OS CAMINHOS DA FLORESTA

I

Certo dia,no poste da pequena vila:

GOSTARIA DE ALGUÉM PARA MORAR COMIGO.TENHO 67 ANOS,PAGO MINHA APOSENTADORIA.SOU A MORADORA DA CASA AZUL.

Este poderia ser um estranho anúncio,mas para quem acabou de perder a mãe e não possuía parentes por perto,era uma boa oportunidade.Maria juntou poucas roupas e foi-se com uma espécie mochilinha.

A Casa Azul era até famosa,pelo simples fato de ficar dentro da Floresta da Perdição,assim chamada,pelas inúmeras pessoas que ali sumiram.A dona da Casa Azul era uma velhinha,que nunca vinha a vila e que já tivera seis filhas.As seis são dadas como desaparecidas.

Andando pela floresta,Maria foi alcançada por João.Um rapaz que também morava na vila e dizia-se com medo de enfrentar a floresta sozinho.Ela até estava encantada com o rapaz,depois de um tempo de conversa,mas não baixou a guarda,ele bem poderia ser um assassino ou algo assim!!

João ia longe.Dizia que seguiria o caminho da floresta.Seu irmão havia ido procurar a mulher perfeita que estava trancada em uma torre,pelo menos assim diziam as historias.Já se passavam dois meses e ele ainda não havia dado noticias.

O casal caminhava,e ao seu redor a vegetação era cada vez mais fechada,poucos pássaros se ouviam.Pararam para um lanche e continuaram.Já não conversavam mais tanto.

De repente se depararam com dois caminhos diferente,não sabiam pelo qual seguir.Decidiram seguir os dois para a direita.Quando uma voz cavernosa saiu de trás de uma moita,seu dono era um homem barbudo,estranhamente peludo e vestido em trapos.

Após recuperarem-se do susto,começaram uma conversa com o homem.Ele disse que o caminho da esquerda levava a Casa Azul e o da direita a uma velha torre.João se espantou quando ouviu sobre isso e o homem pareceu meio exaltado.O homem disse tchau e sumiu no meio do mato.

Se separaram com tchaus e desejos de boa sorte.Maria agora estava com medo daquele homem.Quem era ele?Um louco?Um caçador?Um morador dali?

II

Cheia de dúvidas ela seguiu seu caminho que cada vez ficava mais escuro e estranhamente em silêncio.Não se ouviam pássaros ou qualquer outra coisa,nem vento parecia ter.Sua aflição era cada vez maior.

Quase não enxergando mais,avistou a casa.Era grande,antiga,cercada de vegetação e com um azul muito desbotado.

Batendo à porta uma sorridente velhinha lhe atendeu,logo lhe deu um prato de sopa.As duas jantaram,ficou combinado que tratariam de negócios no outro dia.

Maria ficou com o quarto de baixo,a velhinha dormia no segundo andar.Colocou uma camisola vermelha e deitou-se.Aquela noite era a primeira de lua cheia do mês.Uivos se ouviam ao longe.

No meio da madrugada,batidas à porta.

- Abra,é meu filho! – a velha berrou lá de cima.

Maria se espantou.Então aquela senhora havia tido um sétimo filho!

Ela abriu essa porta e deixou a vida. Um lobisomem lá estava e imediatamente lhe mordeu o pescoço.A velha gargalhou alto em seu quarto.

III

Enquanto isso João anda por sua trilha.A lua cheia iluminava um pouco e a floresta ia deixando de ser densa.O medo parecia ter lhe deixado a alma naquela escuridão silenciosa.

Quando chegou ao fim da floresta deparou-se com mais um caminho,este estava marcado com migalhas de pão.Resolveu segui-lo,aquelas migalhas poderiam ser de irmão.

Após uns aproximados dez minutos de caminhada,chegou ao fim da trilha e a frente de uma majestosa torre.

- Suba meu príncipe,venha até sua princesa.

Era uma voz cantante da mulher mais linda que João já havia visto.Ela lhe jogou,grossos e dourados cabelos.Ele encantado subiu.

Ficou de frente com a princesa.Não pensava em nada.

- Beije-me.

Ele se inclinou para beijá-la e ela lhe arrancou a cabeça,seu sangue jorrava pelas paredes por cima de outros e por cima de vários ossos que cercavam o chão.

Aquele monstro sem nome,a oitava irmã de um lobisomem.Horrivel.Aquela criatura aprisionada na torre por poderes incompreensíveis.Ela agora devorava a carne,de João,que estava tendo o mesmo fim que seu irmão...

E não viveram felizes para sempre...

Edwart Angst
Enviado por Edwart Angst em 04/03/2012
Reeditado em 24/09/2013
Código do texto: T3534047
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