Eu não matei ninguém, eles não eram pessoas, vocês não viram?
-Eu não matei ninguém ,eles não eram pessoas, vocês não viram? eu tinha que fazer algo! -Olavo berrava pelos corredores enquanto era levado pelos enfermeiros até seu quarto no manicômio .
Acusado por assassinato , jurava de pé junto que não havia matado ninguém e sim monstros.
Seu psiquiatra já não o aguentava mais, um dia já cheio do homem, resolveu ter uma conversa "realista" com o louco, mandou os enfermeiros trazer-lhe até sua sala.
-Olavo lhe chamei para termos uma conversa séria! - Fez uma pequena pausa enquanto fitava o rosto de Olavo que passava uma mão sobre a outra compulsivamente -Quando você matou aquelas pessoas, sabia quem eram ? - Perguntou com o semblante sério.
-Mas é claro doutor, só eu sei o que eles faziam para mim aqueles monstros ficavam sussurrando, pediam-me para matar, no fim eu fiz o que eles pediam tanto -Olavo respondeu com um sorriso amarelo , como se tivesse feito um ato heroico.
-Como pode dizer isto? esta é completamente doente, está pior do que pensei, sua mente é quem faz tudo isso, a nossa mente é traiçoeira ela nos engana - o psiquiatra fez uma breve pausa, olhando para os lados como se fosse ver se alguém estava olhando - Cá entre nós, a policia não me deixou contar porque acharam que você poderia ficar mais louco do que já está, sejamos sincero meu caro , aquelas pessoas quem você matou foram sua esposa e seu filho que dormiam , como foi capaz disso? e além do mais , degolou seu próprio cachorro! - sussurrou o psiquiatra arregalando os olhos.
-Doutor .... francamente eu não tinha noção de como fui capaz de fazer tal coisa - Respondeu Olavo que o fitou nos olhos, e parou de ficar mexendo as mãos.
O psiquiatra sentiu-se acoado, logo resolveu fazer alguma coisa para sair um pouco daquela sala, que estava o deixando desconfortável.
-Olha Olavo,irei buscar uns medicamentos e logo voltarei !- disse-lhe indo em direção a porta.
-Claro doutor! - respondeu Olavo que o seguiu com os olhos, até vê-lo sair pela porta, e o mesmo voltou os olhos para a janela que ficava atrás da mesa.
-Maldito, pensou que ia me enganar, estão ficando cada vez mais espertos, nunca vão me pegar! -sussurrou para si mesmo enquanto se dirijia até a janela.
Viu que o psiquiatra já virava a maçaneta da porta, se apreçou em se jogar da janela e fez.
O psiquiatra ao entrar na sala e não encontrar Olavo ali, e ver a janela escancarada já imaginava o pior.
Ao chegar até a janela, tentava preparar o estômago para a cena que iria ver do suicida e o estado de uma pessoa que se joga do 6° andar não ficaria nada bom, no máximo teria virado geleia ao chegar no chão .
Ao olhar lá em baixo , estranhou o fato de não ver nenhum homem geleia.
Após uma procura da policia em todo o lugar do manicômio , na cidade e até na própria casa de Olavo, ninguém soube do que foi feito de Olavo.
Mas talvez, cá entre nós eles tenham o pegado, não é?
Fim!