Banquete de Visceras

O dia tinha sido muito bom pra Fernando. Nunca tinha ido a praia e foi logo de cara na ilha de tubarão Bonito. Considerado um dos lugares mais lindos do Brasil. Sua namorada Carla também estava amando o local. Mas já era 22h15 e foram jantar na pousada. Seu primo Cassio ja estava lá. Mas não por fome, desde a hora que chegou ele estava dando em cima de Arielle, que trabalhava no local. "Ela dá bola pra mim" falava ele. "É o trabalho dela ser gentil com todo mundo" dizia-lhe Fernando. Todos os hospedes estavam ali, na mesa ao lado encontrou Seu Gumercindo e dona Joana, o simpático casal de velhinhos do quarto em frente ao seu. Antes de servirem a janta teve um divertido show do transformista Cátia Tempestade, que dançou e brincou com todos. "Cadê o Transformers que falaram que ia tê?", gritou uma criança no fundo do restaurante que fez todos rirem. Em seguida Paulo Paulera, gerente do local apareceu com o chef de cozinha Eduardo Vivancio pra dar inicio o banquete.

23h00

Poucas pessoas ainda estava no local. Muitos foram caminhar na praia, outros direto ao quarto dormir. Felipe e Tatiane, um casal de amigos que estava com Fernando e Carla os chamaram pra ir dar uma volta na praia. Cassio preferiu ficar.

- Parece que aquele garoto está de olho em você Arielle. - disse Pedro, vulgo Cátia Tempestade.

- Quem não fica de olho nessa coisinha linda. - falou André, outro jovem trabalhador dali.

- Ai André, seu bobo. Tá com ciume é?

- Ciume? Eu lá tenho ciume de seus rolos de um fim de semana.

- Até quando vocês dois vão ficar nessa? Ou vai ou racha esse namoro. - disse Pedro.

- Namoro o que. Tá doido Tempestade. A gente é amigo...com alguns benefícios, mas só amigos.

- Eu não entendo os jovens de hoje. Isso não é muito normal.

- Falou o homem que se veste de mulher. - respondeu André.

- Olha, eu te processo por homofobia. - disse rindo Pedro.

- Homofobia nada, e eu lá tenho medo de sabão em pó. - respondeu André, e todos gargalharam.

- A luz do galpão tá acessa porque?

- Sei lá, alguém que esqueceu. João, vai la desligar a luz.

- Tudo eu, tudo que tem que andar sou eu que tenho que fazer.

- Se quiser eu vou com você, só nós dois sozinhos lá. - falou Pedro.

- Vai dá o toba pra outro Pedro.

O garoto João chegou ao enorme galpão onde se guardava varias das coisas usadas na ilha além de ser abrigar toda a parte elétrica do local. Chegando lá ele reparou no fundo varias ferramentes no chão. "Vou fingir que não vi isso, eles que guardem amanhã". Apagou a luz, nesse momento viu varias luzes vermelhas no meio dos geradores de energia. "Que porra essa?". Acendeu novamente a luz e foi verificar o que era, escultou uma barulho vindo de uma das salas do local. "Deve ser algum animal, deixa eu espantar esse bicho". Ele abriu a porta do quarto escuro, ms quando passou perto do gerador principal viu de relance algo estranho e resolveu olhar novamente. "Essa porra é uma bomba". Ja estava preparado pra correr quando algo puxou seu pé e o derrubou no chão. Era um homem pálido e sem orelhas, lhe deu um chute na cara mas o homem o puxou ora dentro da sala, tentou lutar mas paralisou quando viu os quatro caninos do homem crescerem, os dois de cima e os dois de baixo.

- Soco... - tentou gritar mas o homem abocanhou sua garganta e lhe arrancou um bom pedaço, a dor tomou conta de si e a ultima coisa que viu foi a criatura rasgando seu peito com os dentes.

Felipe e Tati iam mais a frente se agarrando, e Fernando e Carla estavam mais ponderados. Carla falava da lua que estava atrás das nuvens e sem luz, os postes perto a praia se apagaram, a pousada também ficou no escuro, a unica luz que se tinha era do fogo da explosão. O local estava em breu total, até o sol aparecer pela manhã.

00h00

Todos os hospedes se reuniram no saguão principal. A luz de celulares ilumina o lugar. André foi buscar algumas poucas lanternas que estava guardadas ali, as outras estavam no galpão destruído. Arielle estava tomando conta do pessoal. Paulo e Camila, outra funcionária, foram até o galpão atrás de João. Pedro desceu até o ancorador pra pegar algumas lanternas que estavam nos barcos.

- Pessoal, ficamos sem telefone, o celular de vocês tem sinal? - perguntou Arielle aos hospedes.

"O meu não tem"."O meu nem emergência". "O meu também"."Eu nem tenho celular".

- O que tá acontecendo aqui? - Disse André voltando com quatro lanternas.

- Nenhum celular dá sinal. Mas a torre é separada, não tem nada a ver com o galpão que explodiu. Só quatro Dré?

- Só. As outras ficaram nos barcos de passeio.

Paulo e Camila adentraram o local e chamaram Arielle e André para a sala dos fundos.

- Não acamamos o João. Talvez ele causou isso e fugiu. Ou talvez, Deus do céu, ele esteja no meio dos escombros. Ta tudo danificado, nada tem salvação lá - disse Paulo.

- Pelo jeito ficaremos sem luz até alguém chegar - falou Camila.

- Não tem telefone fixo e os celulares ficaram sem sinal - disse Arielle.

- O que tem a ver os celulares com o galpão? É o que me faltava. Tamo fudido no escuro e sem comunicação. Cade a bicha? - falou Camila

- A bicha tá aqui - respondeu rindo Pedro entrando no local. - Não tem nenhum barco lá embaixo, talvez o Carlinhos deixou lá no de cima pra facilitar o passeio amanhã.

- Então vá verificar o de cima. - disse Paulo

- E passar pela floresta nesse breu? - falou Pedro

- Sim. Va agora.

Pedro foi até o ancorador de cima pela floresta, que não era tão densa, suas arvores era longe uma da outra, o que fazia com que não era uma mata fechada. Pedro escutou um barulho nas arvores. "Macacos, devem ser os macacos". Mas por via das duvidas apressou o passo. De repente viu um vulto ao longe saindo de trás de uma arvora para outra e escutou mais barulhos entre os galhos, como se algo estivesse atrás dele pela copa das arvores. Começou a correr, mas logo se deparou com a figura de uma homem parado a uns 15 metros a frente encostado em um tronco de arvore caído. "Que merda". Deu meia volta e começou a correr de volta a pousada, mas de trás das arvores começaram a surgir varias pessoas, mais de dez pode contar. Começou a correr para o lado, apesar dessa direção dar em uma barranco com o mar logo abaixo. Percebeu que as pessoas ficaram imoveis, e escutou mais barulhos nas arvores a cima e algo caiu em cima de Pedro e lhe mordeu a perna. Pedro se virou e viu que era um homem com quatro dentes enormes na boca, quis gritar mas o homem lhe sufocou com a mão em seu pescoço. A mão dele era enorme e lhe apertava a garganta inteira. Estava ficando sem ar quando viu que os outros estavam ali em volta deles. Varias pessoas altas, de uns dois metros e meio e pálidas. Uma mulher avançou e disse algo que não se dava pra entender, como se fosse o sibilar de cobrar, na verdade ele quase não abria a boca e todo o som sai do movimento da linguá. A mulher disse algo ao homem que estava sufocando Pedro e este o soltou, para em seguida rasgar seu estomago. Pedro já estava morto, o homem abriu seu peito com a boca e com a mão lhe arrancou o coração e deu para a mulher comer. Quando acabara de se banquetear com o coração humano ela se postou no centro do grupo.

- Trisric hrish ontric raska on tre prionprit pryat pre risk vroum bi proscfgrk (Esta noite vamos banquetear do sangue e da carne humana, vamos logo antes que o sol apareça)

01h00

Continua.

Renan Pacheco
Enviado por Renan Pacheco em 12/07/2012
Código do texto: T3773393