A Exumação

Enterrado há alguns anos atrás,

Seu esquife agora deverá ser aberto

Um incômodo para a sua paz,

Deste sono será outra vez desperto

Exames clínicos para o legista,

São os pareceres das ordens judiciais,

Teu nome o primeiro na lista,

Consta nas análises dos restos mortais

Com a pá toda terra é retirada,

O cimento que envolve esse jazigo,

Agora pode ser então quebrada

Para o médico adentrar-se no abrigo

Cavando cada palmo abaixo,

Nas narinas o cheiro podre de carniça

Deste concreto sob o encaixo,

Está sua matéria morta assim prevista!

Um baque seco pode se ouvir

Estamos perto de enfim desenterrar

O esquife que iremos abrir

Estes ossos brancos iremos encontrar

Ergue-se o apodrecido caixão,

A tampa lacrada no momento abriu

Mas para a nossa exumação,

Este corpo então sepultado sumiu!

Marcas dizem o que aconteceu,

Mas o pavor assombrou-me inteiro,

Que este morto jamais faleceu

Morto lá embaixo jazia frio o coveiro

opoetakurita
Enviado por opoetakurita em 13/12/2012
Código do texto: T4033081
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