Coisas que o homem não deveria saber que existem!

Quando eu fiz onze anos, meus pais se separaram e eu e minha irmâ fomos com a nossa mãe morar no sitio do meu avô materno, que era viúvo.

Bem dentro da mata já fora dos limites do sitio havia um velho poço abandonado, onde eu e minha irmã passávamos nossas tardes brincando; sentíamos que aquele lugar era diferente, mas toda vez que comentávamos com meu avô, ou com qualquer outro habitante da região sobre brincar ali, eles fechavam a cara e tentavam nos desencorajar.

Certo dia minha irmã saiu com meu avô e nunca mais voltou, ele voltou transtornado, dizia que a perdeu de vista na mata, equipes de busca foram formadas para procura-lá, mas foi tudo em vão,depois de uma semana todos já davam como certa a morte da minha irmã caçula.

Depois disso, minha mãe quase não comia e nem falava, estava definhando, passava as tardes sumida, não foi surpresa para mim quando um dia a seguir e a vi perto do poço.

De onde eu estava podia ver uma luz meio esverdeada saindo de dentro da construção, minhas mãe parecia estar hipnotizada por aquilo.

Quando ela se virou seus olhos estavam frios olhou bem para mim e disse: - seu avô está mentindo, o poço me disse. Preciso fazer uma coisa e o poço vai devolver sua irmã!

De inicio achei que ela estava ficando louca a vi se afastando a passos lentos em direção a nossa casa.

Na parte da noite ela ameaçou meu avô com uma faca, o obrigou a sair da casa e foi caminhando atrás dele pressionando a faca em suas costas,tomei uma distância segura e os seguir,quando chegaram próximo ao poço ela o obrigou a pular.Pude escutar o risinho de felicidade e de alivio dela quando ele caiu.

Ela ficou parada olhando para as águas do poço por uns quinze minutos sem acontecer nada, finalmente após esse tempo, a luz esverdeada mais uma vez tomou conta da noite e puder ver minha irmãzinha caçula saindo de dentro do poço.

Minha mãe a abraçou e minha irmâ ficou apenas parada ali sem se mover parecia não entender o que tinha acontecido a ela.

Nos dias posteriores muitos curiosos foram até a fazenda felicitar minha mãe por ter encontrado minha Irma e dar os pêsames pelo desparecimento do meu avô.

Minha Irma passava a maior parte do tempo calada, parecia que ela não tinha voltado da morte, mas isso não incomodava minha mãe que estava feliz por ter seu anjinho de volta.

Depois de um ano começamos a receber visitas do além (não conseguir encontrar uma palavra melhor para definir o que aconteceu) todas as noites éramos assombrados por terríveis sensações, sabíamos que tinha mais alguém ali com a gente, e minha irmã começou a ser atacada fisicamente por eles.

Enfim minha mãe entendeu que o tempo da minha irmã estava acabando, e que seria necessário mais um sacrifício no poço para ela continuar com a gente, e ela estava disposta a isso.

No dia seguinte minha mãe convidou o nosso vizinho para um passeio e ninguém nunca mais voltou a vê-lo. Após esse sacrifício as coisas voltaram ao normal, mas oito meses depois descobrimos que estava voltando tudo de novo, era hora de mais um sacrifício.

À medida que o tempo passava os sacrifícios eram mais freqüente de oito, passaram para seis meses e quatro sacrifícios depois, minha mãe estava louca pela culpa, ela não agüentava mais aquilo e finalmente ela se sacrificou pela minha irmã.

Agora vinte anos depois quando olho para trás, da vontade de fazer tudo diferente, se soubesse o que aconteceria nunca teria permitido que meus pais se separassem, assim nunca teríamos ido morar com meu avô, seria tudo melhor, desculpem por não contar a historia com detalhes, me falta tempo. Vocês entendem que já se passaram mais de vinte anos que minha irmâ saiu daquele poço, e ágoras são necessários um sacrifício por dia para ela continuar comigo.

Minhas desculpas!