Lua de Mel Macabra (Parte 1 de 2)

- Que droga. – berrou Juca.

- Calma querido. Deve ter algum lugar aqui para passarmos a noite. – falou Edna.

- Aquele cachorro idiota!

- Cachorro? Que cachorro? Querido, está escuro, tarde. Vamos chamar um guincho e procurar um abrigo. – falou ela.

- Juca e Edna haviam acabado de se casar e estavam saindo em lua de mel. Porém no meio do caminho começara a chover, deixando tudo escuro. Acabaram batendo com o carro numa árvore e agora Juca jurava que estava tentando desviar do cachorro que ‘supostamente’ passara na frente do carro, mas Edna não tinha visto cachorro algum.

- Estou dizendo que vi um cachorro negro, um tanto velho e esquelético e por isso eu desviei. – insistiu Juca, irritando cada vez mais sua esposa.

- Olha veja! Uma estalagem. – falou Edna, avistando um casarão antigo e bonito, uns trezentos metros à frente.

Caminharam apressados, a chuva tinha aumentado. Antes de baterem na porta, ligaram para o guincho.

- Alô? Meu carro bateu numa árvore. Preciso de um guincho.

- Onde o senhor está?

- Na rua 66, em frente a um casarão antigo. – Juca falou. – Alô? Alô?

A mulher que o atendera estranhou e repetiu a perguntam, mas Juca havia perdido o sinal do celular. Bateram na porta de madeira. Segundos depois uma velha, com olhos enrugados e com bolsas, de cabelos grisalhos e ralos, e com um cheiro um tanto desagradável apareceu e abriu a porta.

O casal entrou e pediu um quarto. A velha os guiou até o terceiro andar do casarão e informou que infelizmente eles não poderiam ficar no mesmo quarto.

- Mas senhora, estamos em lua de mel. – reclamou Edna, mas a velha alegou não poder fazer nada. Com isso, Juca foi levado até o sótão, onde tinha uma cama de casal e móveis, além de um banheiro particular.

O quarto de Edna era pequeno, com apenas uma cama de solteiro e um móvel com gavetas. Não tinha banheiro, o que ela estranhou, sendo aquela uma casa tão grande. Tentou acender a luz, mas foi em vão. Provavelmente a chuva cortara a energia. Pegou uma vela no móvel e acendeu com seu isqueiro.

Aquele lugar lhe causava arrepios e por isso ela resolver fumar um cigarro e ler um livro qualquer.

Momentos depois a velha anunciou que o jantar seria servido e Edna pôde ver o marido na mesa, sentado ao lado da velha. Ela se sentou de frente para o marido.

- Só temos meu marido e eu de hóspedes?

- Sim. Não costumo receber hóspedes nessa época do ano. – falou a velha, olhando apenas para Juca.

- Por que eu e ele não pudemos ficar no mesmo quarto? – Edna quis saber, irritada.

- São regras do hotel. Nunca permitimos que homens e mulheres ficassem no mesmo quarto. Sinto muito. – a velha falou, sem realmente sentir aquilo, na verdade, sem sentir coisa alguma.

O jantar, Edna e Juca repararam, tinha um gosto forte, de estragado, mas julgaram ser culpa dos temperos locais. Quando enfim acabaram de jantar, Juca levou Edna até seu pequeno quarto.

- Querido, estou com medo. – ela falou.

- Fique tranquila. Amanhã pela manhã nós iremos embora. – ele falou.

- É tudo tão estranho. A decoração, a mobília, a comida, as regras.

- Eu sei, mas não temos para onde ir. Ainda chove muito e estamos sem o carro. Eu te amo. Fique bem.

- Também amo você e vou tentar. – falou Edna. Os dois se beijaram e Juca foi para o sótão.

Momentos mais tarde a velha apareceu no quarto de Edna, com um chocolate quente, o qual Edna aceitou, com certo receio. Mas havia resolvido dar uma chance à velha e por isso tomou.

continua...

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obrigada a todos os comentários dos outros dois textos e por favor,continuem comentando. a segunda parte desse conto eu posto amanhã.

Camilla T
Enviado por Camilla T em 17/10/2012
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