“Lua Cheia”

Jerônimo e Lina saíram da cidade por volta da meia noite e meia, é noite de lua cheia.

O céu esta coberto de nuvens ralas que vão se deslocando rapidamente com a brisa um tanto forte, ao saírem da cidade eles teriam que tomar uma estrada de mais ou menos oito quilômetros por dentro de um cenário ambiental que se dividiam em três partes; a primeira, a estrada cortava um descampado de terra tombada por maquinas niveladoras, ao termino desta, vem uma campina rala onde tem no chão uma farta relva e por fim, antes de chegar ao casarão onde eles estavam hospedados uma mata fechada com grandes arvores com suas copas cruzando por cima e fazendo uma cobertura á estreita estrada de asfalto batido por pneus de caminhões, tratores e carros que passavam por ali em alta velocidade.

O casarão ficava um tanto afastado da beira da estrada, embora quem por ali passasse, tinha uma bela visão da propriedade do velho Chicão, um velho anfitrião que adora alugar o casarão a pessoas que vinham para aquele lugar.

Porem, ao iniciar a pequena viagem por esta estrada, o jeep do Jerônimo ferveu a água do radiador e secou, não tinha nenhum lugar para pedir socorro, já é muito tarde, o povo do interior dorme cedo e não havia nenhum rancho por perto que pudesse ter alguém á ajudá-los.

Da ponta de um toco a beira da estrada uma negra coruja observava o casal que vem caminhando seguros um na mão do outro, a coruja da um giro de cento e oitenta graus no pescoço e em seguido voa em direção da lua prateada formando uma bela visão para os espectadores noturnos, embora uma beleza assombrosa na atual conjuntura, não se podia negar a beleza da lua e o pássaro noturno.

Num breve momento de arrepio, Lina abraça Jerônimo como quem tem a premonição de uma cena de terror se anunciando, vem por de traz do casal um vulto negro e gigante que passa por eles rapidamente, Jerônimo e Lina não conseguem identificar a figura, embora sentem muito pavor, sentem logo que se trata de um ser maligno que tenta aterroriza-los.

Mais a frente, vê um homem alto parado à beira da estrada com um capuz preto por cima da cabeça, um sobre tudo negro de um tecido leve, fino que tremula pela brisa do campo.

Em sua mão tem uma ferramenta cortante e curvada igual a um ferro de cortar capim, Jerônimo pensa em correr, mas Lina esta de sapatos de salto alto, isso a impossibilita de correr.

O homem misterioso não se meche, parece esperar suas vitimas pacientemente.

Logo o casal percebe que não se trata de um espírito, mas de um homem perturbado, um louco assassino que mata e escalpela suas vitimas com requinte de crueldade.

No ultimo posto em que Jerônimo e Lina passaram, ouviram alguma coisa sobre um assassino louco que fugiu do manicômio da cidade e agora anda a noite em busca de vitimas da sua loucura.

Jerônimo por ser forte, não recuou e foi em frente, Lina assustada, segurava em seu braço quase o arrancando. Jerônimo que continuava a caminhar, com medo, mas enfrentando a situação, ao se aproximarem do assustador homem, ele levantou a cabeça deixando o rosto desfigurado à vista do casal com um gesto de ironia, e certeza que eles não o veriam novamente.

Eles pararam, o homem levantou o ferro e partiu pra cima do Jerônimo que tentava se defender, mas inútil.

O ferro cravou no membro superior do Jerônimo que caia ao chão ensangüentado, Lina gritava, gritava, mas ninguém podia ouvir seus gritos, então decide correr em direção ao casarão para pedir socorro ao velho Chicão, à moça esta suja de sangue e ao chegar ao casarão, o velho a viu, fez uma cara de preocupado, mas não demonstrou ter pressa em sair para socorrer o namorado da moça, porem pegou uma espingarda, municiou-á e saiu dizendo para Lina; fica aqui, e não chama a policia, tranca tudo e não abra pra ninguém, ninguém ouviu? Lina em pânico, tremendo e chorando não atende o apelo do velho e liga para a policia, ao chegar ao local do bárbaro crime, o velho vê o assassino sentado à beira da estrada com a cabeça de Jerônimo em seu colo, ele parecia dar bronca em sua vitima, ao ver o velho, ele se levanta e começa a gritar, você viu? Você viu isso, eu te avisei, eu não estava pronto ainda, por que você me tirou do Hospital? Olha ai, olha só isso, ele queria me bater igual você e a mamãe, agora eu matei ele, mas você também tem que morrer você vai me bater novamente, você vai me amarrar outra vez com os cachorros, agora, não. Eu vou te matar, vou cortar tua cabeça velho maluco.

Ao levantar o ferro, se da de frente aos faróis de carros da policia que vem trazendo a jovem Lina.

Ao presenciar aquela sena, o assassino parte em direção a policia para atacar, mas o delegado atira duas vezes no homem que luta em busca de segurar em algo, ele demora a cair, o velho Chicão, diz pra moça; eu não disse pra você ficar na casa, eu te falei pra não chamar a policia agora meu filho esta morto.

Lina vai à direção do seu namorado e vê que estava degolado. Senta no chão, abraça o tronco ensangüentado de Jerônimo e grita, grita bem alto, Nããããããããã. O velho Chico fica revoltado com a ação da policia, e colhe o ferro, o capuz e o sobre tudo do filho, olha friamente para lina e a ameaça; esta historia ainda não chegou ao fim.

Eu disse pra você não chamar a policia, eu disse! Diz isso rangendo os dentes amarelos.

A lua cheia agora brilha com sua pálida luz o rosto desesperado da moça e dos outros participantes desta aterrorizante situação.

Ate que ponto vai uma ma criação dos filhos?

“FIM”

Joel Costadelli
Enviado por Joel Costadelli em 09/11/2012
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