“Medo”

Primeira parte.

O medo é normal, pode ser benéfico, o medo é o que faz as pessoas evitarem quaisquer danos a si e a outros.

O medo pode ser saudável e na maioria das vezes é.

Para outras pessoas o medo pode ser uma tormenta, coisas ruins podem acontecer, pelo medo; uma pessoa pode ser agressiva, retraída, ter visões destorcidas, imaginar fantasmas, perseguições.

Pode matar e morrer por causa de um pânico causado pelo medo.

Este é o sentimento que atormenta o personagem desta historia.

“Medo” O tormento de Rubens.

Papai deixa a luz acesa.

Não me solta, se não eu caio! Para Luiz; você esta me assustando.

A infância de Rubens, o irmão mais novo de Luiz foi cheia de pedidos como estes, uma vida de medos, uma vida de tormentos.

Rubens é hoje um homem adulto, seu irmão Luiz morreu aos dezoito anos de overdose, seus pais separados, mora em cidades diferentes, sua mãe esta no Rio de Janeiro com seus dois filhos, Seu pai em Brasília.

Rubens sentiu medo na infância, como qualquer criança sentiu.

A diferença é que quando uma criança senti medo, os pais estão presentes para segurar suas mãos, segurar a bicicleta quando se esta aprendendo a andar.

Deixar a luz acesa ate que ela dorme.

Isso é normal.

Para Rubens não foi assim; com seus pais separados quando ele ainda tinha cinco anos de idade, seu irmão mais velho; Luiz passava o tempo cuidando dele, Luiz com oito anos de idade, ficava na rua o tempo todo, seus pais separados proporcionava a desestruturação na família, Rita, a mãe dos meninos precisou trabalhar fora, sem muito estudo, trabalhava no que aparecia.

Carlos, seu ex marido, um homem violento, foi embora deixando Rita com os meninos pequeninos, a vida foi dura para Rita.

Com isso os meninos viviam a mercê da sorte.

Hoje; Rubens esta com trinta anos de idade as lembranças da infância o atormenta, ele não consegue esquecer.

Ele se formou em psicologia, sua Mãe Rita, mora no apartamento dele, Rubens não se casou, pois para ele, casamento é sinônimo de desgraça.

Na noite de ontem, Rubens estacionava o carro no estacionamento do prédio, ao sair do carro, olhou pelo retrovisor e havia uma menina com os cabelos desarrumados, ela segurava uma boneca nas mãos.

Rubens fixou os olhos e a menina correu em direção ao elevador do subsolo.

Ele a seguiu, e perceber que era apenas uma ilusão de ótica.

Porem, um arrepio o tomou.

Na mente dele; a menina parecia convidá-lo a brincar com ela.

Aquela noite, Rubens estaria sozinho em casa, sua mãe estaria viajando numa aventura com os amigos da meia idade e passaria a noite fora.

Rubens – minha nossa, como vou dormir? Sinto-me cansado, o dia hoje foi duro.

Por volta de meia noite, Rubens ainda acordado, a porta do quarto entre aberta, ele olha um vulto passar em frente à porta, a lua clareia palidamente por entre a cortina na janela do quarto, ele cobre a cabeça, mas não consegue dormir.

Ao pensar em seu irmão, sente que o pensamento o traria do mundo dos mortos, isso o aterroriza, ele não quer pensar, mas é mais forte do que ele.

Alem do medo, sente vergonha de pedir ajuda, já é um homem maduro, estudado, como explicar que tem medo de assombração.

Pior ainda, medo de ficar só.

O tempo todo foi um homem atormentado pelo medo.

Não é fácil.

Rubens lembrou que ao lado do seu apartamento mora Adriana, uma linda e gostosa garota, seus amigos dizem que Adriana é garota de programa, mas e daí? O que importa? Ela parece ser uma garota legal, meio misteriosa.

Mas uma bela companhia, Rubens pensando; decide ligar para a portaria do prédio para pedir o telefone da Adriana com o porteiro.

Jair – fala senhor Rubens.

Rubens – Jair, você pode me passar o lelefone da Garota do 74? Pois não Seu Rubens, ta afim de uma aventura em? Rubens – Jair, por favor, passa apenas o telefone.

E bico calado, conto com sua ética profissional.

Tudo bem Patrão, fala em tom de brincadeira com o morador do 73.

Rubens liga e ouve uma voz rouca, embargada pelo sono do outro lado, Adriana - alo.

Rubens – Adriana sou o visinho do lado, apartamento 73, você pode passar a noite comigo? Sim, diz Adriana.

Rubens esta soando fria, uma mistura de emoção agora toma a imaginação do rapaz.

Caramba; o que eu estou fazendo? Espero que o porteiro guarde segredo. Mas o medo é tanto, que agora nada importa, nem mesmo as conseqüências deste fato no dia seguinte.

Depois de uns dez minutos bate na porta, Rubens depressa vai atender.

Ao abrir a porta quase cai de costas, Adriana de Baby Doll branco, uma calçinha tão minúscula que ficava difícil esconder algo.

Nossa; ele pensa; ela é mesmo garota de programa, logo vai explicando. Olha, não é o que você pensa.

Adriana – a não é? E o que é então gato? Ele se embaraça, por alguns segundos pensa em dizer que é apenas companhia, em seu consciente, apenas para não sentir medo, mas logo se recupera e muda de assunto.

Esta bem, entra, desculpa minha grosseria.

Ao entrar, Adriana pensa ter sido chamada para um programa, ela não percebe o pânico que toma conta do Homem, com um roupão, por certo sem nada por baixo, a moça pensa logo em entrar em ação.

E pergunta; o que vamos beber? Rubens; com as palavras confusas, be, beber, é um suco, suco de laranja, ou de manga, do que você gosta? Adriana – calma, eu gosto de vinho, whisky, ou qualquer outra bebida, desde que seja forte, sou melhor quente. Mas tudo bem; se não tiver, a gente toma um suco, fica tranqüilo.

Ela vai ate o banheiro, logo em seguido volta.

Rubens – fica aqui um pouco, logo eu volto, a moça senta-se no estofado e Rubens vai ao banheiro.

Ao chegar lá, ele toma um susto, vê no chão alguns vermes.

Joel Costadelli
Enviado por Joel Costadelli em 08/12/2012
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