A mulher bateu na porta desesperada gritando por socorro. Atrás dela os passos cada vez mais perto. Ela viu que ele a seguia desde que desceu do ônibus. Apressara o passo e depois começara a correr, tendo o sujeito em seu encalce. Por estar ainda longe de onde morava, decidiu pedir ajuda na casa mais próxima. O homem a agarrou pelo pescoço a obrigando a olhar em seus olhos. Hirta de medo à mulher viu naqueles estranhos olhos a morte. Por trás da cortina, o morador acompanhou o terrível desfecho. A boca do assassino se abriu de uma orelha a outra e mastigou por inteiro a cabeça da vítima. Em seguida o monstro abandonou o cadáver no chão e seguiu rua abaixo. Apavorado o dono da casa, ligou informando a policia.                              A garota sentada na lanchonete sentiu que alguém a olhava.  Levantou o rosto e deparou com um sujeito esquisito lhe observando através do vidro. Uma sensação desagradável percorreu seu corpo. O homem era de uma palidez extrema, mas o que mais destacava nele eram os olhos de cor diferente. Um preto e o outro azul muito claro. Estava quase na hora de encerrar o expediente, e hoje mais do que nunca ela gostaria que o noivo viesse busca-la. Procurou debaixo do balcão pelo celular, ia ligar para que o pai viesse apanha-la. Quando começou a discar o número de casa, ouviu a porta ser empurrada. O estranho caminhou até ela com passos decididos e arrancou de sua mão o aparelho. A jovem começou a gritar histericamente, mas foi silenciada por dedos feito garras que lhe quebraram o pescoço. A bocarra do monstro se abriu e devorou com avidez, a frágil cabeça de cabelos louros. Não houve testemunhas.                                              A garotinha  balançava alegremente. A gangorra ia cada vez mais alta.  Sua risada inocente divertia o pai que descansava na rede no alpendre da casa. De repente ele a ouviu gritar assustada. De um pulo ele se colocou de pé e ainda teve tempo de ver um vulto alto e muito magro se afastando. Soube que havia perdido a filha no momento em que seus olhos se dirigiram para o balanço. Viu o vestidinho branco repleto de sangue, e notou que estava faltando algo muito importante, A cabeça da menina. Em desespero ele entrou em casa apanhou a espingarda e saiu atrás do assassino. O encontrou pouco adiante parado em posição meditativa olhando para o céu. Cheio de ódio o homem destravou a arma e apontou. Nesse momento o estranho virou a cabeça e um som estridente saiu de sua boca. O homem soltou a espingarda e caiu de joelhos tapando os ouvidos. Sua cabeça latejava com aquele barulho sinistro e cego de dor  perdeu os sentidos. Segundos depois ele despertou e viu que estava sozinho. No lugar onde o monstro estivera, encontrou duas profundas pegadas em forma de pé de bode e sentiu no ar um forte cheiro de enxofre.