Dia do Juízo - Cap. 4 - "Mamãe, a professora é uma pessoa má"

Deu o sinal, todos saiam da sala, Mateus estava terminado de copiar a tarefa, ficou apenas ele e outro garoto gordinho que estava sentado perto da porta, quando foi sair o garoto botou o pé na frente e Mateus caiu de boca no chão, a queda foi forte que quebrou um dente do garoto, levou à mão a boca que percebeu que sangrava muito, nervoso partiu pra cima do menino, foi quando Angélica entrou na sala e lhe segurou pela camisa.

- Lucas, fica quieto, você não sabe do que é capaz de fazer uma pessoa nervosa, principalmente você.

- Mas o que ele fez... Olha minha boca – disse ele chorando

- Eu vi o que ele fez Mateus. Típico de gente gorda, gordo só faz gordice mesmo. O que acha que derrubando seu amiguinho você vai emagrecer, em? Me responda seu reservatório de banha, merdinha do caralho!

O garoto apenas tremia a boca e não sai som algum, estava perplexo, assim como Mateus estava.

- Mateus, vá pra enfermaria. – ele ficou parado ali. – Vá Mateus, to mandando porra. Vai pra merda da enfermaria que desse pedaço de bosta eu cuido. – disse ela pegando a enorme régua de madeira que estava na lousa, Mateus correu em direção à enfermaria.

-Vo... Você, Vo...cê não po..pode me bater. É a professora. – disse o menino com lagrimas escorrendo pelos olhos. Angélica o encarou olhando-o nos olhos:

- Professora. Não, você nem imagina o que eu realmente sou, Nhonhô. – deu uma risada ao garoto.

Mateus chegou a enfermaria, mas não pensou duas vezes em ficar ali ou ir pra casa, foi embora aquela tarde correndo, o sangue da boca voava no vento e sujava suas roupas e seu rosto, correu sem olhar pra frente quando trombou com uma mulher.

- Mateus, o que faz aqui? Você não deveria estar esperando a van? É sangue na sua roupa? Menino vou te levar pra casa agora – disse Mirela, uma colega de Tamires.

Chegado em casa, depois de um tempo chorando e soluçando Mateus contou o que havia acontecido na escola, “Eu tenho medo da Tia Angélica, ela vai fazer alguma coisa com o Rafa. Mamãe, a professora é uma pessoa má”

-Vou lá falar com ela agora, fique aqui com ele pra mim Mirela - disse Tamires.

- A cabeça foi cortada na metade, ou arrancada, não sei, mas tem uma marca de cruz nas costas, é mais um daqueles. – disse um policial.

- Puta que pariu a única testemunha e agora está morta. Cabo Anselmo venha cá, alguém vazou as informações, de dentro do nosso batalhão, é muita coincidência ele ser uma vitima desse assassino da cruz.

- A mulher dele esta melhor do estado de choque, quer conversar com ela? Mas ela disse que nada viu.

- Cabo, converse você, vou pra casa, preciso descansar a cabeça, talvez vá ao cinema, nem sei o que tá passando.

- Tem um bom filme estreando, Delegado. Litoral dos Mortos, um ótimo filme de zumbis.

- Que merda Cabo, não vou ver filme de terror. Até amanhã.

Tamires entrou na escola, estava vazia, passou pela porta da secretária sem ninguém lhe falar nada, adentrou ao corredor central, as salas estavam todas trancadas, andou até o pátio e escutou alguns barulhos vindo do parquinho, foi chegando mais perto, era barulhos de algum brinquedo enferrujado e risos de crianças, andou mais um pouco e viu duas meninas brincando no gira - gira, elas estava com roupas iguais, as duas com vestidinhos rodas e os cabelos também idênticos, fazendo um pequeno coque na cabeça, só mudava a presilha, de uma era azul e da outra verde, chegando mais perto viu que as meninas tinha Síndrome de Down , quando as garotinhas viram ela pararam de rodar e começaram a encarar em Tamires.

- Vocês viram a professora Angélica? – as meninas se olharam e a de presilha azul começou a falar.

- Vá...

- Embora... – completou a de presilha verde

- Agora... Disse novamente a de azul

- Pra casa... Terminou a de verde

- Onde está Angélica? – insistiu Tamires, desta vez a de verde começou a falar.

- Ela...

- Não...

- Quer...

- Falar...

- Com Você.

- Vá embora - agora as duas falavam ao mesmo tempo e se levantaram do brinquedo e foram em direção de Tamires – Vou morrerá se ficar aqui, morrerá, corra, corra embora.

Tamires se afastou, mas tropeçou e caiu de bunda no chão. A garotinha de presilha azul pegou uma pedra e foi em direção de Tamires, mas ela chutou a perna da garota e correu de volta ao corredor, viu um aporta aberta e entrou rápido dando de cara com Angélica, levou um baita susto.

- Assustada flor, imagino que você já se encontrou com as retardadinhas, elas sempre assustam as pessoas, mas eu converso com elas mais tarde.

- A única que assusta pessoas aqui é você, Mateus me contou o que você fez com aquele garoto...

- Eu fiz? Não fiz nada com ninguém, ele ta bem, não é Rafael. – o garoto gordinho saiu de trás de uma mesa, estava agachado com um desenho na mão, com um sorriso no rosto.

- A gente conversou e agora ele está ali desenhando.

-Meu filho disse...

-Crianças dizem muitas coisas, Nunca se pode acreditar completamente nelas. Agora deixa eu ir que estou atrasada, de a thau a tia Rafael. – O menino gordinho deu um abraço em Tamires e saiu ao lado de Angélica.

Tamires estava sem entender nada, foi pegar o celular pra ligar pra Mirela, quando pôs a mão no pouso tinha um papel, abriu ele era um desenho, uma garota loira morta com sangue em volta, e um menino loirinho dando a mão ao diabo, em baixo em letras quase ilegíveis estava escrito:

“Mate ele, antes que você morra Tamires”.

Continua no Cap. 5 - Na Cama com Satã.

Renan Pacheco
Enviado por Renan Pacheco em 14/10/2011
Reeditado em 14/10/2011
Código do texto: T3276256