O assassino e a vendedora de flores

Estou desde as 3:40 acordado. Já andei pela casa toda e sai para a rua para ver se encontrava alguém que pudesse me ajudar.

Ninguém. Só a lua a me vigiar e a penumbra a me seguir.

O sentimento de ódio me consome a cada dia.

Preciso fazer alguma coisa. O sol me incomoda.

Me arde a pele e me cega os olhos.

Preciso de ajuda.

Preciso de alguém. Alguma pessoa que eu possa cortar, sentir a lâmina da faca entrando e rasgando a carne.

Sentir o medo estampado nos olhos. Ver o sangue correndo.

O cheiro da morte. O barulho dos ossos sendo quebrados.

Tem sido assim desde há muitos anos. Desde que matei minha prima.

Ela era muito linda, mas não havia mais ninguém em casa.

E eu precisava muito satisfazer meu ego.

Sim. Foi uma pena, ela era lida, sim, muito linda.

E eu sabia como ela gostava de mim.

Depois disso nunca mais parei.

Sempre tive cobertura para meus atos. É bom quando se tem muito dinheiro.

Mas hoje estou aqui. Sozinho. E meus instintos me matando. Trocadilho infame.

Vou me retirar para meu quarto. Escuro e frio.

Vou fechar as janelas.

Mas olha só. O que vejo vindo em direção à minha humilde casa.

Uma jovem vendedora de flores.

Acho que o dia não está de todo perdido.

Está batendo. Vou descer atendê-la.

Entre querida. Flores?

Que maravilha. Vieram mesmo a calhar.

Vou ficar com todas elas. Entre. Entre.

Quando seus olhares se cruzaram e ela tirou do meio das flores um punhal afiado, ele soube que seria seu fim e que realmente as flores vieram realmente a calhar.

Logo depois a vendedora de flores, saiu e foi caminhando pela rua.

Ela tinha outros cliente para visitar.

E muitas flores ainda para entregar.

Paulo Sutto
Enviado por Paulo Sutto em 24/08/2011
Reeditado em 19/07/2014
Código do texto: T3179452
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.