“A senha”

Um homem procura por seu pai numa cidade do interior.

Lá ele não conhece ninguém.

A cidade esta sobre o comando de um cartel de assassinos que registram seus protegidos e estes deve ter uma senha.

Caso contraria os desígnios do chefe não são bem vindos e podem morrer a qualquer hora.

A senha é suas garantias de vida, por isso devem estar sempre na ponta da língua. General Gino, um homem de fala mansa, olhar penetrante e pulso forte.

General Gino desafia a justiça do seu estado com exibição de forte armamento. Um homem de meter medo ate no Chuck Norris.

Augusto é um professor de artes marciais e teve seu pai seqüestrado de forma peculiar.

Augusto não tem medo de homens, Augusto é formado nas artes marciais e tem uma vida pacata, longe das brigas e dos ringues, embora parasse de competir ainda invicto, é um homem dedicado aos seus alunos e inteiramente a academia de Kung-fu. Seu pai; senhor Miguel ficou viúvo há pouco tempo, desde então vive uma vida melancólica, Augusto seu único filho.

Um filho que causa orgulho no velho Miguel.

Desde que Miguel sumiu; Augusto esta desesperado, ele procurava seu pai em toda parte.

Num bar, ele fica sabendo que seu pai teria sido visto na companhia de um homem desconhecido e ambos caminhavam apressadamente.

O desconhecido seria homem do General Gino.

Agora, Augusto inicia a caçada infernal.

Tudo indica a cidade onde impera o mal.

Ao chegar à cidade do assassino, ele é recebido por um cara mau encarado, o cara é cego de um olho, tem uma forte cicatriz do lado direito do rosto, mesmo lado que lhe falta o olho azul, tão azul que parece anormal.

Seu nome; Batista.

Batista tenta oferecer uma senha para Augusto que recusa a proposta do capanga maldito.

Batista mostra uma pistola 45 para Augusto e diz; aceita a senha para ser bem vindo a esta cidade e aguardar sua vez de ver o chefe, ou eu cravo uma bala bem no meio dos teus córnos.

Augusto não reage e segue o homem rua a fora.

Ele entra em um beco, lá tem vários botecos com poucas luzes, vitrines com salgados amanhecidos, copos sujos de cachaça em cima dos balcões e homens jogando sinuca e bebendo, os dois entram num salão escuro, algumas prostitutas sentadas no colo dos clientes bêbados.

Eles atravessam o salão comprido e chegam aos fundos, lá tem uma escada estreita e sem corre-mão, eles á sobem, o cara apontando a pistola calibre 45 para Augusto, apenas indica com um gesto meneando a arma indicando á Augusto para subir na frente, em seguido sobe o cara com a arma quase se encostando às costas do Augusto.

Ao chegarem ao topo da escada, eles entra numa porta de ferro com trancas exageradas, ali dentro Augusto vai conhecer Gino, o General dos infernos, um cara pra lá de perigoso.

Todo assassino que se preze, tem um puxa saco de plantão ou cachorros treinados para atacar a qualquer momento.

Gino é diferente; ele tem um anãozinho encapetado, um dedo mole e metido a valentão, mas mete medo, ele é bem pequenino, tem barba muito grande, musculoso e carrega uma peixeira maior que ele, dizem os malditos; que roda-pé de banheiros matou sua própria mãe.

Um Anãozinho endiabrado que parte pra cima de Augusto com a temida peixeira que mais se parece uma espada de pirata.

A senha que eles querem dar a Augusto é um corte no antebraço dele.

Em seguido cravar números na pele do rapaz.

Augusto tem o braço musculoso.

O anãozinho do capeta olha para o braço do fortão e manda os homens segurar ele.

Augusto pensa em reagir, novamente mantém a calma para ver ate aonde os caras irá levá-lo.

Se ele reage agora, pode ate dar uma surra nos babacas, mas perde a chance de encontrar seu pai, sem contar que Augusto quer acabar com o cartel dos assassinos malditos e libertar o povo da cidade dominada pelo terror de General Gino.

Em seguido, Gino chega e diz – rapazes, rapazes isso é modos de tratar nosso novo hospede? Como assim General? Indaga o anãozinho.

Gino – saem, deixa-me falar com ele.

O baixinho sai.

Em seguido vai sair o cara cego com a pistola.

Gino – você fica, mas de bico calado, a qualquer movimento do valentão, crava ele de bala.

Batista – sim senhor, as suas ordens.

O que vem fazer em minha cidade? Indaga Gino.

Augusto – procuro um homem, ele desapareceu e tive informação que estaria vindo para esta cidade, mas não sabia que a recepção fosse tão calorosa.

Gino – eu não tenho o tempo todo para te ouvir, vá direto ao assunto, responda minha pergunta, ou terá o mesmo fim dos infelizes que pensam em me desafiar.

Eu não vejo como um homem velho e inofensivo possa lhe desafiar.

Ou será que seu orgulho é mais sensível que uma gazela? Gino cerra os dentes, franze a testa e chega bem próximo de Augusto, quase encosta os lábios dele nos lábios de Augusto, olha profundo nos olhos dele e reponde; meu orgulho não tem importância, minhas razoes é que importam você não deveria sentir-se tão seguro.

Não sabe o que acontece quando me zango demais.

Augusto responde irônico; que medo, estou tremendo.

Agora senhor General, responda a mim; onde esta Miguel? Ou será que o matou por ele não se render aos seus capangas dos infernos? Sabe? Aquele roda-pé de banheiros barbudo e fedorento não assustaria o homem que eu procuro, então onde ele esta? O senhor me diz; ou; ou o que? Interrompe Gino.

Ele esta nas montanhas, eu tenho uma bela acomodação lá.

Serve para amolecer valentões que me enfrentam.

Miguel me devia dinheiro, ele me devia muito, varias vezes procurei receber, mas ele me evitava.

Por isso mandei pegar ele e trazer para este lugar, aqui ele me paga de um jeito ou de outro.

Bem meu caro; agora ele esta nas minas, se não morrer com as bombas, eu recebo dinheiro, se morrer, um maldito e ma pagador a menos.

Gino - mas qual seu interesse por aquele velho safado? Augusto – não importa, eu quero ver ele.

Gino – claro, se é isso que quer, meus soldados o levara ate lá, quem sabe você também não goste da hospitalidade e fica La enterrado com ele.

Gino – levem este homem ate a montanha.

O anãozinho olha para Augusto e diz – siga-me, mas não se anime se tentar qualquer coisa eu te mato. Augusto – minha nossa, espero que tua valentia seja maior que você, se não vai ficar sem graça te afundar a cara na merda.

Ao sair, um carro esta parado a espera de Augusto, dentro tem dois homens; Batista e João.

João é quem esta ao volante, ao seu lado, esta sentado Batista, ele tem uma granada, uma pistola e uma espingarda calibre 12.

O abusado anãozinho manda Augusto entrar no banco de trás e em seguido entra também, o baixinho segura uma peixeira na mão e diz que é para cortar a garganta de Augusto quando chegar a hora certa.

Augusto olha em direção a janela no segundo andar da casa e vê Gino olhando a partida do carro, ao sair, Gino acena como se batesse continência ao seu hospede em partida.

Ao chegar à entrada da montanha João para o carro e Batista desce e ordena que seu prisioneiro desça.

Agora Augusto é prisioneiro, porem ainda não sabe.

O anãozinho do capeta tenta empurrar o grandalhão, mas se decepciona ao falhar, sua força mal faz Augusto sentir seu toque, que mais parece uma mosca pousar nele. Augusto esta louco de vontade de sentar a madeira nos vagabundos, mas para isso precisa ter certeza que seu pai esteja em segurança, caso contrario; eles o matam.

Ao adentrar a caverna da montanha a visão é arrepiante, tem gente morta amarrada nas paredes, tem carcaça de seres humanos em decomposição para todo lado. Próximo dele tem um homem caído, ele esta ensangüentado, o anãozinho teria esfaqueado ele na noite anterior, por motivos fúteis.

O homem não tem muita chance de viver, seu ferimento é na veia femoral da coxa, ele sangra ate morrer, esta é a idéia.

O odor daquele lugar é insuportável, Augusto sente a morte bem próxima, ao pensar em seu pai ele sussurra – pai, pai. Espero que esteja ai.

Alfredo ouve e pergunta; pai? Você disse pai? Ele da alerta aos homens do lado de fora e pede reforço, Alfredo avisa Gino.

Do outro lado da linha Gino – fique atentos, ele não pode sair daí vivo.

Do lado de fora da caverna estão concentrados mais de vinte homens.

O baixinho agora fica de longe, Gino o avisa para não subestimar Augusto. Augusto olha em sua volta e tenta se justificar, eu quis dizer pai, como quem pede proteção divina.

Vocês estão enganados comigo, eu só quero ver Miguel porque ele me deve dinheiro também, quem sabe eu mesmo não elimine o cara pra vocês.

Não precisa me cercar desta forma.

Continua

Joel Costadelli
Enviado por Joel Costadelli em 03/05/2013
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