“Apenas o Sol nos separam!”

(“Ultima parte”)

Ao amanhecer o dia, Getulio se desperta, inda embriagado de sono e inconsciente, ele sente que o sol o fere cruelmente ao tentar sair do bangalô.

Ele se lança para dentro e grita; ai meus olhos! Magda o empurra para dentro e fecha a porta.

Ela percebe que o sol é seu castigo, durante a noite ele vive, durante o dia, precisa descansar e recuperar as forças, apenas o sol os separam.

Nesta hora da manhã, Conde repousa em seu caixão na grande metrópole.

Porem o maldito caçador de vampiros o procura, ele sabe que durante o dia, eles dormem dentro de urnas funerárias.

Alfred invade as funerárias, ele usa uma capa preta, botas que vão ate o joelho e chapéu com abas caídas nos olhos negros e sobrancelhas grossas.

O homem agora tem mais um motivo para matar o conde; vingar seu amigo Isaac. Conde esta muito próximo, ele tem um esconderijo no cais e por sorte, Alfred não se atentou a procurá-lo no porto do mar.

Após varias buscas sem sucesso, o caçador desiste.

Um jornaleiro o informa, ele deve ter acompanhado seu novo amigo a vila dos pescadores.

Quando ele decide ir a uma estalagem e tomar uma diligencia para a ilha, no caminho já próximo a ilha, os cavalos que rebocam a diligencia começam a fungar e se negar a prosseguir.

Os animais percebem algo errado e empacam.

O homem sisudo paga com algumas moedas ao cocheiro e vai caminhando ate à vila. Ao chegar, é recebido por um dos pescadores.

Porem nada consegue indagando o pobre pescador, ele tinha a língua arrancada da sua boca, apenas se comunicava através de gestos.

Porem, o levou e apresentou o homem misterioso ao mestre dos pescadores.

O Mestre não tinha muito a dizer, ele ainda não sabia de nada.

Mas se comprometeu a sair de casa em casa com o homem desconhecido para tentar descobrir algo estranho.

Ao se aproximar do bangalô de Magda, o Mestre estranha a porta fechada.

- Mestre – Magda, você esta ai? O homem insiste.

Mas ninguém responde.

Os saem caminhando por de trás do bangalô.

Alfred vê rastros de sangue.

Alfred – mestre, vocês saíram à caça a noite? Não! Responde o mestre.

Nos não caçamos, vivemos da pesca.

Alfred – tem algo que me interesse aqui mestre, este sangue é humano, eu posso sentir.

Mestre – vamos embora, vigiemos a casa para ver se tem algo errado, mas não admito que invada o bangalô.

A jovem que mora ai, é como uma filha, se ela não respondeu é porque não esta.

O Alfred obedece ao velho e sai caminhado.

Mas, Alfred tem certeza de ter encontrado sua presa.

O sangue que estava no chão era de fato, mas não humano, foi uma presa que Getulio capturou para poder se saciar e resistir à tentação de sugar o sangue de Magda, afinal; o dia seria longo na Companhia da mulher amada.

Ainda na Metrópole, O Conde continua a dormir num velho barco abandonado pelos portos serve de abrigo ao Vampiro.

Porem sua segurança começa ficar vulnerável.

À noite, o conde já esgotado aguarda Getulio no velho cais.

Getulio vem ao seu encontro, ele nem parece ter passado a noite sem sugar sangue, pensa o Conde! Mal sabe ele que Getulio tomou sangue de animal para resistir às tentações que lhe proporcionava a jugular irrigada de sangue de sua amada Magda.

Hoje a noite é de caça, precisamos encontrar um velho caçador, diz o Conde.

Ele se refere ao Alfred. Alfred, já esta de volta, ele ronda as casas noturna e becos, Conde sente seu cheiro de longe.

Getulio diz que estava com Magda, o conde pergunta; você a mordeu? Não, responde Getulio, eu não penso fazer isso, embora eu não veja saída.

A quem procuramos? Conde – o nome do homem é Alfred, ele é um maldito que prossegue e mata nossos descendentes com uma estaca pontiaguda, o covarde nos pega enquanto dormimos, tenha cuidado, temos duas missões, uma é encontrar Alfred, a outra é morder Magda e fugir desta cidade.

Getulio - eu disse não, se o senhor não me ouvir eu pessoalmente o mato.

Os dois estão sendo observados por Alfred.

Embora o cheiro esteja forte nas narinas do conde, ele se descuida e numa fração de segundos são atacados, os homens recrutados por Alfred covardemente os ataca, o conde se defende usando suas forças e consegue matar três homens, Alfred foge.

Porem o espreita para descobrir seu esconderijo, ele percebe que só pode pega-lo dormindo.

O conde esta com uma idéia fixa, ele ama Getulio e precisa proteger o seu novo amigo, mas o amor de Getulio por Magda dificulta as coisas, caso Getulio se decide morder Magda, eles podem voltar para Transilvânia navegando seu velho navio negro. Getulio esta ferido e suas forças estão se perdendo com a perda de sangue.

Não tem outro jeito, ele pode morrer, conde trás Magda para cidade e a deixa com Getulio num lugar protegido, de madrugada ele esta muito fraco, quando Magda o convence a mordê-la, ela o deseja e o quer para a eternidade, mesmo que tenha de partir para sempre, pois nada seria mais terrível que viver sem seu amor.

Getulio se lança sobre Magda e sua jugular esta sendo dilacerada pelo Vampiro sedento que agora busca a sobrevivência através do sangue precioso da sua amada mulher.

Alfred se salva da morte certa e foge para Grécia, ele pensa que conde esta indo para suas origens, porem, o conde vai para Transilvânia onde seu castelo o aguarda, afinal, já se passaram cinqüenta anos que ele navega em busca de um novo motivo para continuar a saga maldita.

Durante a noite em alto mar, Getulio olha para a lua imensa enquanto sua amada esta adormecida e com sua cabeça deitada em suas pernas, Getulio declama uma poesia, esta vem a acalmar seus sentimentos de culpa e dor por um breve tempo. “Eterna amada”

Não, não me deixes aqui neste

Chão frio, sem ter a que me

Apegue para aquecer o frio

Que enrijeces os meus ossos.

Do meu coração; já nem me

Refiro, ele já não bate desde

Que o entreguei a morte por

Amor de ti amada minha!

Bem sabes que o amor que

Eu sentia, me faria ter a vã

Ilusão de lhe dar e receber

O amor, eternamente.

Agora, depois de tantos anos,

Eu ainda navego por este vasto

Mar escuro, e o vinho que

Aprecio o tomo na taça do teu

Crânio vazio, pois do teu sangue,

Já não mais me sacio. Ai, dor

Que me toma, nem a vida

Eterna me cura, nem a morte

Acalenta-me, nada fecha a

Lacuna que deixaste em meu

Peito condenado à eterna e

Cruel solidão.

Magda se desperta lentamente e ouve seu amado declamar.

E diz com voz embargada, querido, descansa em paz, mesmo que diz não tomar meu sangue, quero que saiba, ele é todo teu, assim como a minha vida.

De agora em diante, ela te pertence, não importa, onde estaremos, estaremos ligados a eternidade como desejamos em toda vida.

O conde assiste tudo isso do alto do mastro do navio.

Ao regozijar tua vitoria olha para a lua cheia que lentamente se passa por entre as nuvens negras lança um forte grito de guerra, este grito é ouvido pela alma de caçador de Alfred que neste mesmo instante navega nas águas mansas da Grécia.

Fim

O caçador vive da mesma forma que os vampiros existem em nossas fantasias.

Assim, sempre existirão para que tenhamos uma historia para contar, cada um do seu jeito, mas com os mesmos encantos.

Abraço a todos e boa leitura.

Joel Costadelli
Enviado por Joel Costadelli em 15/04/2013
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