PÂMELA ANGELS
_Quanto você cobra, querida? – A pergunta vinha de um homem de meia idade que Pâmela Angels acabara de conhecer naquela movimentada boate de luxo.
_Quinhentos reais a noite, meu amor. Pâmela disse sorrindo, soltando elegantemente uma baforada do cigarro.
O homem mediu de cima a baixo. A mulher realmente valia o preço. Loira, alta, corpo escultural, pernas alvas e roliças, olhos azuis intensos, boca carnuda num batom escarlate.
_Pago mil se realizar todas as minhas fantasias, guria!
Pâmela sorriu safadamente mordendo suavemente os lábios e puxando ainda mais o generoso decote do vestido preto que se colava ao seu corpo. Vislumbrou deliciada o desejo incontrolável nos olhos daquele homem que a convidou para subirem até o quarto.
Em apenas uma noite Pâmela Angels faturara uma quantia que muita gente leva um mês para conseguir. O dinheiro se juntara em sua conta bancária que agora ultrapassava todos os limites que um dia essa bela mulher sonhara ganhar.
O que ia na alma dessa mulher? Nem ela sabia... Mas procurava respostas com um psicalista.
_Eu não sei quando isso começou doutor, mas é algo que me consome. O pior é que nem faço isso por dinheiro, é pura necessidade física mesmo. O dinheiro que ganho é apenas consequência. Até um tempo atrás eu era extremamente normal, mas de repente comecei a ter esse ímpeto por sexo, estranho é que durante o dia levo uma vida normal, mas quando chega a noite, chega junto essa necessidade que é quase incontrolável. No escritório onde trabalho ninguém desconfia do que venho fazendo sorrateiramente à noite! Doutor, durante o dia morro de remorso e de vergonha, mas quando cai a noite...
_Deixe-me entender, durante o dia você é apenas Verônica, mas quando chega a noite você se transforma em Pâmela Angels?
_Isso...
Verônica não sabia bem ao certo quando isso havia começado. Tivera uma infância e uma adolescência extremamente normal e até certo ponto de sua vida adulta também.
A única coisa que tinha nítida na mente era aquele sonho que tivera certa noite onde ela era uma prostituta que atendia pelo nome de Pâmela Angels, prostituta de luxo que cobrava caro por seus serviços. Quando acordou estava muito suada e com extrema necessidade de sexo. No dia seguinte tudo estava bem, mas quando chegava a noite o desejo tomava conta de seu ser, mas agora já não era mais sonho, era real. Verônica reprimiu aquele desejo ardente enquanto pôde, mas certa noite, já não agüentando mais, vestiu-se feito uma prostituta e adotando o nome sugerido pelos sonhos, saiu oferecendo seus préstimos pelas boates afora. O mais incrível é que Verônica não fumava, mas Pâmela Angels sim. Não demorou muito e a fama de Pâmela Angels rodou pelos quatro cantos das noites boêmias. A garota estava faturando muito enquanto matava seu próprio desejo e os desejos de homens de toda idade, raça ou credo.
Num sábado à tarde, Verônica cheia de culpa, vergonha e remorso decidiu não ir trabalhar no escritório. Saiu meio sem rumo e de repente parou num barzinho muito chique que naquela hora estava lotado de pessoas tomando cerveja, conversando e rindo à toa. Procurou um lugar e acomodou-se. Vagou involuntariamente o olhar pelo recinto e de repente teve um ataque de pudor quando deparou-se com aquele par de olhos verdes intensos a espreitá-la. O olhar era profundamente marcante, olhos de um verde lago esmeralda e uma grande e negra pinta entre as grossas sobrancelhas.
CONTINUA..._________________________________________
(Fim da 2ª parte. Aguardem o próximo e último capítulo que terá por título PÂMELA ANGELS X IAGO)