A Dor do Arrependimento

  Quando penso que já chorei todas minhas lágrimas, é que descubro que as lagrimas nunca secam, nem mesmo se calam.

  O sofrimento é uma ração diária em razões imperfeitas, que nos alimenta, e nos enfraquece. Somos espécimes, somos cobaias desse sentimento frio e desgastante. Somos razões e culpa.

  O que fiz, está feito, o que perdi talvez não consiga recuperar, tampouco restaurar. A vida é cheia de arrependimentos. Somos como queijo, cheio de defeitos, mesmo que sejamos perfeitos.

  Gosto de pensar que o fogo só se apaga porque já cumpriu seu papel, já queimou, já levou tudo embora.

  Gosto de pensar que a água nunca acabará, mesmo que pareça seu fim, logo ela brotará de algum canto.

  É... Gosto de sentir essa sensação renovadora, essa esperança impar que se instala em meu peito a cada segundo. Gosto de pensar, de refletir nas incertezas e inseguranças desse nosso mundo, desses nossos muros.

  Cerco-me de desconfianças, e de certezas, e de cobranças. Penso que o que me afeta mais, é a própria duvida sobre mim mesmo e sobre minhas atitudes.

  Sou rude comigo mesmo, me arrependo de não ter feito aquilo na hora certa, sabendo que às vezes não há como voltar atrás, mas... E se...

  O “se” algumas vezes inexiste, e se existisse certamente não corrigiria nada. Atitudes impensadas são pílulas de veneno enclausuradas no sono, nos sonhos. São pesadelos intermitentes, intermináveis.

  A dor desse arrependimento, se ouvida, nada mais é que impedimento para que venha a cura de nossas feridas. Chega de chorar pelo leite derramado, vou dar mais um passo, pois eu passo...

  Quero espaço para respirar em um forte abraço.

Perdoe-me por favor...
Sidney Muniz
Enviado por Sidney Muniz em 27/02/2013
Reeditado em 28/02/2013
Código do texto: T4162708
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