Viagem macabra dois

Era uma estradinha de terra. Os vidros do carro estavam fechados para evitar que a poeira incomodasse os viajantes. Uma música italiana tocava e a voz dos quatros passageiros acompanhava a melodia. Passava das seis da tarde, logo escureceria. Os jovens estavam viajando há mais de dez horas e tudo oque queriam era chegar logo à próxima cidade e se hospedarem. Carlos o motorista pediu a sua namorada Rebeca para consultar o guia. Estava achando muito comprida aquela estrada. A moça não conseguiu localizar a região e pediu ajuda ao namorado da sua irmã. Depois de longos minutos, André deu a péssima notícia: Estavam perdidos. Começaram então uma discursão sobre oque fazer. Paloma achava melhor voltarem e pegarem outra estrada, André concordava com a namorada. Carlos e Rebeca discordavam, já tinham avançado muito e acreditavam que a próxima cidade estava perto. Ainda discutiam quando uma das moças gritou. Todos olharam a tempo de ver um sujeito grandalhão sumindo por trás de uma árvore. A primeira reação de Carlos foi dar a partida no carro, mas confuso percebeu que apesar de ligado, o automóvel não se moveu. Os dois rapazes desceram para verificar o problema e estarrecidos descobriram que os pneus traseiros foram totalmente cortados e uma fumaça espessa saia do porta mala. Carlos foi verificar e em seguida gritou para que as moças saíssem do carro. Os quatro se afastaram no momento em que o veículo pegou fogo. Desesperados viram a única maneira de saírem dali ser consumida pelas chamas. Tomaram então a iniciativa de caminharem em busca de ajuda. À noite caira por completo e isso dificultava a jornada. Paloma e Rebeca choravam baixinho abraçadas aos namorados.De repente o silêncio foi quebrado pelo som de um carro se aproximando.Os jovens acenaram esperançosos.A mulher que estava ao volante os convidou para pernoitarem em sua casa que ficava ali perto e na manhã seguinte os levariam até a cidade mais próxima.Sem opção e fatigados os quatro aceitaram. Em cinco minutos chegaram em uma fazenda e foram conduzidos a uma casa sinistra, cuja iluminação provinha de meia dúzia de velas. As moças foram para um quarto e os rapazes para outro. Estavam tão exaustos que adormeceram logo. Rebeca acordou com alguém gemendo. Seus olhos se acostumaram com a escuridão e ela viu uma pessoa debruçada sobre sua irmã Paloma na outra cama. Tentou gritar, mas teve a boca tapada. Os minutos se passaram, um ruído estranho veio da outra cama, e em seguida a moça viu um sujeito saindo do quarto, levando algo. Horrorizada viu que se tratava da cabeça da sua irmã. Desesperada tentou se libertar da mão que impedia seu grito, mas nesse momento foi esfaqueada diversas vezes e morreu olhando para sua assassina, a mulher que lhe oferecera hospedagem. André também despertou subitamente, mas antes que entendesse oque aquele homenzarrão estava fazendo com um machado próximo a sua cama, teve o crânio esfacelado. Carlos que acordara com a entrada do brutamontes assistira a morte do amigo, e apavorado correu tentando fugir. As portas estavam trancadas e todas as janelas tinham grades. Um golpe de foice atingiu seu ombro e assim que ele caiu, os três assassinos começaram a esquarteja-lo ainda vivo. Os gritos de pavor e dor encheram a noite, mas somente a lua foi testemunha da terrível carnificina. 06/06/2012 Vânia Lopes (Para Renato Rodrigues que pediu continuação.)