harold sai de dentro de casa carregando uma pá...começa a cavar...

Edna fica apavorada, mas recusa-se a sair dali.

Após cavar um grande e profundo buraco, Harold entra na casa.

Edna invade o jardim de Harold, aproximando-se do buraco.

- Hum! Acho que ele não a esquartejou, simplesmente a matou e enterrou seu corpo no jardim, e, agora esta desenterrando-a para se livrar do corpo, pois percebeu que eu já sei de tudo...mas você não escapará impune Harol...

Edna cai morta no buraco.

Harold desferiu um golpe de picareta em suas costas, ela não teve nem tempo de reagir...

- A tempos que eu queria me livrar de você sua intrometida, não agüentava mais suas desconfianças a respeito do meu caráter.

- Você teve o que mereceu...EDNA...

Após cobrir o buraco com barro, Harold vai guardar a pá e a picareta na garagem...

Um táxi para em frente a sua casa...dele descem sua esposa e sua sogra com o auxílio de uma cadeira de rodas.

Ao contrário do que Edna pensava, Harold estava dizendo a verdade o tempo todo...

Pobre Edna...quem mandou ser tão enxerida!