Uma estranha manhã no rancho Feliz

Narrarei agora, como em primeira pessoa do singular, uma jornada bem minúscula de Janaína, que não é índia nem nada. É apenas uma boa moça, filha de João e de Maria, que não erraram o caminho de volta para casa, que são apenas bons pais.

Pois bem. Era bastante cedo quando Janaína escutou o galo dar o primeiro berro, assim que o Sol começou a timidamente aparecer no rancho "Feliz" da família, que por sinal era composta por cinco pessoas.

Logo quando a menina Janaína, de dezenove anos despertou, já foi direto aninhar as vacas e os bodes para conseguir de modo natural arrancar o leite de ambos os animais. Assim que abriu a portela do cercado dos bichos, percebeu que os animais estavam agindo de forma peculiar, estranha.

Continuou. E na tentativa de aninhar uma vaca malhada, trocou bolas e levou um coice na região da tíbia. Janaína gritou com a vaca malhada e recusou tirar o leite desta. Mancando, saiu do cercado e rumou em direção ao rancho a fim de apanhar um cubo de gelo para sua perna contundida. Ao caminhar cabisbaixa pelos ladrilhos que estavam molhados de sereno, percebeu algo diferente. Havia naquele espaço, naquele lugar, um antigo jazigo. Bem detrás do cercado onde estavam os animais. Janaína, desde sua infância, teve um certo receio de até pensar que o jazigo estava ali. Em detrimento para vencer o medo, a garota resolveu tornar o corpo para trás, mesmo que rápido para dar uma olhada no jazigo. Quando olhou, nada viu, aliás, viu. O jazigo, oras.

Janaína resolve dar uma passada na catacumba, pequena por sinal. Seus paços eram curtos e temerosos. Ao chegar lá, Janaína é surpreendida pelo seu pai. João pergunta a ela: "Filha, o que fazes aqui?" e Janaína responde meio com medo: "É que pai, eu...es...tou tentan...do perd...er meu me...do dest...e lu...gar!" o pai sugere: "Que boa menina! Vamos adentrar!" Janaína não teve nem tempo de pensar se sim ou se não, e já adentrou para a tumba.

Escuridão. Cheiro fétido e um ar bastante sinistro invadindo aquela minúscula tumba. Parecia surreal o que a menina Janaína estava a passar ali dentro, nunca imaginara que um dia estaria naquela situação e, sobretudo, com seu pai! "Painho, este cheiro está demais de desagradável" introduziu Janaína. O pai parece não responder. "Painho?" insiste ela. Não responde mais uma vez. Janaína na tentativa de se retirar daquele lugar pavoroso, é surpreendida por uma espécie de uivo e de um puxão nas pernas já calejadas. Janaína grita. A porta do jazigo se fecha. O pai some e a filha, bem, a filha...

Nathus
Enviado por Nathus em 16/12/2012
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