A rainha dos monstros - Capítulo IX - Aliados e Inimigos

O ultimo Centauro caiu, seu corpo tombou de lado, Um crogoliano o derrubou com uma facilidade incrível e uma força grandiosa.

O restante dos exércitos gritaram. Gritos de vitória. Restaram poucos monstros. Dois ogros foram abatidos. Agros os olhava triste. Um deles estava com uma flecha que atravessou suas duas cabeças enquanto uma dríade o segurava. Agros ajoelhou-se próximo a ele e com suas duas mãos fechou os quatro olhos dele.

- O que comerar vocês? Ele disse. Mas não podiam o ouvir. Heitor aproximou-se dele e apoiou sua mão sob seu ombro. Sua mão era um dedo perto dele. Ele então se levantou e olhou na direção de Heitor.

- Vamos! Disse Enéas. Agora resta-nos a Sirene! Disse Enéas apontando na direção do pantano.

Pen e Heitor entreolharam-se.

- Espere mais um pouco! Ele logo será seu! Heitor disse enquanto Pen olhava para Hipono. Ela assentiu com a cabeça e eles caminharam sob aquela imensidão de corpos indo em direção ao pântano.

...

- Parece que é seu fim! Disse Luna. Ela então apontou a palma de suas mãos para Claus. Ele segurava a mão de Elisa. Nescuro tentava se esquivar. Mas a Dríade o segurava firme.

Duas bolas de fogo então foram atiradas. Claus foi jogado longe enquanto Luna viu o enorme buraco no chão onde as bolas de fogo haviam atingido.

...

- O que foi aquela explosão? Perguntou Enéas. Mas ninguém pode ouvi-lo.

Heitor e Pen então correrão de encontro a batalha. Heitor ia na frente junto de Agros e os Ogros. O Pântano começava ali. Pen então gritou o mais alto que pôde.

- Paremmm!!!!

...

- Impossível! Disse Luna.

Claus estava de pé mais a frente enquanto em sua mente ele revivia todo o plano.

"- E o que você sugere? Ele havia perguntado.

- Tenho um plano. Precisamos parar de ouvir por um tempo. Disse Heitor.

- Entendo! Mas como? Perguntou Claus.

- Ainda não sei. Onde é que vamos arrumar cera por aqui para tantos ouvidos? Perguntou Heitor. Pen então sorriu.

- O que foi Pen? Perguntou Claus.

- Que tal barro? Disse Pen. Usei muito isso para treinar leitura labial com minhas guerreiras, o ruim é para tirar o barro depois, mas é só colocar um pedaço de pano antes do barro e deixar uma ponta de linha sobrando pra fora. Neste momento seu semblante havia ficado mais triste e ela lembrou-se dos corpos das Amazonas.

- Barro? Bem, a terra nós temos, mas e a água? O pântano parece meio longe, não acha?

- É disso que estou rindo Heitor. Ela disse. Nossos amiguinhos aí devem estar cheios de liquido em suas bexigas, não acha.

- Arg! Disse Heitor. Está sugerindo que enfie xixi de ogro em meus ouvidos?

- É isso ou talvez você mesmo mate Elisa meu caro! O que prefere? Ela disse num ton austero.

- Ta certo! Claus então pediu a Agros que desce a estranha ordem para os Ogros. Agros obedeceu.

- E o que mais? Perguntou Pen.

- Heitor então pegou o cajado. Precisamos aumentar as chances de salvar Elisa. Ele disse.

- Como assim? Perguntou Claus.

- Interessante! Disse Pen.

- Você quer partir o cajado! Mas isso vai funcionar? Claus perguntou.

- É um galho de uma árvore. A árvore tinha o poder. Asclépio pegou o galho e ele continuou tendo o poder, então se o dividirmos o poder continuará em cada pedaço. Ele concluiu.

- Você tem razão! Isso deve dar certo! Disse Claus.

- Você irá salva-la! Se queremos vencer o Senhor das Feras. Precisamos de Elisa. Disse Heitor.

- Você pode ficar invisível Claus. Disse Pen.

- Sim. Mas como vamos passar pelo exército? Claus perguntou.

- Não sei! Ainda to pensando nisso. Heitor disse.

- Só há um jeito. Disse Pen.

- Qual? Perguntaram os dois ao mesmo tempo.

- Unindo-se a eles. Ela disse sorrindo.”

Claus agora se lembrava do momento que segurou a mão de Elisa. E sentiu um leve aperto dela. Entre suas mãos o pedaço do cajado fazendo com que ambos se curassem.

...

Tarde de mais. Heitor tentava se mover, mas não conseguia. Ele estava afundando junto de Agros e dos outros.

- Droga! Caminho errado. Disse Heitor.

Os Ogros afundavam mais rápido.

- Tolos! Disse Enéas. Sabia que uma hora ou outra morreriam. O caminho é por ali Hipono. Vamos! Deixe que todos morram!

Hipono olhou para os corpos se afundando. Pen parecia querer gritar. Ele então bateu com os calcanhares nas asas de Pegasus, foi quando Pen falou.

- Nos ajude! Ele pôde ler seus lábios, mas não demonstrou emoção alguma. Continuava frio. Em sua cabeça apenas na batalha. Ele tinha que levar Elisa para seu mestre. Pen então insistiu enquanto os ogros continuavam a afundar. Já estavam até a cintura de lama.

- Os ajude meu filho! Pen disse em um momento de desespero. Heitor olhou para ela, mesmo sem ouvir o que ela dizia, pode ver as lágrimas brotarem de seus olhos e ler seus lábios.

- Pen? Heitor disse enquanto Hipono se afastava. Ela de joelhos gritou.

- Eu te mato Senhor das Ferassss!!! E então voltou-se para seus amigos.

....

- Não pode ser! Disse Luna surpresa.

Ela se lembrava das bolas de fogo indo na direção de Claus e quando iam atingir seu corpo, um tufão de vento o jogou mais a frente e as bolas de fogo acertaram o chão.

- O que foi Luna? Perguntou Elisa levantando-se. Ela então apontou suas mãos na direção de Elisa.

- Não vou deixar que viva! Ela então viu o pingente do colar brilhando, mas foi tarde demais. Suas mãos ainda apontadas para Elisa quando sentiu o peso do monstro caindo sendo exercido sob seu corpo. Ela então caiu. Nescuro som as patas dianteiras sob suas mãos.

Elisa caminhou até ela.

- Obrigado por me fazer lembrar de tudo Sirene! Ela então apontou seu dedo para terra que encheu-se de pequenas fendas.

- Rainha? Você se lembrou? Disse Claus olhando para o chão e vendo que as rachaduras formavam uma frase. “ Ajude Heitor!

- Vá logo grifo. Ela disse fazendo sinal com a mão. Claus não a ouvia mas entendia seu sinal.

- Tudo bem, Elisa! Voltaremos!

Claus então correu e de repente se transformou em um grifo, e saiu voando na direção dos seus amigos.

- Acha mesmo que pode me manter aqui? Disse Luna.

- Não pode me dominar Luna! Sabe disso. Luna então sorriu e fechou seus olhos.

Nescuro então a largou e virou-se na direção de Elisa.

- Nescuro? Pare amigo! Ela disse. Mas ele estava irreconhecível, mostrava seus dentes e rosnava na direção dela.

- Você está enferrujada querida! Luna disse apontando suas mãos para ela.

Nescuro a atacou.

...

Olhando pelo espelho negro o Senhor das Feras via Elisa sendo acuada por Nescuro. Luna estranhamente tinha os mesmos poderes que Eliza.

- Mas o que ela fez? Ela quer meu colar! Como ela... Ele pensava alto.

- Ajude Elisa Luc! Ajude-a! Disse Sofia com uma voz doce e sedutora.

- Cale sua boca fada! Ele disse pensativo. Ela virá até mim. Se ela se lembrou de tudo virá resgatar seu irmãozinho e tentará salvar você.

- Mas para isso ela tem que derrotar Luna? Sofia disse.

- Você tem razão! Se o colar cair nas mãos de Luna ficará mais difícil de reavê-lo. Ela não tem nenhum ligação comigo. Tenho que reverter isto!

...

O grifo passou voando por Hipono e Enéas, mas seus amigos não estavam com eles. Ele continuou e seguiu a ordem de Elisa, mesmo sabendo que Enéas se aproximava de sua rainha. Ele então viu Pen. Ela tentava com um galho tirar Heitor dali. Restavam apenas quatro Ogros, que estavam até os pescoços na areia movediça. Heitor estava até os ombros. Ele viu Pen pela primeira vez em total desespero.

...

Nescuro investia contra Elisa. A Dríade então a tentava segurar pelos pés. Elisa então apontou sua mão na direção da árvore da dríade e a terra rachou, um buraco enorme se abriu debaixo da árvore que tombou. Os pés de Elisa foram soltos. A Dríade estava morta. Luna mirou nela e duas bolas de fogo saíram em sua direção. Elisa revidou com um jato de água. E os feitiços se chocaram no ar, ambos foram neutralizados e findaram em uma explosão de luz. Nescuro pulou em Elisa, que gritou.

- Não Nescurooo! Ele então caiu mais a frente. Um turbilhão de vento bateu contra ele. Elisa correu ao seu encontro. Luna então aproveitou-se e apontou sua mão direita na direção de Elisa. A terra se abriu e Elisa caiu dentro de um buraco de cerca de oitenta centímetros. Luna então fechou sua mão e o buraco fechou-se prendendo Elisa. Suas mãos incendiaram-se novamente. Foi quando eles chegaram.

...

Claus deu um vôo rasante e suas garras pegaram Heitor e o puxaram para cima tirando-o da areia.

- Clausss! Gritou Pen. Agros já estava pelos queixos dentro da areia movediça. Mais dois Ogros terminavam de afundar.

Claus soltou Heitor e foi na direção de Agros.

- Como você está? Perguntou Pen retirando os tampões dos ouvidos de Heitor.

- Bem. Temos que ajuda-los! Ele olhou na direção de Claus que agarrava Agros fortemente. Puxava-o o mais forte que podia. O outro Ogro terminara de afundar. O grifo batia suas asas, seu bico na direção das nuvens, mas o Ogro era muito pesado e estava preso na areia movediça. Claus apenas o impedia de afundar, suas garras afundadas nos ombros de Agros. No entanto ele não resistiria por muito tempo.

...

Luna viu Enéas e Hipono á sua frente.

- O que vocês querem aqui? Saiam de minha casa!

- Não vamos sem a bruxa! A ordem do mestre é que a ajudemos a te liquidar, Sirene. Disse Enéas.

- Vocês que sabem! Ela disse. Dois lobígres atacaram. Nescuro saltou na frente deles ainda manquitolando. Mas ele era valente e rosnou ainda sob comando de Luna.

Elisa concentrou-se e a terra se abriu ao seu redor. Ela então saiu dali. Luna ainda entretida. Ela apontou suas mãos para Luna e um tufão de ar bateu contra a sirene jogando-a ao chão. Luna estava caída, apontava uma de suas mãos para Elisa e a outra para os guerreiros.

Um minotauro correu em sua direção e ela o mandou longe. Hipono disparou um flecha na Direção dela que a incinerou no meio do caminho, a bola de fogo seguiu sua trilha na direção de Hipono. Pegasus bateu suas asas e voou desvencilhando-se da bola de fogo. Os monstros a atacavam por terra, ele por ar com suas flechas era um alvo muito mais difícil. Luna soltava suas bolas de fogo em todas as direções. Elisa então se aproveitou da situação e ergueu as duas mãos na direção dela. Luna apontou sua mão na direção dos guerreiros, uma enorme fenda se abriu e a terra tragou a maioria deles e então se fechou. Uma Dracaenae se aproximava cada vez mais. Enéas cavalgava sob Deinos na direção dela desviando-se das bolas de fogo. Hipono ainda lançando suas flechas. Um poder enorme então veio na direção de Luna.

Os lobígres atavam Nescuro. Ele contra atacava. Os seres metade lobos metade tigres eram muito ágeis, mas nescuro era mais forte. Cravou suas presas no pescoço de um deles que caiu ao chão inerte. O outro aproveitou e abocanhou uma das patas de Nescuro que revidou-o e enfiou seus dentes no pescoço da fera.

...

- Não há o que fazer Heitor. Não da pra tirar ele dali. Ambos viam os esforços de Claus mas sabiam que era em vão.

- Por que estava chorando Pen? Ela então tirou seus tampões.

- Hora de parar de ler lábios! Ela disse. Hipono é meu filho Heitor! Heitor olhou-a assustado.

- Como? Mas você é uma amazona! Ele disse estupefato.

- Logo te conto tudo. Vamos pensar em alguma forma de ajudar Agros. Mas não faço a mínima idéia. Foi quando uma das raízes moveu-se.

- Outra Dríade! Disse Pen.

...

- Aaaaaaaaaaaa! Ela gritou ao ser atingida por uma tempestade de energia. Elisa estava de pé. Suas duas mãos abertas, uma do lado da outra, seus joelhos flexionados. Luna caiu mais a frente aturdida do lado do pantano. A Dracaenae a segurou pelos cabelos e levantou-a. Hipono atirou uma flecha acertando-a no peito, Enéas chegou galopando sob Deino e enfiou sua espada na barriga da sirene. Os olhos dela se arregalaram e a dracaenae a soltou. Luna olhou mais uma vez para Elisa com uma expressão de ódio, suas mãos no chão. Ela olhou pro colar, estendeu sua mão direita ainda aberta. Por fim fechou sua mão cravando as unhas na terra. Enéas pulou de Deinos e então a chutou, ela rolou e caiu no pântano afundando lentamente.

...

- Droga! Disse Heitor. A Dríade parecia pronta para atacar. Ele então apontou uma flecha na direção dela, quando Pen levou a mão na direção do arco e abaixou-o.

- Acalme-se Heitor. Veja o rosto dela. Ela chora. Pen disse. Heitor então pôde ver que ela recolhia as Dríades com seus galhos tentando plantá-las, mas era em vão. Elas estavam mortas.

- Mas... Dizia Pen.

- A sirene está morta! As Dríades estavam hipnotizadas!

Pen então ouviu o grito agudo do Grifo e olhou na sua direção. Agros acabava de afundar. Claus não resistiu e o deixou escapar. Só podiam ver os olhos do Ogro a centímetros da areia movediça.

...

Nescuro correu na direção de Elisa ainda enfurecido. Os lobígres caídos mais atrás, mortos. Eliza então agachou-se. Ele de repente parou como se não soubesse o que estivesse fazendo. Ele balançou sua cabeça e pôde vê-la. Logo correu novamente na direção dela.

- Nescuroooo!!! Ela disse abraçando seu pescoço enquanto ele deitava-se aos seus pés. Bom garoto! Estava com muitas saudades!

- Hora de ir ver o mestre bruxa! Disse Enéas.

Ela então tentou levantar-se mas vacilou e caiu de joelhos.

- Estou fraca Nescuro! Ela disse. Usei uma grande parte dos meus poderes para lançar aquele feitiço sob Luna. Ainda não estou bem. Vai demorar um pouco para me recuperar.

Nescuro então virou-se pra Enéas rosnando.

A dracaenae o atacou e soldados esqueletos o cercaram. Ele então os atacou bravamente. Elisa parecia muito fraca, as serpentes movendo-se em seu pescoço. Foi quando ela sentiu-se segura por algo e então foi puxada.

...

O grifo pairava sob o galho de uma árvore quando seus olhos puderam vislumbrar o que acontecia la embaixo. Dois galhos em forma de mãos vinham na direção de Pen e Heitor, mas eles passaram direto e mergulharam na areia movediça. Pen e Heitor olhavam aquilo pasmos. A Dríade então puxou Agros para fora da Areia. Seu corpo surgindo coberto de lama. Ela então o arrastou e deixou-o próximo de Pen e Heitor. Claus bateu suas asas e desceu ao chão, suas patas tocaram o solo e de repente ele estava na forma de um homem.

- Agros!!! Ele disse alegre. Pen e Heitor eufóricos.

- Amigo Claus! O Ogro disse cuspindo um pouco de barro. Eles tiraram seus tampões.

- Precisamos ajudar Elisa! Claus disse.

- Mas antes precisamos agradece-la! Disse Heitor voltando-se para Dríade.

- Obrigado! Disse Claus.

- E nos perdoe por isso tudo. Completou Pen.

- Não foi culpa de vocês! Disse a Dríade. Estávamos cegas! Vão e salvem Elisa. Sinto que ela está em perigo!

Claus e os outros correram.

...

Nescuro deu uma patada e suas garras bateram contra o peito da Dracaenae que caiu ensangüentada. Os guerreiros esqueletos o atacavam com suas espadas. Deinos sentindo o cheiro de seu sangue e rangendo seus dentes pontiagudos louco por um pedaço de carne. Enéas sorriu vendo Sofia sendo carregada por Hipono que a puxou e colocou-a sob Pegasus.

- Va Hipono! Ele disse!

Nescuro sentiu o cheiro de Elisa se afastar e olhou pro alto. Elke então deu um uivo. A ponta de uma espada o arranhou e ele virou-se abruptamente na direção do esqueleto, com sua boca pegou a espada e balançou a cabeça arrancando-a do soldado. Ele então quebrou seus ossos com sua mandíbula.

- Hora de morrer cão! Disse Enéas. Quando uma flecha atravessou seu crânio.

- É verdade Enéas! Esta é sua hora! Disse Heitor.

- Droga! Já é a segunda flecha que me acertam hoje!

- Pelo visto seu exército foi reduzido a você e seis homens esqueletos? Disse Pen.

- É! Ele disse arrancando a flecha. Você tem razão!

...

- Ela está vindo! Disse o Senhor das Feras. Belo a está trazendo!

- Você não pode fazer isso! Esqueça este livro! Sofia disse.

- Não preciso de você mais por hoje! Disse o senhor das feras apontando seu anel para o espelho. A imagem de Sofia então desapareceu. Ao longe ele pôde ver o cavalo alado vindo em sua direção. Ele então sorriu com um olhar maquiavélico.

...

Pegasus voava velozmente. Elisa estava esmorecida, deitada de bruços sob ele. Ela estava na frente de Hipono.

Continua...

O próximo é o capítulo final.

Sidney Muniz
Enviado por Sidney Muniz em 10/09/2011
Reeditado em 11/09/2011
Código do texto: T3212344
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