A Terceira Invocação - Parte 2

Já era noite quando o general Steinberg chegou à Berlim. Notou que defesas eram colocadas ao redor da cidade e percebeu com isso que a derrota Alemã estava proxima. Caminhoes de soldados e munição partiam da cidade em direção ao front. Aqueles jovens soldados jamais retornariam para casa. Ficou incomodado com o que viu. Seu carro cruzou a cidade e o levou diretamente a sua casa. Chegando lá se despediu dos oficiais que o acompanharam e se lembrou do alerta de seu antio professor e amigo a respeito do perigo do ritual de invocação dos mortos, no entanto seguia obcecado com seu plano. Avisou à criada que nao iria jantar e foi para o seu quarto pois queria dormir cedo tendo em vista que tinha muito trabalho no dia seguinte. Entretanto nao teve uma noite de sono tranquilo pois teve um pesadelo macabro do qual iria se lembrar pelo resto da vida.

Sonhou que estava em uma cidade que havia sido atacada. Tudo ao redor era somente cinza, destroços e escombros. Os soldados haviam sido todos mortos e tinham o coração e os olhos arrancados. O inimigo era poderoso, cruel e sádico. A população da cidade foi totalmente exterminada. Ninguem foi poupado, mulheres, crianças, velhos e até os animais foram todos mortos com crueldade. Cabeças decapitadas eram penduradas nos postes ou em lanças ao longo das ruas.

Steinberg caminhou pelas ruas e chegou a uma praça onde havia uma grande fogueira alimentada com cabeças de crianças pequenas. Ali duas criaturas demoniacas se deliciavam com o calor das chamas. Ao notarem Steinberg soltaram uma gargalhada sádida e apontaram para uma rua que conduzia para fora da cidade. Steinberg se afastou horrorizado e correu para fora daquela cidade amaldiçoada.

Caminhou por uma estrada sombria com corpos mutilados de soldados em ambos os lados. Provavelmente, pensou, eram os soldados que tentaram, em vão, defender a cidade do ataque. Mas que inimigo faria um estrago desses? pensou o general Steinberg. Apos algum tempo caminhando por aquela estrada sombria, o general notou que era seguido, de longe, por uma figura que caminhava lentamente em sua direção. Steinberg apertou o passo e caminhou até chegar no que parecia ser um vale onde finalmente encontrou o exercito inimigo.

No centro do vale havia uma grande fogueira com corpos humanos mutilados. Ao redor da fogueira criaturas demoniacas dançavam, enquanto outras estupravam jovens mulheres que apos serem violadas eram mutiladas ainda vivas com seus corpos sendo usados para alimentar a fogueira. Junto aos demonios haviam milhares de soldados, todos com o coração e olhos arrancados, mas participando das atrocidades. Foi quando surgiu o lider que falava em uma lingua desconhecida e era aplaudido pelo exercito macabro. Steinberg entao notou chocado que o lider era seu filho Hans, ao que se afastou quando foi surpreendido por alguem que tocou em seu ombro.

Era Ulrich Merkel, um amigo do passado era 1o tenente de infantia e seu braço direito. Ulrich havia morrido combatendo em Verdun. Steinberg perguntou que lugar era aquele e Ulrich respondeu que era o campo de guerra dos que nao domem. Steinberg entao perguntou quem eram os soldados, qual seu objetivo mas nao teve resposta. Ulrich disse ao amigo que deveria ir para a casa e que nao era seguro ali. Steinberg entao perguntou a Ulrich o que havia acontecido com o batalhao dele em Verdun ao que Ulrich olhou para ele fixamente e respondeu que eles foram deixados para tras, para lutar atá a morte. Steniberg entao ficou muito triste e envergonhado por suas decisões erradas do passado e que custaram a vida de amigos como Ulrich. Entao Ulrich colocou a mao no ombro de Stienberg e disse que nao devia se importar com decisoes do passado mas apenas com decisoes que fosse tomar no futuro. Em seguida, Ulrich olhou para o alto fixamente por um tempo e depois advertiu Steinberg que devia voltar para casa imediamente pois ali nao era seguro. Em seguida se afastou lentamente sendo coberto por uma névoa densa até desaparecer lentamente.

Steinberg ficou sozinho e entao percebeu que espectros sinistros estavam à sua volta, se moviam muito rapidamente e com agilidade sobrenatural. O general percebeu que corria grande perigo e partiu dali rapidamente mas foi seguido. Tentava voltar à cidade mas viu que os demonios se aproximavam rapidamente. Eximio atirador, Steinberg sacou sua pistola e disparou varias vezes mas as criaturas se desviavam das balas com extrema facilidade. Steinberg pensou entao, avaliando racionalmente seu inimigo, que as armas de fogo seriam inuteis contra inimigos que se moviam assim. As criaturas se aproximavam rapidamente até que enfim o capturaram o general que foi levado ao vale e colocado em um altar para ser sacrificado. Os demonios hurravam ao redor e pulavam como animais agitadas enquanto os soldados zumbis apenas montavam guarda e aguardavam. O lider entao apareceu empunhando um punhal. Era seu filho Hans ou algo que se parecia com ele, totalmente desfigurado, com o corpo semi-destruido mas exibindo a vitalidade de um atleta . A criatura olhou para o general desesperado e em seguida olhou para o alto, com um sorriso no rosto desfigurado e proferiu em voz baixa uma oração antiga para em seguida retirar, com o punhal, um olho do general que gritava em vão.

Steinberg acordou assustado. Pulou da cama e olhou pela janela que dava vista para a floresta. Nao era burro. O pesadelo foi um mal presságio, talvez fosse um aviso. Mas seu desejo de ter o filho de volta era maior do que o medo que tinha do que podia acontecer. Alem disso, pensou, tudo nao passa de lendas de pescadores noruegueses ignorantes. Steinberg foi à biblioteca e leu novamente todo o material a respeito do ritual. Nao conseguiu mais dormir naquela noite.

Continua...

Cronista das Trevas
Enviado por Cronista das Trevas em 07/07/2012
Reeditado em 07/07/2012
Código do texto: T3765080
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