A rainha dos monstros- capitulo X - Final

Enéas caminhou na direção de Heitor com a flecha em suas mãos.

- Onde está Elisa? Preguntou Claus.

- Logo ela estará com o mestre! Disse Enéas.

- O arqueiro! Claus pensou alto.

- Belo! Disse Pen.

- Já contou pra eles que ele é seu filho? Disse Enéas sorrindo.

- Seu filho? Perguntou Claus.

- Aquele é Hipono. Belerofonte é como ele é conhecido.

- Mas Belo é filho de Poseidon! Disse Claus.

- Sim. Mas não com Eurimedeia como todos acham. Ele é meu filho. Poseidon sempre me quis, mas eu sempre o recusei. Eu era a líder das Amazonas. Nós só podíamos ter filhas mulheres. Os homens nós sempre matávamos, ou exilávamos, deixávamos recém nascidos na floresta. Esta era a lei. A minha lei. Eu era uma abençoada. Sempre ordenei a todas que matassem seus filhos. Mas eu só tive mulheres. Para reproduzirmos e preservar a espécie uma vez por ano íamos até a tribo dos Gargáreos para nos relacionarmos. Uma destas vezes ele se postou como um deles e...

- Aí nasceu Hipono! Disse Enéas. Poético não. O Deus a enganou!

- E você não podia matá-lo por ser filho de um Deus? Perguntou Heitor.

- Não! Apenas por que não consegui. Eu tentei, mas era impossível. Não tive forças. Assim resolvi que ele devia ser entregue a alguém. Então dei-o em segredo para Eurimedeia que acabara de ter uma filha, mas queria muito um filho. Sabendo que era filho de Poseidon ela aceitou rapidamente. Era uma mulher ambiciosa, e havia tido relações com ele. Ela me deu sua filha e eu o entreguei para preservar sua vida. A menina não resistiu. Não tinha sangue de guerreira. Mas ele... ele se tornou um herói.

- E então meu mestre agora o tem sob controle! Disse Enéas.

- Mas eu vou resgata-lo! Pen disse.

- Não permitirei que atrapalhem os planos de meu mestre! Disse Enéas correndo na direção deles. Deino foi de encontro a nescuro.

...

Pégasus pousou na torre do castelo. O senhor das feras o esperava. Hipono desceu levando Elisa até ele.

- Irmã! Chegou bem na hora. Ele disse acariciando-a com suas unhas enormes.

- Por que Luc! Nunca quis ser mais forte! Ela disse com a voz rouca.

Ele então levou o dedo próximo ao colar. As serpentes se moveram mostrando suas presas. O pingente do colar brilhou.

- Sei o que fazer para acalma-las! Coloque-a sob a mesa! Ele ordenou a Hipono de costas para ele. Hipono demorou um pouco para absorver a ordem. Ele então lembrou-se que ele o havia enfeitiçado. Apontou seu anel na direção de Belerofonte que de repente pôde ouvi-lo novamente.

- O que quer que faça Senhor?

- Coloque – a sob a mesa! Ele repetiu dirigindo-se até uma bola redonda de vidro. Lá dentro estava o livro. O mesmo livro que Elisa abriu quando ainda estava sob o feitiço do esquecimento naquele sótão.

- Não Luc! Ela sussurrou.

Ele então quebrou a bola e retirou o livro.

...

Enéas e Heitor duelavam intensamente. Suas espadas chocando-se no ar. Pen lutava contra três guerreiros esqueletos. Ela os desmembrava, mas eles reconstituíam-se e a atacavam incansavelmente. O mesmo acontecia com Claus e outros três guerreiros. O cavalo carnívoro atacava Nescuro que ainda estava fraco pelo golpe que recebeu de Elisa e além disso cansado pela batalha com os lobígres.

Os dentes de Deino mais pareciam os dentes de um serrote afiado. Nescuro era muito mais forte, mas Deino era um animal maquiavélico. Sentia o cheiro de sangue a quilômetros. Nescuro investiu, mas o cavalo deu um coice e ele cambaleou. Deino então preparou-se para triturar o pescoço de Nescuro quando se sentiu puxado pelas patas traseiras.

- Cão mau meu amigo! Gritou Agros ao quebrar as patas traseiras do cavalo que relinchou de dor. Nescuro então aproveitou-se e afundou seus dentes no pescoço de Deino. A língua do cavalo carnívoro caiu de lado enquanto as duas cabeças de Agros olhavam com um certo medo para Nescuro.

- Não vamos conseguir detê-los assim! Gritou Pen.

- Alguma Sugestão? Perguntou Claus se defendendo como podia. Seus braços já cansados.

...

O senhor das feras começou a ler o estranho feitiço. O livro estava fechado. Desenhos estranhos de símbolos e monstros se moviam como se quisessem fugir da capa. O colar da Vênus brilhou.

Os olhos de Elisa estavam fechados, sua respiração ofegante. Em sua mente vagavam lembranças do dia em que o senhor das feras a enfeitiçou. Ela lembrava-se de cada detalhe. De ser atingida pela luz vermelha e junto de seus pais de repente desaparecer. Ela podia ver Luc. Não havia nenhuma expressão de remorso. Via Sofia com uma lágrima no rosto presa dentro do espelho. Sua avó Maramís e seu avô haviam sido mortos por Enéas. O mundo sendo devastado pelos monstros. Aquilo tudo por causa da ira de Hades que em troca de todo o poder que dera a Luc, precisava de alguém que liderasse seus exércitos na devastação do mundo. E lá estava Luc. Completamente diferente. Elisa era a única capaz de proteger todos, mas seu irmão estava do outro lado e ela não podia destruí-lo. Hades era proibido por seus irmãos Posseidon e Zeus de liderar qualquer ataque fisicamente, mas podia ter um imediato. A ambição do promissor Lucdaer lhe trouxe uma oportunidade.

...

Enéas atacava sedento pelo sangue de Heitor, sua espada cortava o ar. Heitor se defendia como podia neste momento. Os esqueletos pareciam estar cada vez mais fortes, no entanto era o cansaço dos heróis que os deixavam mais lentos. Pen então viu dois esqueletos atacando-a simultaneamente. Sua espada foi tirada de sua mão, girou no ar e caiu mais a frente fincada no chão. O terceiro Esqueleto a atacou. Sua espada veio na horizontal pronta para perfurar sua barriga quando Nescuro saltou encima dele.

Claus continuava sua batalha contra os três esqueletos. Sentiu-se acuado. Então viu dois deles serem puxados para trás por Agros. Pen rolou no chão e pegou sua espada. A Lamina cortou o ar na horizontal a trinta centímetros do chão separando cortando as pernas dos esqueletos que caíram de joelhos.

Enéas então derrubou Heitor no chão.

- E agora parceiro? Quem é o número um? Ele perguntou apontando a ponta da espada para garganta de Heitor.

...

Belerofonte estava de guarda enquanto o Senhor das feras aproximava-se de Elisa. O colar estranhamente queria saltar do pescoço dela, era como se uma força o puxasse na direção do orifício. O pingente brilhando. As cobras do colar se reviravam. Abriam suas bocas estranhamente.

- Minha querida irmã. Logo estará com nossos pais novamente e desta vez sem seu precioso colar. Ele então aproximou o livro do pingente e o pentagrama se acoplou no livro. Ele então levou as mãos até o colar e o retirou de Elisa. As cobras se remexendo. Ele então abriu o livro. Pegou o colar e levou até seu pescoço.

- Sabia que você o traria até mim Elisa! Que logo voltaria! Serei um Deus! Serei maior do que você um dia já foi irmãzinha!

Ele então colocou o colar em seu pescoço e Eliza abriu seus olhos.

...

- Agora estão da forma que sempre devem estar seus idiotas! Ajoelhados perante a rainha das amazonas. Pen disse ao cortar as duas cabeças dos esqueletos. Ambas caíram no chão.

- Pen! Disse Claus enquanto se defendia do esqueleto. Impeça que ele se reconstitua! Jogue as cabeças no pântano! Ele disse ao cortar o braço do guerreiro que o atacava. A espada do esqueleto caiu junto com seu braço. O esqueleto o olhou com suas órbitas vazias e abriu sua boca estranhamente. Ele então o cortou o crânio ao meio separando o pela metade a parte de cima que tinha as órbitas ele pegou e jogou no pântano. O guerreiro desorientado saiu vagando a procura de seu braço e da tampa de seu crânio.

Pen jogou as cabeças dos esqueletos no pântano. Elas se afundaram e eles rastejavam de joelhos apalpando o solo em busca seus pés e de suas cabeças.

Agros fez o mesmo. Bateu as cabeças dos guerreiros uma contra a outra e arrancou-as com as mãos. Segurou-as por um momento. Cada uma de suas cabeças olhava intrigantemente para cada cabeça de guerreiro. Elas então balançaram negativamente.

- Cabeças más! Esqueletos maus! Ele Disse arremessando-as no pântano.

Nescuro com estava com suas patas sob o corpo do esqueleto. Ele então mordeu a cabeça da criatura. Ouviu-se um estalo. Os ossos quebrando entre seus dentes. Ele triturou o crânio do esqueleto e o engoliu.

...

- Ironia não? Disse Enéas.

- Por que mudou de lado Enéas?

- Ah Heitor. Não entendo por que o poder de minha mãe esta com esta bruxa. Aquele colar deveria ser meu! Enéas disse. Eu sou seu filho! Eu sou filho de Afrodite e de Anquises! Sou o filho de uma Deusa!

- Mas o destino o colocou na vida da jovem Elisa. Você não devia ter se aliado ao Senhor das Feras. Veja como ficou! Sua mãe o amaldiçoou e todo exército troiano por sua culpa. Agora são um bando de esqueletos imortais vagando pelo mundo.

Enéas olhava para Heitor, um olhar de desprezo.

- Fomos bons amigos Elfo! A guerra de tróia foi intensa. Heitor o ouvia, seus braços abertos no chão. Ele me deu a oportunidade de provar que posso ser o melhor! Como ele será agora que tem o colar! Seremos os donos do mundo! Disse Enéas. Ele então girou a espada e preparou-se para cortar o pescoço de Heitor.

- Uma flecha então atravessou sua mão levando-a consigo pelo ar. A espada caiu cravada na terra ao lado da cabeça de Heitor. Enéas virou-se na direção de onde a flecha havia sido disparada e viu Pen segurando o arco e flecha com um sorriso no rosto.

Heitor aproveitou-se e pegou sua espada. Enéas notou muito tarde e apenas se viu sendo perfurado na altura da virilha. A lâmina estava onde devia estar um amontoado de órgãos, mas havia nada mais que um estranho vácuo. Heitor então a puxou partindo sua coluna e costelas ao meio. Enéas então se desmontou e caiu no chão aos pedaços. Heitor levantou-se e o pegou pelo crânio, girou a cabeça que separou-se do pescoço. Ele então a segurou no alto e encarou as órbitas vazias.

- Ah Enéas! Não posso te matar amigo! Sabe disso!

- Mas eu te matarei Heitor! Eu matarei você! Ele disse.

- Você realmente perdeu a cabeça amigo! Disse Heitor jogando o crânio para cima. Rapidamente ele armou o arco e disparou a flecha. Ela encontrou a cabeça de Enéas girando no ar, entrou pela sua boca abafando o grito de ira e sua cabeça voou junto com a flecha para longe dali.

...

- Elisa? Que bom que você despertou! Agora sou invencível. Eu agora terei todo o poder! O feitiço está completo! Trovões bradaram nos céus. Pegasus relinchou naquele momento. Elisa se levantou.

- O que houve Luc? Não sabe o que está dizendo mesmo! Elisa perguntou andando em sua direção, ela parecia não ter sofrido nada, parecia estar revigorada e seu olhar era algo realmente intimidador. Hipono tentou intervir e correu para segura-la. Elisa apontou uma de suas mãos para ele sem nem mesmo olhar na sua direção e um tufão de ar bateu contra seu peito. Ele foi parar na varanda do castelo, o imenso portal então se fechou e ele se viu preso lá fora.

- Ah Elisa! O livro as acalma realmente! Sinto as serpentes acariciarem meu pescoço como se quisessem ter feito isto desde quando papai e mamãe lhe entregaram o colar. Mas agora ele é meu! Eu tenho todo o poder que sempre quis. Uma enorme ventania formou-se em volta de seu corpo e ele apontou o anel de caveira na direção de Elisa.

- Luc... lembre-se de nossa batalha Luc! Lembre-se do momento em que me iludiu usando nossos pais! Lembre-se de nossos pais Luc! De tudo que você fez a todos. De nossos avós! E agora acha que tem tudo? Você não tem nada! Ela disse enquanto lágrimas percorriam o extremo de sua face após brotarem abruptamente de seus olhos.

- Agora vou te vencer de uma vez por todas maninha! Você e Sofia deviam ter se unido a mim! Eu protegeria vocês, mas não... tinham que querer salvar o mundo! Ah, Elisa... devia ter te matado ao invés de ter pena de você! Mas agora vou concertar tudo. Chega de prisões!

- Não Luc... você está enganado irmão. Os olhos de Elisa se perderam num branco assustador. Seus cabelos arrepiaram-se como se ela tivesse recebido uma carga enorme de energia. Seus pés então desprenderam-se do chão e ela flutuou. Estava a trinta centímetros do solo.

- Acha mesmo que pode me vencer? Ele perguntou.

- Luc... agora me lembro de tudo. Você nunca me aprisionou Luc! Nunca! Ela disse olhando para o livro nas mãos dele.

...

- Precisamos ir atrás de Elisa! Ela deve estar em perigo! Disse Claus que transformou-se de repente em um grifo.

- Vocês dois vão por terra! Disse Heitor para Claus e Nescuro. Pen já estava sob o grifo.

- Vamos logo troiano! Ela disse para Heitor. Ele subiu e o grifo bateu suas asas alçando vôo e indo na direção do castelo o mais rápido que podia. Pen virou-se na direção do chão e pôde ver Nescuro e Agros correndo lado a lado. As passadas largas do Ogro e a agilidade com que Nescuro mudava de patas eram incríveis, mas ainda assim eles estavam cada vez mais distantes.

Claus em forma de grifo estreitou seus olhos de águia e mirou aquele enorme castelo que mais parecia uma caveira, as torres eram como chifres de uma criatura demoníaca. As órbitas vazias pareciam janelas abissais que levariam quem as atravessasse ao mundo inferior. O portão de entrada para o castelo ficava dentro de uma enorme boca que permanecia aberta. Pedras esculpidas em formas de dentes agora já desgastadas pelo tempo contornavam a boca enquanto um enorme portão de troncos de madeira funcionava como uma ponte para atravessar um riacho cheio de Jagrõs, Jacarés estranhos com calda de dragões, dezenas de olhos esparramados pelo corpo. Estranhamente a criatura tinha três bocas, uma do lado da outra, dentes pontiagudos e a íris dos olhos avermelhada.

Pen segurava-se na cintura de Heitor, o vento agitava seus cabelos, seus pensamentos distantes no tempo. Ela lembrava-se das tantas batalhas que havia lutado. Da guerra de tróia, das amazonas mortas, a imagem dos Ogros afundando na areia movediça, a Dríade ajudando Agros mesmo após a tensa batalha enquanto elas estavam sob controle de Luna. Lembrou-se de Claus salvando-a do ciclope. Parecia estar em outra dimensão. Ela sentia algo como nunca havia sentido, uma lágrima então brotou de seus olhos e ela viu Pegasus, montado sob ele estava Belerofonte. Uma flecha então foi disparada e veio na direção de deles.

-

- Sandices! Luc disse. Um raio de luz vermelha partiu de seu anel e veio de encontro a Elisa. Ela apenas fechou seus olhos e abriu a palma de sua mão direita. Uma espécie de escudo formou-se a sua frente e o raio foi neutralizado dissipando-se e batendo contra as paredes de pedra, os pontos atingidos em segundos ruíam-se até restarem apenas cinzas.

- Luc, você não pode ter esquecido de nós! Não pode! Ela disse caminhando até ele. Um tufão de ar foi disparado de suas mãos na direção de Luc. Algo estranho aconteceu. As páginas do livro se moveram e os olhos de Luc ficaram completamente negros. O tufão foi absorvido pelo livro e Luc sorriu.

- Não Elisa, não esqueci de vocês! Apenas aceitei meu destino, aceite o seu! Ele disse Apontando para o teto acima de Elisa. O raio bateu contra a laje de pedra cortando- a. Elisa olhou para cima e apontou suas mãos para o bloco de pedra que descia ao seu encontro afim de esmagá-la.

- Adeus irmãzinha! Disse Luc apontando o anel para ela.

...

O grifo desviou para tentar escapar da flecha, mas foi em vão, ela penetrou na pele de Heitor e afundou em sua carne. O sangue brotou e Heitor cambaleou. Não fosse por Pen o segurando pela cintura ele teria caído.

Hipono lançou outra flecha. O grifo então fez uma manobra e desviou-se da flecha. Pegasus agora estava atrás deles.

...

Quatro bolas de fogo acertaram o bloco que foi jogado para cima atravessando a fenda que havia se aberto naquele teto oval e foi lançado para fora do castelo. Neste mesmo momento um feixe de luz avermelhada veio na direção de Elisa. O colar no pescoço de Luc então se moveu. As serpentes se agitaram e seus olhos brilharam.

Luc sorriu e sentiu algo estranho. Lembranças vagaram por sua mente. Flashes da batalha contra Sofia. Ele a enganou usando seus pais como isca. Sofia havia lançado o feitiço. Ele levou suas mãos tentando tirar o colar, mas ele estava preso ao seu pescoço. O livro caiu no chão e ele se lembrou de tudo.

...

- Heitor? Como você está? Agüenta firme amigo! Disse Pen, mas ele não respondia.

O grifo voava em direção ao castelo. Pegasus ao seu encalço, Belerofonte disparando flechas na sua direção. Ele havia desviado das ultimas duas, mas Pegasus se aproximava cada vez mais. Hipono mirando com seu arco e flecha. Um de seus olhos abertos enquanto o outro permanecia fechado. Eles agora estavam sendo perseguidos.

- Pen não conseguiria disparar uma flecha com apenas uma de suas mãos e se ela largasse Heitor ele cairia. Claus não poderia combater com os dois montados sob ele. Era um animal veloz, mas Pegasus era mais forte e carregava menos peso. O grifo estava prestes a ser capturado, o castelo se aproximando cada vez mais.

...

- Ela me enfeitiçou? Disse Luc completamente confuso.

Luc podia ver a cena por completo.

...” - Não quero matá-los! Saiam daqui! Ele disse.

- Não Luc, meu filho. Disse sua mãe. Esqueça este livro. Ele lhe parece muito sedutor, mas o que Hades quer é apenas o fim de tudo. Ele quer provar para seus irmãos o quão é poderoso. Ela quer destruir o planeta.

- Não... Hades me compreende! Luc gritou.

- Ele te usa filho! O Livro está enfeitiçado! O poder que você quer não está nele Luc e sim dentro de você! Seu pai disse. Elisa então se aproximou de Luc por trás. O colar em suas mãos. Ele pode sentir a presença dela.

- O que pensa que está fazendo? Ele disse virando-se.

- Luc! Você precisa usar o colar. É o presente de uma Deusa. Ele não é só um catalisador Luc. É o presente da Deusa do amor. O único jeito de você recuperar o que Hades te tirou é... ela tentava dizer.

- Deixe de ser idiota maninha! Ele disse.

- Você está sendo controlado Luc. Primeiro pelo livro. Ele te prometeu todo este poder mas ele só quer se apossar de você. Ele quer isso de você. Ele queria sua alma, sua liderança. Mas te tirou todo seu amor para te dar isso. Não seja tão fraco Luc!

Luc então se encheu de fúria. Ele estava cego. Ele apontou o anel para Elisa e um raio saiu na direção dela. Seu pai pronunciou um feitiço que a fez desaparecer de repente e reaparecer ao seu lado. Luc se virou para eles. Elisa apontou suas mãos na direção dele. Luc então lançou seu raio que encontrou o feitiço de Elisa que vinha na forma de fumaça. Ela era mais forte. O poder dele não resistiria estava sendo pressionado contra ele, mas ele sabia que ela não o mataria. Ele então pronunciou um feitiço de aprisionamento do livro e apontou para seus pais. Elisa saltou a frente deles tentando protegê-los, mas era uma armadilha. O feitiço que Elisa lançou venceu o raio dele e o acertou.” Enquanto ela era tragada para uma outra dimensão...”

Ele então despertou de sua viagem ao tempo.

- Ela se deixou ser capturada! Ele pensou.

...

Claus deu um grunhido de dor. A flecha cravada em sua asa esquerda.

- Nãooo! Gritou Pen. Claus então começou a voar desordenadamente. Batia apenas uma de suas asas a outra ele tentava mantê-la ao menos parada. Ele então planou na diagonal. Estavam indo direto para o chão. Belerofonte atrás deles atacava sem piedade.

...

O raio estava a centímetros de acertar o corpo de Elisa, não havia tempo de reação. Foi aí que algo estranho aconteceu. Elisa viu o raio dividir-se em dois e contornar o seu corpo desviando-se dela e batendo contra a parede mais a frente. Ela olhou para Luc e viu que ele guiou o raio salvando-a. A parede ruiu-se. Um estalido de algo quebrando chegou aos ouvidos de ambos e uma enorme rachadura se alastrou pelo teto.

- Você se deixou ser capturada por Hipono? Luc perguntou aturdido.

- Sim. Você está começando a se lembrar não é? Ela disse ao dar um passo em sua direção. O chão pareceu balançar e ela teve a percepção que aquele castelo não resistiria por muito tempo.

- Isso tudo pra que eu usasse o colar? Perguntou Luc apontando o anel em direção a ela.

- Ta na hora de desfazer tudo isso! O único jeito que encontrei de te salvar foi o colar. Quando Luna entrou em minha mente me lembrei tudo Luc. Meu plano daria certo. Te lancei um feitiço pra que se esquecesse do momento em que tentei colocar o colar em você e aí poderíamos ter outra oportunidade. Fiz com que você ficasse obcecado por usá-lo ainda mais. Mas você me aprisionou e tudo isso aconteceu.

A luz do pingente então ficou mais intensa. Luc sentiu sua cabeça latejar.

- Não á ouça! Disse uma voz que parecia estar dentro de sua cabeça, sussurros que pareciam chegar carregados pelo vento, sedutores e diabólicos. Elisa o olhava sem entender o que estava acontecendo.

...

Hipono lançou mais duas flechas. Pen segurava Heitor como podia enquanto Claus as aproximava cada vez mais do chão. Pégasus a sua espreita. Claus fez todo sacrifício possível e bateu suas, a dor expressada em seus olhos e nos grunhidos exasperados que ele bradava. Ele então caiu desviando-se das árvores mais altas, batia nos arbustos, Pen se agarrava não pode suportar e Heitor caiu. Ela então viu o riacho á sua frente e prendeu sua respiração. O grifo abriu suas asas e eles caíram no riacho. Á margem do riacho os jagrõs rastejaram e mergulharam na água sedentos por sangue.

...

- Você não pode ouvi-la! A voz disse.

Luc estava completamente confuso. Todo aquele tempo que se passou. Tantas coisas aconteceram. Seus pais. O mundo devastado pelas sombras. O assassinato de seus avós. Tudo que ele havia feito. Tantas vidas. A culpa o tomou por completo.

- Acalme-se Luc! Disse Elisa percebendo que havia algo de errado.

Ele então olhou pra ela. Elisa queria entender toda sua dor, ajudá-lo, mas sabia que seria difícil. Luc pegou o livro e apontou o anel para ele.

- O que pensa que vai fazer? Disse a voz em seu subconsciente.

- Eu fui um fraco Elisa! Me perdoe! Ele disse abrindo o livro. Uma nuvem de fumaça se manifestou a sua frente na forma de um velho conhecido.

...

Claus batia suas asas dentro da água, a aflição do momento o impedia de concentrar-se e transformar-se em humano. Pen então mergulhou com sua adaga na mão sendo perseguida por dois jagrõs.

...

- Nunca terá sua alma de volta Luc! Você é o senhor das feras! Lembra-se? Hades disse.

- Não faça besteiras Luc! Disse Elisa.

- Ele então fechou os olhos e vislumbrou a imagem de Sofia e de seus pais. Apontou o anel para o livro.

- Nãooooooo!!! Bradou Hades enfurecido.

O raio saiu do anel de Luc. Hades bradou e em forma de fumaça foi na direção dele. Elisa apontou suas mãos na direção de Hades que de repente dissipou-se no ar tamanho o tufão que o atingiu. O raio avermelhado tocou no livro e ele começou a ruir-se nas mãos de Lucdaer.

- Imbecil! A voz bradou novamente. O grito agora era ensurdecedor. A fenda no teto se abriu ainda mais e ele cedeu ainda mais.

Luc apontou o anel para o espelho e o vidro converteu-se em um punhado de areia, a moldura dele transformando-se em raízes. Como se estivesse sendo aberta uma comporta a água escapou pelo vácuo do espelho trazendo consigo Sofia, que caiu ao chão tossindo como se tivesse engolido uma enorme quantidade água..

- Luc! Ela disse olhando para ele que agora apontava o anel para si próprio.

Elisa tentou correr na direção para impedi-lo do pior. Hades se formava novamente. Luc sorriu para ambas e olhou uma ultima vez para Sofia.

- Eu vou reclamar o que é meu! Disse Hades. A fumaça encontrou o corpo de Luc.

...

Hipono estava desperto do transe e pôde ver a enorme criatura pulando na água com suas duas cabeças. Mais a frente um enorme lobo nadava ao encontro do grifo. Enquanto dois jagrõs mergulhavam atrás de Pen. Ele então lembrou-se do que ela disse.

- Filho? Lembranças de uma discussão entre ele e seu irmão Aleimeno vagavam em sua mente.

“ - Bastardo! Belero disse. O cheiro do vinho era perceptível a distância que eles se encontravam.

- Do que está falando irmão? Perguntou Hipono.

- Você é um bastardo Hipono! Você não é meu irmão! Apenas está aqui, pois minha mãe queria ser tida como a mãe do filho de um Deus. Mas nem assim seu pai deu importância a ela.

- Você está louco irmão, você bebeu demais Ele disse.

Belero correu ao seu encontro. Sua adaga pronta para matar Hipono que desviou da lâmina se defendendo. Os dois caíram ao chão, Hipono se defendendo empurrava seu irmão mais velho enquanto Belero insistia em atacar. Eles rolavam pelo chão foi quando um grito engasgado de dor saiu da boca de Belero. Hipono se levantou, suas mãos banhadas em sangue. Seu irmão estava morto. Daí em diante seu nome passou a ser Belerofonte ( Assassino de Belero )...”

Ele então despertou de suas lembranças.

- Minha mãe? Ele pensou alto. Pegou seu arco e flecha e o armou.

...

- Agora sua alma será minha! A luz do anel então tocou a pele do Senhor das feras e Elisa pode ver seu irmão como ele era antigamente.

- Perdoe-me! Ele disse enquanto sua pele apodrecia estranhamente, sendo corroída como se o tempo passasse desordenadamente, seu corpo logo entrou em estado de putrefação e incendiou-se, desfazendo-se em cinzas até que se restasse apenas um amontoado de pó no chão. O colar da Vênus caiu sobre o amontoado.

- Luc! Disse Sofia. Foi quando a fumaça se manifestou e eles puderam ver Hades novamente. Ele era enorme. Muito maior que um ser normal.

- Elisa! Sua voz disse calmamente.

- O que você quer Hades? Ela perguntou.

- Não. Eu não quero nada. Mas você deve querer isto! Ele disse com sua voz num tom arrogante abrindo a palma de sua mão. Elisa e Sofia puderam ver Luc, ou a alma dele vagando em meio a uma imensidão de almas, parecia ser o subterrâneo, o solo cheio de rachaduras e esqueletos humanos, fendas cheias de lavas, o vapor saindo por orifícios ele estava ao lado de um estranho rio negro, almas pareciam flutuar a sua volta. Seu olhar parecia perturbado e seus braços cruzados e lábios roxos demonstravam o estranho frio que ele poderia sentir num lugar onde o fogo parecia poder queimar a metros de

distancia.

- Luc! Sofia disse enquanto Hades desaparecia lentamente.

...

Agros pegou dois jagrõs pelos pescoços com seus braços.. Os animais enfurecidos mordiam o vento com suas três bocas. Ele então apertou o pescoço deles com toda sua força até que o ar deles faltou entre seus braços e as dezenas de olhos reviraram-se estranhamente. Ele então os soltou mortos no rio. Os animais seguiram seu destino boiando correnteza abaixo enquanto Claus cravou suas garras nas costas de Nescuro que gritou de dor, mas conduziu-o até a margem. Ele saiu molhado e sacudiu suas penas. E logo mudou-se para forma Humana, seu braço sangrando.

Pen era atacada, as duas feras a perseguiam. Ela ciu daria mais para fugir e virou-se para a luta. Vencer dois Jagrõs ali seria impossíve, mas ela não tinha escolha. Os jagrõs avançaram. Ela segurou firme sua adaga e foi na direção deles. Uma flecha então acertou a cabeça de um deles bem na direção de sua boca central, a criatura passou direto por ela e afundou no riacho se debatendo, se contorcendo frenéticamente. O outro investiu com suas três bocas. Pen cravou a lâmina na pele da criatura que a atacou com a calda. Pen sentiu a pancada em seu estomago e abriu a boca, a água entrou abruptamente e ela desmaiou. O jagrõ então abriu suas bocas e preparou-se para morde-la.

...

- Temos que sair daqui Sofia! Disse Elisa ajudando–a á se levantar. Ela pegou o colar da Vênus e o colocou em seu pescoço. Ambas pensaram em correr quando a laje desabou.

...

Belerofonte ficou de pé sob Pegasus, uma flecha em sua boca, Ele então saltou na água. Logo pôde ver Pen recebendo o golpe da criatura e perdendo a consciência. O monstro abriu sua boca e esta prestes a matá-la quando Belerofonte montou sob ele e cravou a flecha em seu pescoço, ele torceu a flecha e a criatura tentou mordê-lo por um instante mas logo ela estava sem vida. Hipono segurou Pen e nadou até a margem.

...

Elisa apontou suas mãos para o teto e um tufão de ar segurou a laje, mas o peso era enorme agora e ela não suportaria por muito tempo.

- Saia daqui Sofia! Ela disse. Sua voz abafada pela força que exercia.

- Não vou te deixar aqui! Não posso! Disse Sofia.

- Sofia! Isso aqui vai cair. Eu quero que saia daqui agora. Isso é uma ordem!

- Não vou me afastar de você de novo! Ela disse.

Foi quando os ombros de Elisa começaram a doer.

- Saia daqui! Elisa disse com seus olhos brancos. Sofia então correu para fora do castelo obdecendo-a.

O peso aumentava cada vez mais. Elisa sentiu que não ia suportar. Seus olhos estavam fechados. Ela então pode sentir o toque quente das mãos que apertaram seus ombros e o som suave e reconfortante chegou aos seus ouvidos.

- Sofia! Está pronta para sair daqui?

- Papai! Mamãe! Ela disse. A laje então desceu, o castelo em forma de caveira caiu. Blocos de pedra descendo abruptamente.

...

Sofia estava fora do castelo.

- Elisa! As lagrimas brotaram.

...

Pen despertou num surto de tosse, Belerofonte ao seu lado.

- Você está bem? Perguntou Belerofonte.

- Sim e você, sabe quem eu sou? Ela perguntou.

- Não. Mas ainda teremos muito tempo para nos descobrirmos juntos mamãe. Eles então se abraçaram.

Pen então pôde vê-lo chegar com a mão estancando o sangue em sua barriga. Sua mão pressionava. Ele manquitolava, mas caminhava na direção deles.

- Heitor! Ela disse feliz.

Sofia correu na direção de Heitor e ajudou-o.

- Onde está Elisa? Ele perguntou.

Sofia apenas balançou sua cabeça negativamente. Claus então aproximou-se de Heitor, foi quando as orelhas de Nescuro se levantaram e ele em forma de cão latiu entusiasmado passando por eles e indo na direção contrário a que eles olhavam. Eles o perseguiram com os olhos e viraram-se.

- Elisa!!! Sofia disse vendo-a ao lado de seus pais abraçada a Nescuro que a lambia no rosto.

- Pare amigão! Teremos muito tempo para matar a saudade. Elisa disse erguendo-se e indo na direção de Claus, Heitor e Sofia.

- Ei, bruxa! E o seu irmão? Perguntou Pen.

Elisa virou-se para ela.

- Não é a ele que você deve culpar Pen. A alma de Luc agora está sob posse de Hades. Hades estava manipulando ele como manipulou á Hipono apenas com o intuito de destruir o nosso mundo.

- Seu pai terreno está do lado dele. Ela disse a Belerofonte. A alma de Glauco pertence ao Deus do mundo inferior. Hades é o verdadeiro culpado de toda esta trajédia.

Pen a olhou sem graça.

- Me desculpe rainha. Ela disse enquanto Claus e Heitor entreolharam-se com as sobrancelhas erguidas.

- Não há o que desculpar. Todos estamos bem. Precisamos nos unir. E Pen eu é que tenho que a agradecer. Sem você não estaria viva. Obrigado Pen, líder das Amazonas! E obrigado a você amigo Agros. E é claro a vocês três, Clausban, meu conselheiro e amigo, Nescuro meu melhor amigo e Heitor este elfo louco de que tanto gosto.

- Sinto muito por Luc, Elisa! Disse Claus.

- Não sinta! Nenhum de vocês e sim me ajudem a resgatá-lo! Ela disse.

- A missão é suicida? Vamos enfrentar monstros terríveis? E isso tudo para salvar um bruxo? Perguntou Heitor.

- É mais ou menos isto. Porém teremos que matar um Deus.

- Eu topo! Disse Heitor fazendo caretas de dor.

- Se é para matar Hades, eu vou com vocês! Disse Pen.

- E eu vou salvar meu pai. Falou Belerofonte.

- Precisarei de você Sofia. Quero que cuide de nosso lar e reine enquanto estamos fora. A viagem ao mundo inferior vai ser complicada.

- Tudo bem, mas só se me prometer que trará Luc de volta.

- Eu farei o possível e quero que você a ajude Agros.

- Elisa pede, Agros fica e cuida de Amiga sua! Ele disse.

- E agora é hora de o mundo voltar a ser como era. Elisa apontou suas mãos para o céu , seus olhos se perderam no mesmo branco assustador e de suas mãos um poder estranho saiu como um arco íris de energia. Os céus se abriram, a escuridão dava lugar para a luz. Gotas de chuva de repente tocaram os corpos dos heróis, e depois o solo. O sol aparecia ainda timido mais presente sobre as nuvens carregadas de vida. As árvores de repente ganharam exuberância e suas folhas se renovaram.

Os pais de Elisa a olhavam orgulhosos e ao mesmo tempo melancólicos pela perda de Lucdaer. Pen usava o seu pedaço do cajado para curar Heitor que havia perdido o seu na areia movediça.

O mundo voltou a ser como era e Elisa jamais seria aquela menina do sótão. Os caminhos que ela irá percorrer a levarão a mundos distantes e aventuras que a tornarão a maior bruxa de todos os tempos.

...

Enquanto isso ainda não acontece...

No pântano uma mão se estende e se abre revelando algo.

O ser então sai enlameado do pântano e se arrasta até uma pedra se lembrando de agarrar o pedaço do cajado de Asclépio com uma porção de terra no local onde Claus o havia deixado caído após salvar Elisa.

Ele então da uma gargalhada maquiavélica e o rosto de Elisa vem a sua mente.

Logo nos encontraremos de novo Bruxinha. Ela disse enquanto suas mãos incendiavam-se como duas tochas acesas.

...

Assim termina a primeira temporada da Rainha dos Monstros. No total serão três...

Espero que gostem. E Lucas... desculpe-me por não matar Elisa e nem matar nenhum deles...kkkk...sem chances... pelo menos na primeira... na segunda? Mistério...rsrs...só lendo pra saber.

Bem...

Logo darei outra revisão no texto e no conto por inteiro.

Aproveito para agradecer a...

Sofia...

Luciana...

Lee Rodrigues...

Lucas...

Mauro Alves...

E quem mais tenha acompanhado o conto!

Obrigado de coração!

A todos que me Lêem um forte abraço e que Deus lhes abençoe e ilumine sempre!

Sidney Muniz
Enviado por Sidney Muniz em 14/09/2011
Reeditado em 20/09/2011
Código do texto: T3219617
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