O Túmulo

Espíritos levantam-se das tumbas

Posso ver os seus dedos,

Neste céu escuro que me afundas

Ao horror de tantos medos

Eu enxergo as mãos se erguendo

Saindo dos caixões lacrados

No calafrio meu corpo tremendo

Debatendo-se pelos lados!

Fugindo minhas pernas dormentes

O ar nos pulmões parece faltar

Vejo vultos dançando calmamente

Deste pesadelo preciso acordar

Alguém me segue entre as valetas,

Tenho essa ligeira impressão,

Talvez sejam esses malignos capetas

Que virem cumprir sua missão

Aturdido esbarro entre pelas cruzes,

Que brilham diante deste luar,

Nuvens negras escondem-me as luzes

O caminho que devo retomar!

A névoa encobre toda minha visão,

Tudo é disforme e aparente,

Quando o pavor da morte ao portão

Já se defronta em sua mente!

Tudo que eu fiz foi apenas o cúmulo

Da ganância para se violar,

De um falecido seu sagrado túmulo,

Para algo querer furtar!

opoetakurita
Enviado por opoetakurita em 09/11/2012
Código do texto: T3976420
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