VAMPIROS 5 - JHOSUA

Os tempos eram idos, quando os jovens cristãos foram profetizados, como nascidos um para o outro. Num culto muito humilde, num casebre na floresta, um profeta foi levantado a profetizar que ali, duas almas gêmeas, se encontravam. Pedro era tímido e Maria também. Após o culto, no almoço comunitário, eles trocaram duas, ou três palavras. Daí em diante, eles passaram a andarem juntos, mas quase sempre quietos, compenetrados, cada um em seus pensamentos. O primeiro beijo demorou cinco meses; o casamento demorou três meses após isso. Pedro e Maria, com os anos, se tornaram referência cristã em toda a região. Pedro tornou-se um pastor enérgico, muito vivo, que pregava mensagens que atiçavam a mente e o coração das pessoas. Muitos se converteram sob as suas pregações. Ele tinha predileção pelo Novo Testamento, que estudava constantemente.

Os filhos começaram a vir com o tempo. O casal teve cinco filhos em doze anos. Três meninas e dois meninos. Pela ordem: Mary, VaniaDi, Jessi, Anne e o caçula Jhosua. As moças crescendo só pensavam em se casar e ir-se embora daquela família, que de maneira alguma era ruim, mas eram muito pobres. Mary e Jessi casaram-se no mesmo dia e Anne ainda demorou dois anos, até encontrar um pretendente. Restaram apçenas os dois moços na famila, VaniaDi, alto e atlético, mas com um olhar de pouca amizade. VaniaDi tinha muitos poucos amigos, alguns eram tidos como arruaceiros. Jhosua era o filho da promessa esperado por qualquer pai. Humilde, amigo, extremamente tímido – herança dos pais -, desde muito cedo Jhosua mostrou uma capacidade impar com a pregação da Palavra. A Palavra de Deus tem várias camadas de entendimento e quanto mais estudamos, mais entendemos as suas nuanças. Jhosua procurava entender o imediato, o que a Palavra fala para agora, para o já; mas ele sabia que a Palavra também queria dizer algo sobre Deus, a Bíblia nos esclarece quem é Deus, o ser mais enigmático do universo. Jhosua juntava o imediato da necessidade das pessoas, com a revelação de Deus e sempre pensava no inusitado do texto e evitava o lugar comum. Sua linguagem não era fácil, com muitos termos técnicos bíblicos, mas ainda assim, ele era amdao pelo povo. Com vinte e um anos foi levantado a pastor, mesmo sendo solteiro.

As pregações de Jhosua afetava profundamente os ares, que é o local onde os demônios se localizam, na maioria do tempo, tentando as pessoas. As suas pregações estavam convertendo o povo, que passaram a amar e a obedecer a Jesus. Sabe-se que a Palavra esta surtindo efeito, quando no particular, quando só, a pessoa não peca. E as pessoas ouviam ao pastor Jhosua e se convertiam, mesmo não entendendo totalmente a mensagem. Mas os demônios entendiam e não estavam gostando. O jovem pastor, com dois anos de ministério, era a pessoa mais perigosa para o Reino das Trevas, num raio de duzentos quilômetros. É, havia outro pregador surgindo do outro lado e também dando trabalho. Os cristãos eram como uma praga. Mesmo combatidos de toda maneira pelos demônios, eles não paravam de surgir. E de vez em quando Deus levantava um pregador para uma geração. Um que seria referência para longa data. Jhosua era essa referência. Uma potestade fora designada para desviar Jhosua. Durante um ano inteiro, dia e noite, aquela potestade ficara quase que totalmente dedicada a tentar o jovem pastor e a sua comunidade. Problemas surgiam a todo momento na igreja de seu pai, onde ele pregava, não sabendo até então que o foco era ele. Mas quanto mais problemas surgiam, mais ele orava e se dedicava. Aparentemente Jhosua era um super-homem, pois não tinha fraquezas ministeriais de espécie alguma. Não era casado, não tinha filhos, não tinha vícios, não tinha olhares, além do normal, para as jovens virgens. Com um ano, a Potestade, aquele Príncipe dos Ares, ainda não tinha encontrado onde atacar ao jovem. A regra básica demoníaca a respeito da tentação é trazer todos os pratos possíveis, para entender onde residia a fraqueza humana. Jhosua fora tentado com as mulheres, jovens, velhas, casadas, castas, prostitutas, com homens, com dinheiro, com roubo, assassinato, com vinho, ódio, luxuria, gula, e com poder. A Potestade sorriu quando entendeu que Jhosua tinha o mesmo desejo que seu mestre, Satanás, e os demônios. Jhosua queria poder, mas de qual tipo? Isso o Príncipe Maligno iria descobrir.

Numa noite escura o jovem pastor estava fechando as portas de madeira da Igreja, passando a corrente, enquanto a ultima pessoa saia. Num instante não se avistava mais ninguém na rua. Saída não se sabe de onde, de repente uma carruagem estava no meio da rua e o seu ocupante lhe dirigia a palavra. - Meu jovem, onde tem um lugar condizente, onde um nobre poderia passar a noite? Disse o homem sorridente e com uma aparência muito bela, de cabelos loiros sedosos, um lindo sorriso no rosto, percebido mesmo no escuro. Jhosua disse que havia uma taberna, que também era uma pousada, logo no fim da rua. O nobre não se interessou e disse que pagaria bem, se o jovem lhe mostrasse onde haveria um lugar digno para se dormir. Jhosua não aceitou o dinheiro, mas disse haver um lugar assim, no lugarejo vizinho. O homem conseguiu com seu jeito e seu sorriso, convencer ao jovem pastor a levá-lo até lá. Desde o momento em que entrou nacarruagem, parecia que Jhosua estava meio sonolento, meio que vivendo um sonho. Havia um torpor, um mau estar, que ele não entendia o que era, a principio, mas depois entendeu que ali havia um ambiente de pecado, de malignidade. Ele sentiu no seu espírito o mau e ficou abatido por ele, ao entrar ali, naquela carruagem ilusória. O nobre disse que ele tinha uma boa fala e poderia ser alguém importante, em outro lugar. Quem sabe na França, ou na Inglaterra. Ou em Israel.

O que se seguiu lembrava em muito a Tentação de Jesus no Deserto. “Manda que essas pedras se transformem em pão” disse o demônio, na carruagem, lindo, bem vestido, alto, imponente, mas com olhos totalmente negros. Jhosua teve a impressão durante um segundo de ver o homem à sua frente com asas enormes, negras, assim como suas vestes e o seu coração. De repente ele sabia estar na presença de um demônio. “Todos esses reinos te darei...” Jhosua teve a visão de um castelo e de ser empossado rei daquele lugar. Havia um brasão acima da sua cabeça. Ele não entendia o que estava escrito, mas uma moça estava acorrentada, seminua, enquanto todos riam-se dela. Ele viu o auge da sua vida. Jhosua na visão maligna era um rei, um nobre, com autoridade reconhecida mundialmente. Jhosua viu-se com a vestimenta de sumo-sacerdote de uma religião muito antiga.

E de repente tudo sumiu e ele estava caído nos degraus da Igreja. Uma frase martelou a sua mente daí pra frente: “Todos esses reinos te darei...” E foi a volta de VaniaDi, agora um espadachim, soldado do rei, que precipitou a sua queda...

pslarios
Enviado por pslarios em 29/01/2012
Código do texto: T3468285