Assombrações VII

-VI os três fantasmas saindo por entre as árvores. Era uma mulher e dois rapazes. Vestiam-se de branco. Os olhares gelados.

- Você, Elano. Você pode...você pode..

- Os outros não podem... não podem, você é um dos que pode.

Disseram assim, dois deles. O meu coração quase saia pela boca. As suas formas não ficavam muito definida na escuridão - restava ainda uma pontinha de dúvida quanto áquela tripla aparição, logo para mim que não acreditava nessa possibilidade. Então, deixei de ficar na varanda fumando, ou olhando as estrelas. Larguei da toalha, saí correndo e voltei para o meu quarto. Passei a noite em branco. Ouvia os seus passos na escada de madeira e andando pelos corredores. Diziam: " Você pode,você pode...

- Nossa. Fico arrepiada, pára de falar nessas assombrações.

Diogo estava interessado em fazer levantamentos a respeito de acontecimentos sinistros , que por ventura tenham acontecido ali.

- Olhei na internet. Achei uma notícia interessante.

Dizia a notícia numa versão antiga de um dos maiores jornais da cidade:

" Três estudantes da Escola de Artes Cênicas foram selecionados para uma apresentação na Bienal de Frankfurt, na Alemanha. Os três foram selecionados após uma curadouria na escola pelos mestres das artes cênicas da Alemanha - mistério- os três desapareceram. Não se tem notícia dos mesmos"

- Nossa, quando foi isso?

- Tem oito anos.

Para deixar os estudantes mais encucados, os três nunca mais foram vistos. Os familiares não têem nenhuma notícia dos mesmos. As suas coisas pessoais não foram encontradas, deixaram para trás coisas sem muita importância, o que levou à polícia pensar que os três viajaram, talvez, e vivem até o momento, como clandestinos na Alemanha. Usaram o convite como pretexto para entrar na europa. A escola se recusava a falar a respeito.

- Quando buscamos a direção para falar das assombrações, não querem saber.

- Verdade. O diretor é quem mais tem resistência ao assunto.

Disse Amália.

Adormecaram, após um lanche e leitura de textos de peças, que ensaiavam. La fora a escuridão continuava intensa. Raros estudantes se aventuravam ao banho noturno no banheiro com fama de assombrado.

(Continua)

Leônidas Grego
Enviado por Leônidas Grego em 09/12/2012
Reeditado em 18/12/2012
Código do texto: T4027898
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