A Noiva VII

O seu sorriso de Monalisa se alongara mais, ainda quando percebeu que o seu intento havia sido alcançado. A última das freiras tinha sido tocada - isso representava muito. Havia enganado o trio de irmãs, era preciso que a energia colhida pelos demônios do prazer para seduzir a dita santinha do convento. A curra realizada pelos demônios do prazer havia posto pôr fim a energia defensiva contra as forças das sombras. Não havia mais ali, uma religiosa que não tivesse sido tocada, em sonho ou em carne e osso pelos prazeres sombrios. O plano, agora era outro.

Eles retornaram para a sua clausura. Trespassam a porta, a corporação física ja se fazia tênue, de modo que o contato com o sólido ja não lhes era mais permitido.

- Meus amores, tenho energias para a recomposição.

Então, filetes de cores variadas desprendiam-se de sua pele e eram absorvidos pelos Succubus, Incubus. Havia na expressão facial, o deleite, quando sentiam as energias recomporem os seus corpos.

A mulher-demônio ja estava com uma aparência de bruxa desvalida, decompondo-se em rugas e carnes flácidas. Agora, era uma bela mulher, após o banho de energias que se desprendiam da Noiva. Seios durinhos, empinados. Corpo de deusa grega. Cinturinha bem desenhada, coxas grossas, bunda farta. Um lindo rosto de jovem de pouco mais de vinte anos, talvez, menos.

Os Succubus ja definhando para a aparência de velhos caquéticos, reconstituíram-se em formas volumosas, musculos saltaram, Os cabelos escureceram. a pele esticou à aparência de jovens mancebos. Os falos enormes, empinados, balançavam pedindo o prazer insaciável.

Retomaram as mãos bobas, os beijos de lingua. Mordidinhas, abraços audaciosos. Chupóes. E ela pronunciando palavras inaudíveis, em linguas desconhecidas, milenares, antigas ,da época do Cristo.Em Sânscrito.Hebraíco,Aramaíco.

O Abade repousava. O cocheiro roncava, de barriga cheia, era um glutão. O jovem aprendiz de escriba, com insônia fazia alguns rabiscos de desenhos da região. Era um retratista exímio. Inúmeras freiras tiveram os seus rostos desenhados por ele, e algumas dependências do convento.

Era casto, solitário e fiel às suas convicções religiosas. Tinha a aparência de um jovem galã. Algumas freias o observaram com olhos diferentes. Foi uma surpresa, ao ouvir três leves batidas na porta do seu quarto. Pois, longe era esta dependência da área onde se localizam as dependências das freiras. Chovia de forma torrencial - impossível alguém se deslocar dali sem tomar um aguaceiro.

- Oi, desculpe incomodar...

Disse a jovem freira, enxarcada. A sua camisola molhada deixava suas formas expostas. Os seios ficaram á vista. Dois pomos maravilhosos, de auréolas escuras. As coxas e a região pubiana seduziram o olhar do jovem mancebo, que horrorizado com tal visão, rápido pegou da colcha de sua cama e a cobriu.

- Desculpe vir aqui assim, mas precisava falar-lhe, é urgente. Corre riscos ficando aqui.

- Como assim?

- Os prazeres são sombras incontidas que a tudo toma, envolve, encobrindo a luz. Cedo ou mais tarde poderá ser tocado.

- Não devia estar aqui, e vestida desta forma.

Ela, em silêncio, sem lhe lançar o olhar. pôs a despir-se por baixo da colcha grossa. Ele tentou dar-lhe as costas, mas a visão de suas vestes caindo uma a uma entre os minúsculos e belos pés, fê-lo ficar hipnotizado, observando. Então, ela quebrou o silêncio.

- A roupa estava completamente molhada. Desculpe-me, agir dessa forma, nem sei o que estar pensando de mim...

Ele nada disse. Apagou a luz da grande vela que estava num candelabro em cima da mesinha da escrivania.

- Sabe que sou o auxiliar do Abade, poderei lhe falar a respeito e ir para o relatório de avaliação.

- Faria isso comigo?

O estudante permaneceu em silêncio. Os olhos vítreos na chuva que caía la fora. A janelinha parecia mostrar um dilúvio, de força semelhante aos desejos que ali reinavam.

Não foi tamanha surpresa, quando viu a colcha despencar no chão e o seu belo corpo ficar exposto, ali na sua frente. A região pubiana cobria o triângulo de carne com fartos pelos ruivos aparados. Ancas largas, os seios fartos, belos. As coxas torneadas. O olhar lânguido, convidativo.

Ela dirigiu o olhar para suas vestes e percebeu uma ereção se desenhar por sob o tecido.

Longe dali, do outro lado do convento, a noiva pronunciava palavras desconexas, e finalizava dizendo: "Succubus.....Incubus...Succubus...

Succubus...Incubus..Succubus...

O Abade parecia ter o seu sono velado pelas criaturas das sombras, pois, se sentia angustiado num pesadelo povoado por criaturas animalizadas que o perseguiam, debochavam dele. Sonoras e sinistras gargalhadas pipocam em seus ouvidos. O Abade suava, virava o corpo para os lados da cama, grunhia. Era como se as energias ali vivenciadas o atingissem como um raio certeiro e mortal. Num ímpeto, soltou um grito agudo, erguendo o troco do colchão. Estava suando frio. O coração em acelerados batimentos cardiacos. Então, percebeu que estava tendo um pesadelo naquela madrugada. Ao pôr os pés nas sandálias de couro, sentido-as frias - pretendia ir ao banheiro-, ao avistar o trio de demônios sexuais á sua frente, os olhos saltaram das órbitas. A linda mulher demônio o olhava com desejo. Os dois homens demônios estavam de falos eretos, enormes, de proporções descomunais. Soltou um grito de pavor. Saiu correndo pelo pátio em meio á chuva gritando feito um louco. Batia de porta em porta, com desespero avassalador.

Estava distante dos quartos, onde ficavam ás freiras. O som da chuva era intenso. Em sua insanidade não percebia que pedia socorro nas portas destinadas a guardar os mantimentos, quartos de ferramentas. Até que conseguiu forçar uma delas e se aquartelou no galinhero. Ali, ficou tremendo e balbuciando:

" O Demônio....os servos do Demônio que eu tanto persegui...O Demônio...vieram me buscar....vieram...me buscar...

(Continua)

Leônidas Grego
Enviado por Leônidas Grego em 26/08/2012
Reeditado em 15/05/2017
Código do texto: T3850168
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