Hotel Horror - Cap. Final - O Mundo dos Mortos

- O que aconteceu? - perguntou Izadora que apareceu ali naquela hora. Isabela deu graças a Deus, porque quando Izadora apareceu o fantasma de sua prima foi embora. Gustavo a levou pra cima e coloca-a em sua cama, Isabela viu dona Elza adentrando o quarto e ai apagou.

Ao acordar, ela estava cheia de curativos na barriga, mas se sentia bem, foi até o banheiro e lavou rosto, resolveu se deitar mais um pouco passou. Pegou o celular e viu que era seis da manhã do outro dia, mas ela se sentia muito bem pra quem levou varias facadas. Começou a tirar os curativos e pra seu espanto viu que nada a via, não estava machucada. Mas como isso era possível?

Desceu correndo as escadas atrás de alguém. Um hospede estava subindo, perguntou por Izadora e Dona Elza. Mas o homem só olhou ora ela com ar de quem não estava entendo nada do que ela falava. Ou como se fosse surdo e não a escutava. Foi procurar lá fora, estava tudo ao relento, exceto alguns bebuns que dormia ali depois da bebedeira do dia anterior.

O barulho da cachoeira era mais forte, a neblina da aguá mais densa."Venha até mim", escultou Isabela, mas dessa vez ignorou, da ultima vez que ouviu as vozes da cachoeira não acabou bem. A voz ficava mais forte conforme Isabela se afastava e voltava pra dentro do Hotel. Ja lá dentro encontrou com dona Elza.

- O que esta acontecendo aqui? - perguntou rispidamente Bela

- Não sei do que fala. Mas depois a gente conversa, eu tenho que terminar de preparar o café da manhã.

- Não. Você vai falar comigo agora. Sou a dona dessa porra, e você vai falar comigo. - Dona Elza subiu com Isabela até o quarto em que ela esta.

- Eu levei facadas do fantasma da minha prima e no outro dia eu to bem? Me explica isso.

- Você não levou facadas. O Gustavo te encontrou pedindo ajudo. Imagino que foi uma crise de apendicite. O acidente foi recente, sua cabeça esta bagunçada.

- Eu sei o que aconteceu comigo. Vocês estão escondendo algo. - Isabela se levantou nervosa e saiu do quarto.

Era difícil de assimilar o que acontecia. Sentia saudade da família e sabia que sua prima iria conseguir mata-la. "Como fugir de um fantasma? não tem como". Pensava Isabela. "Ela vai me matar, eu vou morrer mesmo, eu quero morrer, ver minha família, não é ruim isso. Mas não quero ser assassinada, isso é ruim" . Isabela resolveu que iria se jogar no portal do Mundo dos Mortos, não deveria ser lenda, se existia o fantasma da sua prima então o tal portal era real. Mas se a história da Boca do Inferno fosse verdadeira, iria ela pro inferno? Não, pensou ela, iria reencontrar a família.

Isabela seguiu a trilha que iria dar no alto da cachoeira, iria se jogar de lá e cair bem ao centro. Bem no portal para o mundo do além. Quando já estava quase caindo uma mão segurou seu braço esquerdo e uma outra o direito e a puxaram para trás. Lá estavam Izadora e Gustavo.

- Me soltem, eu quero isso. Eu quero reencontrar minha familia!

- Nós vamos te deixar pular lá, mas você tem que entender antes que você não vera sua família. Não por enquanto. - Atrás deles surgiu dona Elza que começou a falar.

- Este é realmente um portal para o mundo dos mortos. Mas isso não significa que todos que já foram passam por aqui. Algumas almas atravessam esse portal e se hospedam no nosso mundo sem saber que estão mortos.

- Minha prima sabe que ela está morta. A Mariane disse...

- Ela não esta morta isabela. Nem ela, nem sua tia, nem sua mãe, seu pai, e todo o resto de sua familia.

- Como assim?

- A unica que morreu no acidente foi você.

- Mas minha prima...

- Ela também foi arremessada pra fora do carro e foi a ultima pessoa que você viu em vida. Por isso você tem visões dela. Você esta se adequando ao mundo dos espíritos e tem esses devaneios.

- Vocês são mortos?

- Eu sou a guardiã do portal. Izadora e Gustavo morreram ao pular daqui e ficaram presos nesse local e me ajudam a adequar as almas ao mundo dos mortos.

- Por isso os outros não me via. Por que eu estou morta.

- Você entende isso?

Isabela respondeu com um riso e se jogou na cachoeira em direção ao portal pra ir onde é seu lugar: O mundo dos mortos.