*** Paula e Sophia - Parte I 2.0 ***

Nota : Este texto ja foi postado aqui no recanto, a um ano atrás só agora resolvi dar continuidade ao mesmo e com desenrolar da historia senti necessidade de dar a ele mais elementos para aperfeiçoa-lo. Peço emcarecidamente se puderem avaliem e qualifiquem ao pontos positivos de cada texto, obrigado!

O vento era violento parecia que ia arrancar as arvores pelas raízes, cada passo dado por Paula o som dos trovões aumentava, ela tinha pressa. O céu estava escuro parecia fim de tarde, mas na verdade ainda era meio dia, a atmosfera do caminho era densa e gélida aglutinada de um transbordante desespero...

Desespero que se manifestava através do triste canto dos pássaros do agudo assobio dos ventos e do chiado das folhas das arvores. Aflição que Paula ia encontrar era tanta que parecia escutar mundo dizendo para ela se apressar, uma aura de silencio e dor estava sobre ela. Um triste e intenso silencio repleto da dor... A dor da alma de Sophia...

Ela se dirigia até a árvore... A mesma para onde sua irmã Sophia tinha ido. Ao longe ela vê um corpo pendurado sem saber quem era começa a correr. Ao chegar ela sente calafrios da ponta do pé até sua espinha dorsal. Seu olhar antes repleto de doçura mergulhava subitamente num estado de inercia não acreditava no que; via sua irmã pendurada ao relento e sangrando e debatendo si, desesperadamente. Desesperada Paula procura um modo de subir e salva à irmã até que percebe junto à árvore um punhal, apressadamente o pega e tenta corta o nó do pescoço de sua irmã, quando finalmente consegue percebe o corpo imóvel. Paula ainda tinha esperanças... E tenta de todas as formas a reanimar... Mas era tarde... E nada poderia ser feito, a morte mais uma vez tinha cumprido seu dever.

Já com sua irmã em seus braços, acaricia sua face e tocar em suas mãos é vê seu pulso cortado não havia mais duvida ela tinha se suicidado... - Era impossível ter a salvou, será que demorei muito? A culpa é toda minha não devia ter a deixado só. - A natureza ao seu redor parecia entender e manifestava-se igualmente ao desespero sentido por ela, os trovões aumentavam, o vento que antes era violento tornava-se terrível, cada segundo de silencio era uma eternidade irremediável. Sua irmã agora era alguém condenada ao mais profundo dos infernos. O ultimo vale da oitava prisão, lugar onde nem se quer os poderosos juízes do inferno tinham coragem para visitar, lugar feito especialmente por Samael para aqueles que tinham tirado a própria vida. Um lugar repleto da dor daqueles que lá estavam.

Atrás de Paula vinha seu marido Thomaz vindo a galope quando ele chega pede ajuda para por o corpo de Sophia no cavalo e leva-lo até a casa dela. Ao chegar lá Paula diz. - Thomaz pegue o que encontrar para que eu possa cuidar dela. - Pouco tempo depois seu ele volta e trás consigo, um coberto branco, gazes, ela os retira de seu marido e logo em seguida estende o coberto sobre cama e coloca gazes bem perto depois leva o cadáver para lá e deita então diz – Thomaz vá até o lago e traga agua. - Quando ele volta ela molha gazes começa a limpar o corpo sua irmã, Thomaz tenta ajuda-la, mas Paula o impede ela queria cuidar e retribuir o mesmo carinho e cuidado que Sophia sempre teve por ela. Alguns instantes depois pede a seu marido – Deixe-me sozinha, por favor, melhor vá até vila e traga o padre Manoel para que ele abençoe Sophia antes que a sepultemos, se ele não quiser vim implore, por favor. – Ele relutante diz – Tem certeza disto? – Ela então responde – Sim. – Thomaz responde a ela com um leve sorriso e sai.

Já sozinha apenas ela e sua irmã, enquanto cuidava do corpo da mesma, ela ouvia a voz da sua mente cantando a musica que Sophia cantava todas as noites antes de dormi. A mente de Paula estava completamente mergulhada numa tristeza profunda. E mesmo assim não deixava de dar carinho os cabelos de sua irmã, algum e depois ela a beija naquele instante à primeira das muitas lagrimas que ela derramaria caia de seus olhos.

Após sair do quarto, Thomaz ainda perplexo com os acontecimentos senta em seu cavalo e vai rapidamente até vila quando chega dirige-se imediatamente até a igreja. Ao avista-la desce imediatamente de seu cavalo, sobe as escadarias entra na sacristia sem pedir licença, o padre assustado com tamanho alvoroço diz – Que houve filho em posso ajudar? – Thomaz responde. - padre venha comigo Sophia precisa do senhor. – Que houve com ela? - perguntou o padre. – Esta morta. - Morta?! Mas como foi isso? O que ocorreu? – disse o padre com voz um pouco abala. – suicidou-se. - Tem certeza disto filho?... – Sim, ela antes de enforca-se no velho salgueiro cortou os pulsos. – o padre um pouco perplexo olha em direção ao chão respira fundo e depois de algum tempo responde. – Não, posso ir desculpe-me, mas não posso ela é uma suicida infelizmente estou proibido de fazer isso... – mas padre? – sem mais não a como eu ajuda-lo eu bem que queria, mas isso poderia gerar problemas para mim no futuro e outra se eu fosse seria obrigado a ter que corta a cabeça dela, para que sofra no inferno... Lamento muito. – Diz o padre antes de retirar se, Thomaz também faz o mesmo e volta desapontado.

Agoniada com a demora de seu marido Paula decide enterrar Sophia com as próprias mãos. Sem conter as lagrimas termina de envolver o corpo dela no lençol branco deixando apenas seu pálido rosto a mostra, a tristeza que Paula sentia naquele momento parecia congelar sua alma e tudo que fosse vivo. O olhar que antes era forte e sorridente tinha se tornado triste e pálido. Ela sai vai até celeiro pega uma carroça põem na frente da casa; segura o corpo pelo tronco e coloca encima da carroça e sai a puxando com as próprias mãos até a mesma arvore onde sua irmã havia morrido. Seus lábios pareciam estas cantando, devia ser a musica que sua mente escutava. Musica acompanhada pela tristeza da natureza que Sophia tanto amou...

Ao chegar encosta a carroça perto da arvore, coloca o corpo sobre o chão, pega a pá que tinha trazido e começa a cavar a sepultura, cada punhado de terra que era retirado uma alegria de sua vida que se perdida, e que talvez nunca mais fosse voltar, tudo que ela via em sua frente era morte e silencio eterno, ela senta olha para céu e tudo que vê e um cinza um triste tom cinza pintando até o dourado sol.

Já com sepultura cavada decide esperar uns instantes pela volta de seu marido, ela conseguia mais fazer nada tudo que conseguia era chorar e olhar o rosto de Sophia... Algum tempo depois ela o vê voltando sozinho, quando ele chega desce do cavalo e olha para sua esposa, ela levanta-se abraça o marido e diz. – Ele não vira não é? – ele então responde – É verdade não vira. – Paula se vira olha para a irmã e depois do silencio grita – Deus! Onde Você esta? Devolva minha irmã. – E se atira sobre sua irmã a abraçando, Paula estava tremendo Thomaz a abraça e assim eles ficam até que ela ficar calma.

Depois que Paula retoma a consciência ele a entrega um envelope que a havia encontrado Sophia havia deixado sobre o criado mudo de seu quarto. Paula o abre e dentro dele encontra uma carta e o colar que ela sempre usava quando sentia que sentia medo, ele fora dado por sua mãe, era uma joia de família, era feito de prata seu pingente tinha o formato de circulo com inscrições egípcias e uma pequena ampola logo abaixo dela um pequeno rubi dentro da pequena ampola que deveria estar vazia havia uma gota do sangue de sua irmã.

Paula lê a carta, com os olhos cheios de terror, o medo que antes enchera seu coração de tristeza havia dado lugar para o terror daquela palavra... Aquele nome... Sibila... A morte de sua irmã tinha ganhado uma nova forma que ia além do que ela tinha imaginado, era algo que ia além dos seus pesadelos... Aquele nome gritando repetidas vezes em sua mente... Sibila... Sibila... A preenchei-a ainda mais de temor, era algo que vinha em sua pele, varria seu corpo como parasita até seu coração.

E de tanto repetir aquele nome, o mundo que estava impregnado do silencio e foi ficando cada vez mais sombrio e triste, como se preparasse a chegada de algo ou alguém. O medo que Paula sentia era grande sentia uma presença terrível seu marido também sentiu e a abraçou, eles nem se quer tinham coragem de olhar para trás, mas uma hora, momento isso seria preciso, sua irmã ainda não havia sido sepultado e isso precisava ser feito logo, Paula contém seu medo cria forças para tomar coragem e terminar o que começou e sente um arrepio diabólico penetrando em sua alma olha para trás.

No instante em que si virou ela viu uma mulher, o medo que perturbava seu coração tinha ganhado nova forma. Era estranho, ela sentia os seus sentimentos mudarem, pareciam se fundir e transformar-se em algo assustador. O ódio, o medo, o terror... Tinham se impregnando em sua carne. O frio que corre pela pele, o cheiro doce no ar, o sabor amargo em sua boca, e ela... Tudo fazia parte daquele momento. Ali parecia ser só o começo ou talvez fosse o fim de tudo...

Tarcisio Cavalcanti
Enviado por Tarcisio Cavalcanti em 23/08/2012
Reeditado em 26/01/2013
Código do texto: T3845478
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